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Os funcionários fantasmas, as verbas indenizatórias e os bandidos que ocupam cargos públicos
Posted by Cottidianos
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00:04
Terça-feira,
09 de junho
Se
o momento econômico que o Brasil atravessa no momento atual, pudesse ser
comparado ao tempo climático, ele estaria com céu nublado, cinzento e muito
frio. Obvio que com um tempo desses, todo cuidado é pouco. O melhor é nem sair
de casa. Não gastar mais do que o necessário, e naquilo que é necessário. E, se
tiver que sair, e enfrentar um tempo adverso como nesses dias, o melhor é levar
agasalho, guarda-chuva, luvas, e todos os apetrechos que te impeçam de pegar
alguma doença.
Todos
os setores tem sentido o efeito dessa crise. Grandes e pequenos empresários, e
principalmente, a classe trabalhadora. A poderosa FIAT, por exemplo, na fábrica
estabelecida na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nenhum carro será
montado até sexta-feira (12). Grande parte dos 19 mil funcionários da empresa,
terão que ficar em casa durante esse período. O motivo é que o pátio da empresa
está lotado de carros novinhos, prontos para serem vendidos, mas faltam
compradores.
Essa
não é a primeira vez que isso acontece. Há dois meses, a empresa já havia
interrompido a produção por seis dias. A FIAT já concedeu férias coletivas a
quatro mil funcionários, sendo metade em março e a outra metade em maio. Essas férias
coletivas também representam uma forma de amenizar a situação. Já pensou se a
montadora resolve demitir todos esses trabalhadores?
O pior
é que as coisas funcionam como efeito dominó, pois fábrica parada, também é
sinal de fornecedores parados. A verdade é que a produção de veículos no Brasil,
caiu 25,3%, em maio, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Como
disse, o céu está cinzento, mas há gente cujo único propósito parece ser o de
penalizar ainda mais o país, desviando dinheiro dos cofres públicos e, por consequência,
fazendo o povo sofrer. Falo de políticos corruptos e ladrões.
O
Ministério Público está investigando esquemas de desvios de dinheiro nas assembleias
legislativas de todo o país. Não bastasse todos os esquemas de corrupção ainda
aparece mais esse: O de funcionário fantasma. Coisa, realmente, de arrepiar os
cabelos. Até mesmo um padre, que deveria pregar a caridade, o amor, e o agir ético,
está envolvido no esquema, segundo reportagem exibida pelo Fantástico deste
domingo, assinada pelo repórter Giovani Grizzoti.
O
estado do Amapá tem 24 deputados estaduais e, pasmem os senhores, esses 24
deputados estaduais tem, juntos, 2.653 cargos de confiança. Isso dá uma média
de 110 pessoas trabalhando para cada deputado. Detalhe: O gabinete de cada
deputado é composto por uma pequena sala, onde cabem no, máximo, de cinco a
seis pessoas. Onde será que eles colocam tanta gente? Isso não se sabe.
Esses
ladrões ainda se utilizam de pessoas simples, usadas como laranja. Muitas delas,
nem sabem que seus nomes estão ligados a esquemas de corrupção. É caso de duas
irmãs que trabalhavam como lavadeiras, em Maceió. Trabalhando na lavanderia, as
duas mulheres recebem um salário mínimo, porém, sem o saberem, constavam da
lista de funcionários da Assembleia Legislativa, com um salário de 25 mil
reais.
Alguns
desses funcionários envolvidos no esquema, e que recebiam altos salários, eram
obrigados a devolver, mensalmente, parte do salário, ao deputado que os havia
contratado.
No
estado de Goiás, há o caso do padre Luiz Augusto é que é funcionário da
Assembleia Legislativa desde 1980, mas nunca exerceu seu expediente por lá. O Ministério
Público acusa o padre de ter recebido durante todo esse tempo, mais de 20
milhões de reais, sem, de fato, ter trabalhado naquela casa legislativa. O
padre diz que usa o dinheiro em obras sociais, o que, mesmo sendo verdade, não
justifica a atitude desonesta.
Outro
modo de desviar dinheiro dos cofres públicos é a chamada “verba indenizatória”.
Esse esquema envolve notas frias e empresas de fachada para justificar serviços
que nunca foram feitos.
O
Fantástico mostrou o caso de uma dona de Agências de viagem que, não tem nada a
ver com esse esquema criminoso. Cinco notas fiscais da empresa dela constavam
da prestação de contas de cinco deputados e ela nem sabe como é que isso
aconteceu. Até empresas em nome de pessoas mortas, foram abertas para desviar
dinheiro dos cofres públicos.
Ainda
há coisas ainda mais absurdas. Imaginem rodar 8 milhões de quilômetros. Isso
representa ir à lua e voltar por dez vezes. Pois os deputados do Rio Grande do
Sul conseguiram essa proeza, e embolsaram mais de 4 milhões e meio. O valor da
quilometragem paga aos deputados é feita conforme o medidor de quilometragem do
carro. O que os deputados faziam? Levavam o carro a oficinas onde o medidor era
fraudado elevando para cima a quantidade de quilômetros rodados.
É caros
leitores, como temos a oportunidade de ver o desenrolar das investigações sobre
os esquemas de corrupção na FIFA, esse é mal que assola o universo. A ambição
desmedida tem levado ao conhecimento do mundo tantos fatos tristes... Apenas no
Brasil há uma enxurrada deles, e a cada dia, aparecem novos casos e novas
formas de lesar o contribuinte. Porém esses ladrões não entram em nossas casas
legislativas pela chaminé, muito pelo contrário, entram pela porta da frente. E
quem os coloca lá? O povo, através do voto. Aí eu pergunto: Vale a pena
continuar elegendo bandidos? Se deu poder a eles uma vez, por desconhecimento,
não cometa a asneira de colocá-los novamente, depois de saber disso tudo. Procure
saber que políticos estão envolvidos nessas falcatruas. Eleitor brasileiro, não
seja masoquista, fazendo sofrer a si mesmo, a sua família, e a todos nós que
amamos esse país.
Abaixo,
compartilho comentário do jornalista Alexandre Garcia, feito ontem, no Bom Dia Brasil, a respeito dessa farra com o dinheiro público.
***
A
farra com dinheiro público
Por
Alexandre Garcia
A
farra com dinheiro público, infelizmente, não é exceção. A gente até ri, porque
é inacreditável. É rir para não chorar. Apesar de todos os mecanismos combate e
de transparência, o abuso é flagrado Brasil afora. É gente eleita para
representar o povo mas representa apenas a si próprio.
O
mandato recebido deveria ser exercido pelo mandatário no interesse de seus
mandantes, mas acaba nisto: o eleito usa o cargo e os poderes para usurpar o
dinheiro dos impostos daqueles que o elegeram. Isso contraria qualquer moral,
contraria as leis, contraria a organização social de uma democracia. Mas,
afinal, tudo isso está em um ambiente de declínio que parece ter contaminado o
país de cima para baixo e de baixo para cima.
Isso
que acontece em Assembleias Legislativas acontece também, como o Fantástico
mostrou há pouco mais de um mês, em Câmaras de Vereadores, que são mais de
5,560 mil.
Até
o momento, os brasileiros pagaram, só neste ano, quase R$ 900 bilhões em
tributos. Ao ver essa farra em Assembleias Legislativas e outras tantas farras
que se revelam a cada dia, se entende porque se paga tanto imposto e sobra tão
pouco para a educação, a saúde, a segurança, as estradas e demais serviços
públicos em geral. Muitos dizem que a culpa, no final, é do eleitor, que elege
esse tipo de gente. Mas será que os partidos políticos estão dando opções ao
eleitor? Já que tem eleição municipal no ano que vem, seria bom começar a
pensar nisso. Os partidos políticos principalmente, para o eleitor não se
julgar um pamonha.
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