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Rosa de Hiroshima
Posted by Cottidianos
on
00:08
Segunda-feira,
10 de agosto
“Vamos celebrar a estupidez humana
A
estupidez de todas as nações”
(Perfeição – Renato Russo)
Quando
bombas explodem, elas não matam apenas pessoas, matam também sonhos e
esperanças, tanto das gerações presentes, quanto das gerações futuras.
Este
mês, o mundo relembra os 70 anos da terrível tragédia que atingiu as cidades japonesas
de Hiroshima e Nagasaki.
Não
gostaria de discorrer sobre a estupidez da guerra, e mais ainda, das armas
nucleares. Há pessoas assassinadas, vidas arruinadas e sonhos destruídos nesse
triste capítulo da história da humanidade. Falando em humanidade, pode ser considerado
humano o ato de destruir a vida de inocentes?
Mesmo
assim, gostaria de deixar minha singela homenagem às vítimas desta tragédia, ocorrida
há setenta anos, através de um significativo poema de Vinícius de Moraes,
chamado, Rosa de Hiroshima.
Rosa
de Hiroshima foi musicado por Gerson Conrad, e lançado em 1973, no disco de
estreia do grupo Secos e Molhados, alcançando grande sucesso. A canção é o
grito de Vinícius de Moraes pela paz e contra as armas nucleares. Rosa de
Hiroshima também é o meu grito, o seu grito, o grito do mundo inteiro, contra a
destruição da vida.
***
Rosa de Hiroshima
Vinicius de Moraes
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada
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