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Fumo: Uma armadilha disfarçada de prazer
Posted by Cottidianos
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00:42
Quinta-feira, 06 de agosto
“Outra noite
esperei
Outra noite
sem fim
Aumentou meu
sofrer
De cigarro em
cigarro
Olhando a
fumaça no ar se perder”
(De cigarro em
cigarro – Ney Mato Grosso)
Vicio e armadilha: duas palavras tão
diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais. Vicio é algo que escraviza o homem, e
armadilha, algo que o prende. Juntando as duas coisas, temos que o vicio prende
o homem. Ora se o homem é escravo de alguma coisa, poderá ele se autoproclamar
livre? No vicio há certa tendência para o mal. É como um cavalo que leva o
indivíduo para a beira do precipício, ele percebe para onde está indo, mas não
tem domínio sobre as rédeas do animal.
Uma dessas armadilhas na qual estão
enredadas bilhões de pessoas é o cigarro. Segundo dados da Organização Mundial
da Saúde (OMS), de 2014, cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo são fumantes.
Os homens engrossam esse número com 47%,
e as mulheres com 12%.
Ainda segundo a OMS, o tabagismo é a
principal causa de morte evitável no mundo.
Nunca fumei, mas observo pessoas
fumarem. Vejo com que prazer elas tragam aquela fumaça para dentro de seus
pulmões, e depois as expulsam para fora. Vejo neste ato de prazer, um ato de
masoquismo: O prazer de estragar os próprios pulmões, que na verdade, é mais
uma peça da engrenagem da máquina chamada corpo humano, e que nos ajuda a viver
melhor.
Aquela fumaça, tão prazerosa aos
dependentes, que sai de um cigarro, contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas.
Uma dessas substâncias, o alcatrão, pode conter mais de 40 compostos cancerígenos.
Outra dessas substâncias, o monóxido de carbono, em contato com a hemoglobina,
dificulta a oxigenação do sangue, obstruindo os vasos sanguíneos. A tão falada
nicotina, além de causar dependência, também acelera a frequência cardíaca, e
causa hipertensão arterial.
Segundo o Portal Brasil, Portal do
governo brasileiro: “O tabagismo está
relacionado a mais de 50 doenças sendo responsável por 30% das mortes por
câncer de boca, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença
do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame
cerebral. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ano mais de cinco
milhões de pessoas morrem no mundo por causa do cigarro. E, em 20 anos, esse
número chegará a 10 milhões se o consumo de produtos como cigarros, charutos e
cachimbos continuar aumentando”.
Além de todos esses indicadores, fumar
também causa impotência sexual e infertilidade masculina.
Não bastasse tudo isso, um novo estudo
lança ainda mais fumaça nociva nessa questão. Segundo estudos científicos,
fumar também pode causar esquizofrenia.
Caro leitor, diante de tudo isso, você
ainda consegue ver algum prazer em fumar?
Abaixo compartilho texto, por mim
traduzido, que foi publicado na seção Saúde e Estilo de Vida, do site Voa Learning English, que trata desse estudo que relaciona tabagismo e
esquizofrenia.
***
Estudo: Fumar pode aumentar risco de
esquizofrenia
Estudos têm ligado o ato de fumar
cigarros a inúmeros problemas de saúde, incluindo câncer do pulmão e doenças do
coração. Agora, um novo estudo mostra uma possível ligação entre fumo e
esquizofrenia — incapacitante desordem cerebral. Pessoas com esquizofrenia
ouvem e veem coisas que não são reais. Os pacientes também acreditam que outros
querem prejudicá-los.
Fumar cigarro é muito comum entre
pessoas com desordem mental, especialmente, aquelas com esquizofrenia.
Sammeer Jauhar notou a conexão.
“Como psiquiatra isso é algo sobre o
qual você pensa constantemente, porque você sempre vê pacientes fumantes com
doenças psicóticas. As pessoas, geralmente, se automedicam”.
Sameer Jauhar é psiquiatra e
pesquisador no King’s Colleger London. Ele falou, recentemente, durante um
podcast para o jornal online, The Lancet
Psychiatry. O jornal publicou o estudo de Jauhar, que relaciona o ato de fumar
cigarro com esquizofrenia.
Dr. Jauhar e a equipe do King’s Colleger London
descobriram que fumar, pode, de algum modo, aumentar o risco do desenvolvimento
de esquizofrenia. Eles examinaram 61 estudos de pesquisadores ao redor do
mundo. Descobriram que fumar é três vezes mais comum entre os pacientes com
esquizofrenia que vem para o tratamento pela primeira vez, se comparados a
maioria da população.
James MacCabe foi um dos escritores do
relatório sobre o estudo. Ele é doutor em pesquisas psiquiatricas no King’s
College. Ele diz que não ficou surpreso ao descobrir que mais da metade das
pessoas esquizofrênicas fumam. Ele diz que a constatação levanta questões sobre
a crença de que as pessoas que tem transtornos mentais fumam para aliviar os
sintomas.
“Se a explicação foi a automedicação,
você esperaria que quando as pessoas começassem a desenvolver esquizofrenia,
elas não seria mais propensas a fumar do que os outros, e o fumo, então, se
desenvolveria em resposta aos sintomas.
Os estudos revelaram que aqueles que
desenvolveram esquizofrenia começaram a fumar mais cedo que outros fumantes,
antes de seus problemas mentais aparecerem.
Há também uma sugestão sobre a
nicotina, mas não sobre as conclusões para apoiá-la.
Nicotina é encontrada nos produtos à
base de tabaco. Os pesquisadores suspeitam que a nicotina pode ajudar a estimular
a produção de dopamina no cérebro. Essa substância química afetas as partes do
cérebro que controla o modo como a pessoa reage ao elogio e ao prazer. O
aumento dos níveis de dopamina tem sido percebidos em pessoas com doenças
mentais. Os medicamentos usados para tratar a esquizofrenia ajudam a reduzir o
efeito da dopamina no cérebro dos pacientes.
James MacCabe diz que ainda não há
bastante evidencias que confirmem a ligação entre fumar cigarro e desenvolver
esquizofrenia. Mas quando a ligação for confirmada, pessoas que tem um
histórico familiar de doenças podem ser advertidas a não fumar.
“Há muitas razões pelas quais nós
devemos reduzir as taxas de tabagismo na população, por razões de saúde física.
Mas isto sugere que, possivelmente, fazê-lo, na verdade, também beneficiária a
saúde mental das pessoas”.
Os pesquisadores estão desenvolvendo
mais estudos sobre a possibilidade de estabelecer relação entre o tabagismo e a
dependência à nicotina no desenvolvimento de distúrbios psicóticos.
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