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No xadrez da política, haverá xeque-mate? Para quem?
Posted by Cottidianos
on
00:44
Quarta-feira,
26 de agosto
Pensemos
no momento político brasileiro como um grande tabuleiro de xadrez. De um lado,
as instituições que formam o Poder Judiciário, o Ministério Público e Polícia
Federal. Do outro, as empresas corruptas, sejam elas estatais ou privadas, os
políticos e empresários corruptos. As peças têm estado em constante movimento. As
jogadas tornam-se cada vez mais arriscadas e cheias de surpresas. As equipes
que defendem a ética e a verdade estão vencendo o jogo. Aos poucos os peões vão
sendo eliminados, colocados atrás das grades. O jogo contra a corrupção está
sendo jogado, transmitido em rede nacional. Mas ainda não foi dada a cartada final.
Falta o xeque-mate.
Volto
ao assunto das contas de campanha da presidente Dilma Rousseff, pois considero
assunto extremamente grave, se forem comprovadas as suspeitas de
irregularidades que sobre elas recaem. Não pretendo atacar aqui a presidente
Dilma Rousseff, ela é apenas uma peça nesse tabuleiro que está posta no lado
nebuloso do jogo. Ela não faz o jogo, é apenas parte dele.
Dilma
foi defendida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em uma revista alemã
que trata de economia, chamada, Capital. “Eu a considero uma pessoa honrada, e
eu não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio
dentro do meu partido, [ódio] que se volta agora contra o PT”. Disse Fernando
Henrique à revista. O ex-presidente que Dilma não está envolvida de modo direto
nos escândalos de corrupção na Petrobrás. Fernando Henrique atribuiu a culpa
pela atual crise política brasileira ao ex-presidente Lula. “Os escândalos
começaram no governo dele. Tudo começou bem antes, em 2004, com o Lula, com o
escândalo do mensalão”. Afirmou.
De
qualquer modo, o jogo está sendo jogado. Haverá xeque-mate? Para quem? O
desejo de todos que ainda acreditam num Brasil livre de corruptos e corruptores
é a justiça vença. Sempre.
***
Gilmar Mendes manda investigar pagamento suspeito de
R$ 1,6 milhão pela campanha de Dilma
BRASÍLIA – O ministro Gilmar Mendes, do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), pediu para o Ministério Público de São Paulo
investigar indícios de irregularidades no pagamento de R$ 1,6 milhão pela
campanha de Dilma Rousseff a uma empresa que havia sido aberta apenas dois
meses antes das eleições presidenciais. A suspeita é de que a empresa seja
fantasma e não teria prestado os serviços referentes ao pagamento.
Segundo dados encaminhados pela Secretaria de Fazenda
de São Paulo, a pedido do TSE, a empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME
foi aberta em agosto de 2014 e, em um mês, emitiu notas fiscais eletrônicas no
valor de R$ 3,7 milhões, sem o pagamento de impostos. Do total, 1,6 milhão
foram emitidos em nome da campanha de Dilma.
A Secretaria de Fazenda estadual informou que a
empresa não foi encontrada no endereço comercial. Foi realizada diligência na
residência da proprietária, Angela Maria do Nascimento. Segundo a investigação,
ela informou ao órgão que foi orientada a abrir a empresa para funcionar apenas
no período eleitoral. Todo o material fornecido à campanha vinha da empresa
Embalac Indústria e Comércio Ltda.
O contador da empresa de Angela, Carlos Carmelo
Antunes, também contador da Embalac, informou que abriu a nova empresa a pedido
dos donos da Embalac, para livrar a empresa principal de custos com impostos.
Foram emitidas 29 notas para a campanha referentes ao fornecimento de placas e
faixas.
Na mesma decisão, Mendes informa que, a pedido do TSE,
a Secretaria de Fazenda de São Paulo apresentou relatório sobre a atividade da
empresa Focal Confecção e Comunicação Visual, que o ministro também suspeita
ter recebido dinheiro indevido da campanha. O órgão informou que há “conclusões
preliminares, pois devido ao grande volume de documentos apresentados faz-se
necessário mais tempo para o aprofundamento das investigações e elaboração de
relatório final”.
A providência tomada por Mendes faz parte de uma
devassa que ele tem comandado nas contas de campanha de Dilma. Na última
sexta-feira, ele detectou indícios de que a campanha da presidente foi
abastecida com dinheiro desviado da Petrobras. Ele enviou os documentos ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e à Polícia Federal, recomendando
a abertura de investigação criminal.
Na decisão da semana passada, o ministro afirmou que
há suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica – e alerta que as
práticas ensejariam abertura de ação penal pública. Mendes também determinou o
envio das informações à Corregedoria Eleitoral, para que o órgão examine se há
o mesmo tipo de ilegalidade na prestação de contas do PT.
As contas da campanha da presidente foram julgadas e
aprovadas com ressalvas em dezembro de 2014, logo depois da eleição. Ainda
assim, Mendes, que é o relator da prestação de contas, manteve o processo
aberto, para averiguar eventuais irregularidades. Na decisão da semana passada,
o ministro concluiu que houve, em tese, financiamento indireto de campanha por
empresa impedida de doar, já que a Petrobras é uma sociedade de economia mista.
Portanto, houve violação à regra da Lei dos Partidos Políticos.
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