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Os cubanos celebram uma grande vitória na luta contra o HIV

Posted by Cottidianos on 00:06
Sexta-feira, 03 de julho


Raios de sol na varanda
verde cobrindo o jardim
poder sentir a vida espreguiçar
com o cheiro da madrugada
dama-da-noite, jasmim
olhar no céu estrelas pra contar.
Ter meus amigos comigo
quem amo me amando, sim
longe do amor de quem nos finge amar
Ver na manhã de um domingo,
meu filho sorrir pra mim
depois dormir à sombra de um jatobá


(À sombra de um Jatobá – Toquinho)


 Finalmente, os muros que separavam Estados Unidos e Cuba parecem estar desabando, e o Papa Francisco tem grande parte nessa conquista. O que todos querem, na verdade, é um mundo onde todos possam viver em paz. Porém, não é de diplomacia que quero falar neste texto.
Curiosamente, quando os dois países são protagonistas de uma reaproximação que é manchete nos jornais do mundo inteiro, esses mesmos dois países, protagonizam, fora do campo diplomático, grande avanços em áreas diferentes: os Estados Unidos na questão do respeito às liberdades individuais, ao legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, e Cuba, ao conseguir um grande feito na area da saúde, na verdade, um feito espetacular.
O feito alcançado por Cuba é para ser  comemorado com grande alegria, porque é uma esperança para os demais países do globo.
O fato é que a ilha tornou-se, no dia 30 de junho, o primeiro país do mundo, a receber, por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), a validação da eliminação da transmissão vertical de mãe para filho, do HIV e da sífilis. A notícia foi recebida com grande alegria pela OMS, por todas as instituições que travam uma ardorosa batalha para que se encontre uma cura para o HIV, e principalmente, para quem é portador do vírus, nesse caso, principalmente, mães e pais infectados, que desejam ver seus filhos crescerem livres dessa pesada cruz.
A Dra. Margaret Chan, diretora geral da OMS, disse que “eliminar a transmissão de um vírus é uma das maiores conquistas possíveis em saúde pública”. “Esta é uma grande vitória em nossa longa luta contra o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis, e um passo importante no sentido de ter uma geração livre da AIDS”, acrescentou ela. Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, também comentou o fato: “Esta é uma celebração para Cuba e uma celebração para as crianças e famílias em todos os lugares. Ela mostra que acabar com a epidemia da AIDS é possível e esperamos que Cuba seja o primeiro de muitos países pela frente a buscar esta validação da eliminação da epidemia entre as crianças.”, disse ele.
O HIV é uma pedra no sapato de quem é portador dele, essa luta torna-se mias fácil, se governos, órgãos de saúde e, principalmente, os próprios infectados tomarem as devidas precauções. Segundo informações do site Unaids “Todos os anos, mundialmente, cerca de 1,4 milhões de mulheres que vivem com HIV engravidam. Se não forem tratadas, a chance de transmissão do vírus para seus filhos durante a gravidez, o parto ou a amamentação é de 15-45%. No entanto, esse risco cai para pouco mais de 1% se medicamentos antirretrovirais forem dados para as mães e as crianças durante estas etapas em que a infecção pode ocorrer. O número de crianças que nascem anualmente com o HIV caiu quase pela metade desde 2009 - saindo de 400 mil em 2009 para 240 mil em 2013. Mas a intensificação dos esforços será necessária para atingirmos o objetivo global de menos de 40 mil novas infecções em crianças por ano até o fim de 2015. Quase 1 milhão de mulheres grávidas em todo o mundo são infectadas com sífilis anualmente. Isso pode resultar em abortamento, em feto natimorto, em morte neonatal, ou em bebês com baixo peso ao nascer e/ou com infecções neonatais graves. No entanto, a testagem e o tratamento, como a penicilina, que são simples, efetivos e de baixo custo durante a gravidez, podem eliminar a maioria dessas complicações.”
Essa conquista alcançada, no final do mês passado, por Cuba, é, na verdade, parte de uma luta que vem sendo travada pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 2010.  De lá para cá, as duas instituições tem trabalhado com parceiros em Cuba, e em outros países do continente americano, no sentido de implementar programas de eliminação da transmissão vertical do HIV e da sífilis. O sucesso de Cuba prova que, quando há investimento dos governos em saúde pública, muitos problemas complicados, podem ser de mais fácil resolução.
Já neste ano, de 2015, uma equipe de especialistas da Argentina, Bahamas, Brasil, Colômbia, Itália, Japão, Nicarágua, Suriname, Estados Unidos da América e Zâmbia, estiveram em Cuba para validar o progresso da transmissão vertical mãe-filho, para os casos de HIV e sífilis. Para isso, durante cinco dias, eles visitaram, diversos órgãos ligados ao governo e a áreas da saúde, bem como conversaram com moradores da ilha.
Para que o país adquira esse certificado de validação é necessário que; os indicadores de impacto sejam atingidos em pelo menos um ano; as transmissões verticais sejam menores que 50 casos por 100 mil nascidos vivos, dentre outros requisitos. A OMS reconhece que prevenir a transmissão vertical não é 100% eficiente. Por esse motivo, a eliminação da transmissão é vista como vitória, quando atinge níveis tão insignificantes que não mais sejam considerados problemas de saúde pública.
Em 2014, Cuba registrou apenas dois casos de bebês nascidos com HIV, e cinco com sífilis. Com isso, a ilha acendeu uma luz no fim do túnel da luta contra o HIV, e uma nova esperança de que, aos poucos, a batalha contra o vírus vai sendo vencido. Deter a epidemia já é um grande passo na árdua luta contra o HIV. Uma batalha foi vencida. A guerra ainda não.
Abaixo, compartilho matéria, de autoria de Silvia Ayuso, publicada no site do jornal El País/Brasil.
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Cuba é o primeiro país a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho

Todo ano, cerca de 1,4 milhão de mulheres com HIV engravidam. Se não recebem tratamento, as chances de que transmitam o vírus ao bebê durante a gestação, o parto ou a amamentação variam entre 15% e 45%. Portanto, é um grande desafio conseguir romper esse círculo vicioso que favorece a perpetuação de um vírus combatido há décadas sem uma cura efetiva. E é justamente isso o que Cuba fez, tal como reconheceu oficialmente a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.

“Foi vencida uma grande batalha na luta contra a aids”, afirmou a diretora da OPS, Carissa Etienne. Eliminar a transmissão vertical do HIV “representa um grande passo para Cuba rumo a uma geração livre de aids”, completou.

“A eliminação da transmissão do vírus é uma das maiores conquistas possíveis no campo da saúde”, disse a diretora geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado.

 Canadá, Estados Unidos e Porto Rico também podem ter eliminado a transmissão mãe-filho do HIV.

A possibilidade de 15-45% de transmissão do HIV de mãe para filho cai para apenas 1% se tanto a mãe como o filho recebem retrovirais durante todas as fases em que pode ocorrer a transmissão. Segundo a OMS, o número de crianças que nascem a cada ano com HIV foi reduzido quase pela metade desde 2009, passando de 400.000 a 240.000 em 2013.

Mas a cifra ainda está muito longe da meta prevista para 2015: uma redução para menos de 40.000.

A batalha contra a transmissão materno-infantil da sífilis também tem ainda muitos desafios pela frente: todo ano, quase 1 milhão de mulheres grávidas são contagiadas com esse vírus, que pode provocar de morte fetal ou perinatal a infecções neonatais graves. Tudo isso, diz a OMS, quando existem “opções simples e relativamente acessíveis de detecção e tratamento durante a gravidez”, como a penicilina, que podem eliminar a maior parte dessas complicações.

Em Washington, numa cerimônia junto ao ministro cubano da Saúde, Roberto Morales Ojeda, a diretora da OPS destacou o ponto essencial da façanha cubana: “O sucesso de Cuba demonstra que é possível um acesso universal à saúde e que, de fato, ele é fundamental para o êxito da luta contra desafios tão preocupantes como o HIV”, afirmou Etienne.

O sucesso de Cuba demonstra que é possível um acesso universal à saúde", afirmou a diretora da Organização Panamericana da Saúde.

Cuba conta com um serviço público de saúde “gratuito, acessível, regionalizado, integral e sem discriminação, baseado nos cuidados primários de saúde”, segundo o ministro Ojeda, que também atribuiu essa conquista a uma “vontade política” fundamental e à participação das comunidades nos programas de atendimento e prevenção.

No continente americano, a OMS-OPS tem trabalhado desde 2010 numa iniciativa regional para eliminar a transmissão materno-infantil do HIV e da sífilis.

Cuba é o primeiro país a receber o certificado oficial, mas há outros seis países e territórios que também poderiam ter eliminado a transmissão do HIV de mãe para filho: as ilhas britânicas caribenhas de Anguila e Montserrat, Barbados, Canadá, Estados Unidos e Porto Rico. Outros 14 conseguiram, supostamente, eliminar a sífilis congênita.

A OMS considera que um país eliminou a transmissão materno-infantil do HIV quando registra menos de dois bebês infectados para cada 100 nascidos de mães portadores do vírus. No caso da sífilis, é menos de um caso para cada 2.000 nascimentos vivos.

No âmbito da iniciativa da OPS, Cuba implementou nos últimos anos medidas como a assistência pré-natal precoce e exames de HIV e sífilis tanto para as mulheres grávidas como para os pais. Também oferece tratamento às mulheres cujo teste dá positivo e a seus bebês, além de fomentar medidas de prevenção, como o uso de preservativos.

Como resultado, refletido agora na certificação oficial da OMS, Cuba registrou em 2014 apenas os casos de dois bebês que nasceram com HIV e outros cinco com sífilis congênita, números inferiores aos mínimos para que se considere realizado o objetivo de eliminar a transmissão materno-infantil dessas doenças.

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