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No mundo das crianças, mulheres não apanham
Posted by Cottidianos
on
01:30
Domingo,
08 de março
“Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas
que mentira absurda
Eu
que faço parte da rotina de uma delas
Sei
que a força está com elas”.
(Mulher – Erasmo Carlos, Narinha)
Dias
atrás, assistia ao programa matinal de variedades da Rede Globo, Mais Você, apresentado por Ana Maria Braga
e seu divertido papagaio, Loro José, quando um vídeo me chamou a atenção. O vídeo do jornalista italiano, Luca Lavarone,
“Slap her” (Bata nela, em uma tradução livre) é um jeito simples e terno de
falar de um assunto complicado: violência contra a mulher.
Esse
assunto é tão sério que, no dia 03 deste mês, a Câmara dos deputados, aprovou
uma lei que torna o assassinato de mulheres um crime hediondo. A lei prevê que crimes
contra mulheres por causa da violência doméstica, sexual ou familiar, tenham
punição mais severa. O projeto ainda precisa ser sancionado pela presidente
Dilma Rousseff. Pelo visto, a violência contra as mulheres também é um problema
na Itália também.
O
cenário do filme é a rua, à noite. Ao fundo pessoas vão e vem em constante
movimento. Em primeiro plano, crianças italianas são entrevistadas,
individualmente, pelo jornalista. No vídeo ele, o jornalista, não aparece,
apenas ouvimos sua voz, entrevistando as crianças.
Primeiro,
Lucas Lavarone, pergunta seus nomes.
—
Qual é o seu nome?
—
Pedro.
—
Fuzio.
—
Domenico.
—
Quantos anos você tem?
—
11.
—
Nove e meio.
—
Sete.
—
Oito.
—
O que você quer ser quando crescer?
—
Bombeiro.
—
Jogador de futebol.
—
Padeiro.
—
Policial.
—
Pizzaiolo.
—
Porque?
—
Porque...
—
Eu quero construir a casa dos meus sonhos.
—
Porque eu gosto de fazer bagunça.
—
Para salvar as pessoas.
—
Porque eu gosto de pizza.
Nesse momento da entrevista, surge
uma garota, muito bonita, chamada Martina. Martina se posiciona em frente aos
meninos. O jornalista Luca Lavarone, apresenta Martina aos meninos:
—
E essa é Martina... O que você gosta
nela?
—
Eu gosto dos olhos.
—
Dos sapatos dela, das mãos dela.
—
Dos olhos, dos cabelos.
—
Só do cabelo, eu juro!
—
Tudo.
—
Você é uma garota bonita.
—
Eu gostaria de ser seu namorado.
Após a resposta dos garotos para a
pergunta, “o que você gosta nela?” Lucas usa o imperativo e pede que eles
acariciem a garota. Eles obedecem, ainda que timidamente.
—
Agora, acaricie ela.
A ordem seguinte é para que façam
caretas para ela. Os meninos obedecem.
—
Faça uma careta.
Em seguida, o jornalista os
surpreende com uma ordem inesperada:
—
E agora, dá um tapa nela!
Totalmente pegos de surpresa, os
garotos ficam, a princípio, sem reação, o mesmo que acontece quando somos surpreendidos
pelo absolutamente imprevisível. Após o susto, eles vão falando:
—
Não.
—
Eu não vou fazer isso.
—
Não. E porque não? Pergunta Lucas.
—
Por quê? Ela é uma menina! Eu não posso fazer isso.
—
Porque não se bate em mulher.
—
Porque eu não quero machucá-la.
—
É porque Jesus não quer que briguemos.
—
Primeiro, ela é linda e eu não posso bater nela porque é uma garota.
—
Porque sou contra a violência.
—
Como diz o ditado: “Não se bate em mulher, nem com uma flor... Ou com um buquê
de flores!
—
Porque é ruim.
—
Por quê? Sou homem!
Ao final do vídeo é exibida a
mensagem: No mundo
das crianças, mulheres não apanham.
***
Se
alguém ainda não viu o vídeo, segue link para esta terna e séria ideia de
tratar do tema da violência contra as mulheres.
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