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Neymar está lesionado, mas o sonho de vencer uma Copa do Mundo jogando em casa está vivo

Posted by Cottidianos on 22:05
Sábado, 05 de julho



“Lá no morro, uma luz somente havia. Era o sol quando acabou. De noite, não houve lua, ninguém cantou”. Assim diz os versos do samba, Quando o samba acabou, de Noel Rosa. Assim era o clima dentro do avião que trouxe os jogadores de seleção brasileira, de Fortaleza para o Rio de Janeiro, após a partida com a Colômbia. Ninguém cantou. Ninguém batucou. Ninguém sambou. Motivos tinham para comemorar. Haviam vencido a seleção colombiana por 2 x 1, a vitória, porém, havia sido ofuscada pela entrada maldosa e violenta  que havia tirado o Ney da competição. Ney é o apelido carinhoso pelo qual os companheiros de seleção chamam Neymar.

O lance que transformou em poeira o sonho do craque brasileiro de disputar, até o final, uma Copa do Mundo, jogando em seu próprio país, aconteceu aos 40 minutos do segundo tempo. O jogo seguia disputado. O Brasil ganhava de 2 x 1, mas o jogo ainda não estava definido pois a Colômbia foi valente e não se entregou. Os colombianos também queriam a vitória. Foi então que o zagueiro Zúñiga atingiu violentamente o brasileiro Neymar, com um chute violento nas costas. O atacante brasileiro já caiu em campo chorando e levando as mãos às costas. O médico da seleção logo entrou em campo para auxiliar o jogador. Pela expressão de desespero e agitação com que o médico se movimentava, logo vimos que não se tratava de uma simples lesão. Pediu ao técnico Luiz Felipe Scolari, a substituição do jogador.

Neymar foi então retirado de campo e levado imediatamente para o Hospital São Carlos, que fica a cerca de oito quilômetros do estádio onde estava sendo disputada a partida. Chegou ao hospital com uma toalha no rosto, certamente, na tentativa de esconder a dor que sentia. Na porta do hospital, dezenas de pessoas já aguardavam o jogador. Mesmo em situação que lhe era desfavorável ele ainda acenou aos fãs antes de entrar no hospital.

Os médicos levaram Neymar direto para o centro de imagens para fazer os exames necessários. Foram feitos uma tomografia e uma ressonância. Os exames mostraram que o jogador havia sofrido uma lesão na terceira vértebra lombar. Esse tipo de lesão não é uma fatura grave e, portanto, não precisa de intervenção cirúrgica, porém impossibilita os movimentos e a recuperação exige repouso absoluto. Nesses casos o paciente deve submeter-se a um tratamento tradicional, usando uma cinta cuja finalidade é imobilizar o paciente, proporcionando conforto para a dor e maior possibilidade de cicatrização do ferimento. No caso de Neymar, o tratamento torna  impossível que ele se recupere a tempo de voltar à competição.

O jogador permaneceu no hospital fazendo os exames e depois foi levado de ambulância direto para a base área de Fortaleza. Nesse local, o avião com os jogadores esperavam pelo companheiro lesionado. Após Neymar se juntar a eles, o avião saiu de Fortaleza por volta das 22h15. O pai de Neymar também embarcou nesse voo.  O avião desembarcou na base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, à 1h20 da madrugada. De lá, os jogadores seguiram de ônibus para a Granja Comary, onde chegaram por volta das 3h10. Neymar não foi no ônibus junto com os outros jogadores. Ele seguiu para a Granja Comary de ambulância, devido aos cuidados que se deve ter com a fratura. Fazendo companhia a ele na ambulância estavam seu pai e o Dr. José Luiz Runco, médico da seleção.

Torcedor fiel não dorme. Quando os jogadores chegaram a Granja Comary, já havia um grupo de cerca de 20 torcedores, com faixas, cartazes e apitos, na tentativa de animar a seleção. Se bem que, em minha opinião, numa hora daquelas, os jogadores quisessem mesmo era descanso e sossego.  Apesar da alta madrugada, os jogadores não dispensaram um hábito quem têm mantido após as partidas do Mundial: comer pizza juntos.

Na tarde deste sábado, às 13h56, enquanto Argentina e Argélia disputavam uma vaga na semifinal, Neymar deixou, de helicóptero, a Granja Comary, em Terezópolis, região serrana do Rio de Janeiro, e foi fazer suas recuperação em casa, junto com os familiares, na praia do Guarujá, litoral paulista.   As câmeras de TV mostravam um Neymar mais disposto que o dia anterior, usando boné e fones de ouvido para distrair-se com suas músicas preferidas.

Por vontade do craque ele teria ficado junto com o grupo da seleção brasileira, mas por recomendações médicas e determinação da família, ele foi recuperar-se junto aos familiares. É compreensível uma vez que o jogador precisa de repouso absoluto. Acompanharam os preparativos para o transporte de Neymar, o pai dele, que também se chama Neymar, o presidente da CBF, José Maria Marin e o vice-presidente o vice, Marco Polo Del Nero. Em uma declaração do  craque foi publicada no site da CBF e diz o seguinte: "Me tiraram o sonho de disputar uma final de Copa do Mundo, mas o sonho de ser campeão mundial ainda não acabou. Faltam dois jogos e tenho certeza de que meus companheiros vão fazer de tudo para levantar esta taça".

O apoio a Neymar foi intenso. Ronaldinho Gaúcho, Messi, Pelé, Dilma Roussef  muitos outros postaram manifestações de apoio ao jogador. Brasileiros e argentinos são vizinhos, “hermanos”, mas dentro de campo somos rivais em alto grau. Pois bem, hoje durante a partida entre a Argentina e Argélia, torcedores argentinos seguravam cartazes e faixas em apoio a Neymar, sinal de sabemos muito bem separar uma coisa de outra e apoiar o ser humano quando ele precisa.

De acordo com a assessoria de imprensa da CBF, Neymar ficará afastado dos gramados por seis semanas.

Se eu encontrasse hoje com esse jogador colombiano que fez aquela falta violenta e covarde em cima de Neymar, iria perguntar a ele:


— E aí, como você se sente tendo tirado da Copa um craque da seleção brasileira? Isso lhe realiza de algum modo? Era, realmente, necessário, jogar de forma tão desleal?

Com os jogos de hoje ficam definidos por completo os semifinalistas desta Copa. Na terça-feira (8) jogam Brasil e Alemanha, às 17 horas, no estádio Mineirão em Belo Horizonte e, na quarta-feira (09), entram em campo, Argentina e Holanda, no estádio Arena São Paulo, em São Paulo. Vale destacar que nesse segundo jogo, a Argentina venceu a Argélia, no tempo regulamentar, e a Holanda suou a camisa para poder vencer a guerreira Costa Rica, em um jogo emocionante, que ultrapassou o tempo regulamentar, foi para a prorrogação terminou na disputa de pênaltis com a vitória dos holandeses.

Foi um jogo eletrizante esse entre Costa Rica e Holanda. No canal de TV no qual estava assistindo a partida, um dos comentaristas dava como certa a eliminação da Costa Rica ainda no tempo regulamentar. Parecem que ainda não tinha percebido que estavam diante de bravos guerreiros. O jogo foi para a prorrogação e depois para os pênaltis.


Quem ganha jogo? O técnico. Hoje tivemos um exemplo disso na cobrança de pênaltis. Em uma decisão inusitada, Louis van Gaal, técnico da equipe holandesa, substitui o goleiro Cilessen, que havia jogado todo o tempo regulamentar e a prorrogação fazendo boa atuação, como também já havia feito durante toda a competição, e colocou, Krul, goleiro reserva. Cilessen, revoltado, chorou muito ao ser substituído. Pensei eu, “Que técnico louco”! Louco que nada, estrategista, isso sim! Krul pegou duas cobranças de pênaltis: a dos costarriquenhos Bryan Ruiz e Umanã. A Holanda não desperdiçou nenhuma cobrança e, no Estádio Fonte Nova, em Salvador, brilhou uma luz laranja.

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