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Mundial de 2014: Uma Copa que foi chegando devagar... E conquistou o coração do Brasil e do mundo
Posted by Cottidianos
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22:47
Sexta-feira, 04 de Julho
“Brasil
Meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio, que faz gingar
O Brasil, do meu amor
Terra de Nosso Senhor
Brasil! Pra mim! Pra mim, pra mim”
(Aquarela do Brasil – Autor: Ary Barroso)
***
Ela
estava anunciada faz tempo, mas desde o início foi olhada com desconfiança. Sempre
foi encarada com certo ar de descrédito. Tivemos motivos, é verdade, e muitos.
Obras inacabadas a poucos dias do grande evento, canteiros de obras em ritmo
acelerado e funcionários trabalhando freneticamente para que tudo estivesse
pronto a tempo. Havia também o receio de que manifestações populares pudessem
ofuscar o brilho do evento. Não era torcida contra, era
apreensão mesmo o que sentíamos. Uma sensação de que deixar para fazer as
coisas todas “em cima da hora” poderia resultar em projetos pela metade e um
grande transtorno e vergonha para nosso país e nosso povo.
No
exterior o medo de que tudo desse errado era ainda maior. Protestos, greves,
violência, além das obras de infraestruturas preocupavam os gringos. Temia-se
que governantes e líderes da FIFA fosse ser perseguidos pelo povo brasileiro.
Que a violência fosse impedir que a alegria explodisse no peito de outras
nacionalidades que por aqui passam esses dias. Por esses e outros motivos,
houve uma repercussão muito negativa por parte da imprensa nacional e
internacional.
Porém o que não se levou em consideração foi a beleza do sol que nasce que nas praias do nordeste... O charme do frio que percorre as encostas do Rio Grande do Sul e o encanto da natureza que recobre suas serras... A delícia de nossa comida... O pão de queijo... A feijoada... A coxinha... A caipirinha. Quem não se rende ao encanto da nossa terra e a alegria e acolhida, tão características aos brasileiros?
Porém o que não se levou em consideração foi a beleza do sol que nasce que nas praias do nordeste... O charme do frio que percorre as encostas do Rio Grande do Sul e o encanto da natureza que recobre suas serras... A delícia de nossa comida... O pão de queijo... A feijoada... A coxinha... A caipirinha. Quem não se rende ao encanto da nossa terra e a alegria e acolhida, tão características aos brasileiros?
Essa
Copa do Mundo de Futebol é, na verdade, mais que um grande campeonato de
futebol. É uma festa na qual estão reunidas várias tribos, do mais variados
credos e costumes, porém, irmanados em torno do esporte. O Mundial, em todos os
sentidos, sendo diferente dos anteriores. Primeiro, porque nas Copas anteriores
já estávamos falando do assunto e empolgados com nossa seleção, meses antes
dela começar.
Dessa
vez, não. Ficamos iguais aos mineiros. Dizem que o povo de Minas é meio
desconfiado. Discípulos de são Tomé, só acreditam vendo, tocando. Foi assim que
ficamos, meio na defensiva. Mas, então, ela foi chegando devagarzinho e,
devagarzinho, foi conquistando nossos corações, nossa ruas, nossas casas.
Aos
poucos, e bem aos poucos, nossas ruas foram ficando coloridas. Primeiro, nos
tons em verde e amarelo, depois um festival de cores e bandeiras tomaram conta
desse imenso país. E de repente, o Brasil não era apenas o Brasil. Era o mundo inteiro.
Tiramos
aquela camisa verde, amarela, azul e branca que estava no fundo de nossos
armários. Trouxemos para as ruas e praças aquela bandeira que estava escondida,
bem lá no cantinho de nossos corações. E fizemos questão de exibir nossas
camisas e agitar nossas bandeiras. Fomos para o meio do povo e nos misturamos,
aos angolanos, alemães, russos, italianos, holandeses, americanos, colombianos,
argentinos e a tantos outros povos que por aqui estão e, juntos com eles,
cantamos as canções: “Brasil, meu brasileiro, meu mulato inzoneiro,
vou cantar-te nos meus versos... / Brasil, esquentai vossos pandeiros, iluminai
os terreiros que nós queremos sambar...”
Dentro dessa ciranda de ritmos e nesse carrossel de tradições, não temos só o samba. Temos também o forró, o frevo, o maracatu, a congada, o bumba meu boi, o axé e tantos outros ritmos que tornam a nossa música tão rica e nossa musicalidade tão bela.
Dentro dessa ciranda de ritmos e nesse carrossel de tradições, não temos só o samba. Temos também o forró, o frevo, o maracatu, a congada, o bumba meu boi, o axé e tantos outros ritmos que tornam a nossa música tão rica e nossa musicalidade tão bela.
Os
estrangeiros que tem estado por aqui têm se derramado em elogios à nossa terra
e a nossa pátria mãe gentil. Mãe, muitas vezes maltratada pelos maus políticos
e maus governantes, mas, como toda mãe, cheia de carinho, vela por seus filhos e acolhe os viandantes que por suas estradas caminham e suas veredas desbravam.
A
mensagem do Twitter do craque alemão Lukas Podolski, que abre esse texto é um
exemplo disto, muitos outros tenho visto em entrevistas às rádios e TVs. Aliás,
os alemães estão dando um show de simpatia aqui no Brasil, e estão se
divertindo bastante também. Sabem perfeitamente treinar bastante, jogar bem e
ainda se entregar as belezas do Brasil de do povo brasileiro.
Alemanha
que hoje se classificou para as semifinais com a vitória de 1 x 0 sobre a
França, outra fera do planeta futebol, e jogará com o Brasil, na próxima
terça-feira (8), nas semifinais. Eram dois gigantes em campo disputando uma
vaga para a próxima fase da competição. Entretanto, como, no futebol, o que
importa é gol, esse privilégio foi conquistado pelos alemães. E foi conquistado
logo aos 12 minutos do primeiro tempo com o gol de Hummels. O final da partida
terminou com sorriso alemão e choro francês. Espero que na próxima terça-feira,
ao final da partida, sejamos nós, brasileiros, a sorrir.
Por
falar na próxima terça, o Brasil se classificou para as semifinais vencendo a
Colômbia de James Rodríguez, por 2 x1. Foi mais um dia de festa e expectativa
pelo início do jogo, milhões de camisas verde e amarelo invadiram as ruas do
país, em sintonia com as cores da nossa seleção. Antes do jogo, uma cidade que
é só barulho, confusão no trânsito, ansiedade para chegar logo em casa.
Ao
iniciar a partida, um país em silêncio, melhor dizendo, em expectativa. Mais
emoção ao cantar o hino, coisa que já se tornou habitual nos jogos do Brasil e
um sentimento sempre renovado de brasilidade que nos envolve a cada partida e,
queira Deus, que nos envolva sempre.
O
jogo começou no Castelão, em Fortaleza, e o que vimos em campo, foi uma seleção
jogando melhor que a partida anterior. A defesa do Brasil estava ótima e o
Brasil segurou a pressão dos colombianos até o final. Era a melhor apresentação desta Copa, até o
momento. Com gols de Thiago Silva e David Luiz, pudemos respirar aliviados ao
final... E um pouco preocupados.
Ficamos
preocupados e irritados, quando o lateral direito Zuñiga, da Colômbia, quase ao
final do jogo, atingiu violentamente, com uma joelhada nas costas, o nosso
principal jogador: Neymar. Neymar caiu em campo chorando de dor e logo foi
atendido pelo médico da seleção e teve que ser retirado do campo na maca.
Chorando e gritando de dor, nosso menino, simples e guerreiro foi levado para
exames médicos. Pela imagem que vimos, a preocupação foi geral. O craque foi
substituído pelo zagueiro Henrique. O pior é o arbitro da partida nem ao menos
deu um cartão amarelo para o jogador, que na verdade, merecia ser expulso de
campo. A FIFA puniu severamente Luiz Suárez, do Uruguai, por causa de uma
mordida. Acho que o Colombiano Zuñiga também mereceria uma punição à altura.
Mais
tarde, veio a notícia que não queríamos ouvir: a Copa havia acabado para
Neymar. O jogador fraturou uma vértebra e não joga mais nesta Copa do Mundo.
"Não é uma fratura grave, não precisa de cirurgia, mas limita os
movimentos. Precisa de uma cinta lombar pra controle da dor. Infelizmente, ele
não vai ter condições de jogar (o resto da Copa).", disse Rodrigo Lasmar,
médico da seleção brasileira, em entrevista ao SporTV.
Fiquei
triste com esta notícia. Afinal, além de ser o principal jogador da seleção,
também estava em jogo os sonhos e a empolgação desse jogador, desse menino,
forte, frágil, guerreiro e simples que é Neymar. Era bom ver a alegria com que
ele estava se entregando aos jogos a seriedade com que estava encarando esse
Mundial. Os companheiros de seleção ficaram abalados com essa notícia.
A
boa notícia é que Neymar se juntará ao grupo, na Granja Comary, mesmo não
podendo jogar, pode, pelo menos, dar um apoio moral aos companheiros, o que,
nessa hora, também é muito importante. É isso, no próximo jogo, o Brasil
enfrentará a gigante Alemanha, sem Neymar e sem o capitão da equipe, Tiago
Silva, que levou cartão amarelo no jogo de hoje.
Para
finalizar, gostaria de parabenizar as equipes dos Estados Unidos, Portugal,
México, Chile, Grécia, Suíça, Uruguai, Nigéria, Inglaterra, Itália e todas as
outras seleções que, bravamente, lutaram em nossos gramados, e que nos
proporcionaram jogos emocionantes. Também elas são vencedoras nessa Copa.
Muito
mais emoção vem por aí, agora que os jogos começam a se afunilar. Muito mais
sorrisos e lágrimas, ainda veremos rolar nesses gramados, até que chegue o
momento de erguer a taça e ouvir os merecidos gritos de: É CAMPEÃO!
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