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Greve de ônibus provoca caos e confusão em São Paulo

Posted by Cottidianos on 00:18
Quinta-feira, 22 de maio


Não gostaria de ter estado na cidade de São Paulo no dia de hoje. A cidade estava um caos, uma tremenda confusão. Mobilidade urbana zero. Gente indo e vindo, perambulando pelas ruas, sem saber o que fazer.  Os paulistanos foram pegos de surpresa por uma greve de ônibus não anunciada. 

Às 15h da terça-feira, 20, os motoristas começaram a parar os ônibus nas principais avenidas da capital e mandaram os passageiros descer. Depois, literalmente, abandonaram os veículos ali mesmo e, também literalmente, jogaram as chaves fora. Os terminais de ônibus fecharam e o único meio de transporte possível eram os lotados de disputadíssimos transportes alternativos, os trens e metrôs também abarrotados de gente... Ou andar a pé, não andar um pouco, mas longas caminhadas. Teve gente que andou por vinte quilômetros para conseguir chegar em casa.

Quem saiu do trabalho no fim do dia, ficou atônito? Como voltar para casa? Cansados e exaustos depois de uma longa jornada de trabalho, o trabalhador não vê a hora de chegar em casa, tomar um banho para afastar o cansaço para longe e depois fazer uma gostosa refeição para repor as energias. Imagina a decepção de saber que isso não seria possível. Ir a pé à noite, percorrendo longas distâncias, não é recomendável devido à violência que ronda a noite paulistana, então o jeito foi dormir em algum terminal de ônibus e esperar o dia amanhecer. Foi o que fez muita gente.




Quem acordou na manhã de quarta-feira também ficou em maus lençóis. Teve que se espremer para caber em transportes alternativos lotados.  Esperar por uma hora, ou mais de uma hora, até que conseguisse, finalmente, pegar alguma condução. O que se via pelas principais avenidas eram enormes fileiras de ônibus parados... E um vai e vem de gente pelas ruas, indo para o trabalho ou voltando para casa. Todos a pé. Nem preciso dizer que toda essa confusão gerou congestionamentos gigantescos. Emoldurando todo esse caos, estavam cerca de dois mil ônibus abandonados pelas avenidas da cidade.

No começo da noite de ontem (21), a cidade ainda estava mergulhada no caos. Era grande a irritação dos que estavam na rua tentando voltar para casa. Um jovem que havia um ano batia de porta me porta, a procura de emprego, e fazia apenas um mês que uma dessas portas havia se aberto para ele, discutia acaloradamente com os grevistas. O medo era perder a oportunidade que havia acabado de conseguir. Uma mulher, que é cuidadora de idosos, havia trabalhado turno seguido e tentava voltar para casa, ao ver que não conseguiria, ligou para a família e disse que só voltaria para casa depois que a greve acabasse.  Houve o caso de pessoas que andaram por cerca de quatro horas seguidas para chegar ao destino. Por sorte, a maioria dos patrões liberou os funcionários mais cedo.

Toda essa situação é provocada pela greve não anunciada pelos motoristas e cobradores que segundo dizem, não é organizada pelo sindicato da categoria, pelo menos, não pelo sindicato inteiro.

O prefeito da cidade, Fernando Hadad, também criticou o movimento dizendo o que a população não era obrigada a pagar pela insatisfação de uma categoria profissional, no que os de bom senso concordam.  

O Ministério Público abriu inquérito para investigar a greve abusiva. O superintendente do Ministério do Trabalho conversou com representantes dos grevistas e disse que todos deviam voltar ao trabalho. Resta saber se a ordem vai ser acatada.

Todo esse cenário e a Copa do Mundo batendo à nossa porta... Isso é preocupante. 

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