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Epidemia de dengue é a maior da história da cidade de Campinas
Posted by Cottidianos
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00:19
Sábado,
17 de janeiro
Imagem: http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/04/capa/campinas_e_rmc/166118-epidemia-de-dengue-superlota-unidades-de-saude-em-campinas.html |
Ano
de 2009. Campinas
Região
dos Dics.
A auxiliar
de serviços gerais, Fátima Regina Gerumim Pereira, trabalhava no Cândido
Ferreira. Ganhou umas férias e foi à praia descansar um pouco. Uma semana após
retornar da praia começou a sentir dores pelo corpo e uma grande mal estar. Não
conseguia enxergar direito, mesmo estando no claro. Saíram-lhe também umas
manchas vermelhas pelo corpo. Era hora de procurar um hospital. Procurou o
Hospital Casa de Saúde Campinas. Os médicos colheram sangue fizeram exames e
constataram que ela estava com dengue.
Não conseguia nem ficar de pé. Sentia um amargo na boca, dores no
estomago e nas costas. Os médicos chegaram a pensar que se tratava do pior tipo
de dengue, mas, para sorte de Fátima, não era. E após cinco dias internada, ela
recebeu alta e foi terminar sua recuperação em casa, junto com a família.
Campinas.
Abril de 2014.
Bairro
Residencial Novo Mundo.
Região
do Campo Grande
Pâmela Fernandes de Camargo é uma bela jovem de apenas 18 anos. Mora com a família, com a qual tem um
relacionamento harmonioso. Durante o dia trabalha e à noite estuda. Em uma
noite do mês abril deste ano, sentia-se extremamente cansada e com fortes dores
pelo corpo. A dor se concentrava, principalmente, nas costas e na nuca. O
problema da dor nas costas ela já convivia com ele há algum tempo, mas dessa
vez, a dor estava mais intensa, mais forte. A mãe dela ficou preocupada. Afinal,
via que a filha não estava nada bem. Disse-lhe que se, ao acordar pela
manhã, ela ainda estivesse naquele estado teria que leva-la aos hospital. Antes
de dormir, Pâmela tomou uma dose do medicamento, Dipirona. O remédio logo fez
efeito, as dores amenizaram e ela conseguiu dormir com certa tranquilidade.
Quando
acordou pela manhã, sentia tonturas e uma forte dor de cabeça. Tentou levantar
da cama e quase caiu. Era difícil manter-se de pé. A mãe dela ajudou a colocá-la
de volta na cama. O corpo da moça começou a ser acometido por tremores e a dor,
a indesejada dor, voltou. Começou a
ficar pálida. Muito preocupada, a mãe lhe disse para tomar um banho
imediatamente, que iria levá-la ao hospital.
Foram
ao Hospital da PUC – Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Quando chegaram lá, o estado de saúde de
Pâmela havia se agravado. Ela estava com pressão baixa e 40 graus de febre. Feitos
os exames diagnósticos, o médico lhe disse que ela estava com dengue. Ficou algum tempo no hospital tomando soro e,
em seguida foi liberada para ir para casa. Não havia como ficar internada. Havia
muita gente no hospital com o mesmo problema, muitos pacientes, em estado mais
grave que o de Pâmela. Não havia leito suficiente para tantas pessoas.
Voltaram
para casa. Ao chegar em casa, a jovem resolveu tomar outro banho. Quando entrou debaixo do chuveiro a vista escureceu
e ela desmaiou no chão do banheiro. Imediatamente a mãe retornou com ela ao
hospital. Os médicos a examinaram e constataram
que suas plaquetas sanguíneas estavam caindo de forma preocupante.
Devido
a superlotação do hospital, não pode
ficar internada. Todos os dias durante dez dias, ela teve de ir ao
hospital para que fosse feito o controle das plaquetas. Ao final do décimo dia, o corpo começou a
reagir à doença. As plaquetas começaram a subir e a esperança de ficar boa logo,
voltou a brilhar em seus olhos. Ela, que passara dez dias, tomando só líquidos,
voltou a comer alimentos sólidos.
O único
medicamento ministrado a ela foi Dipirona. A outra opção de medicação é o
Paracetamol. Não há outro remédio
possível. Essa medicação não é para fazer passar a dor, é para fazer passar a
febre. Porque a dor não passa. A dengue é a dor em si. Ela só passa quando o
corpo começa a reagir à doença.
Para
alegria de Pâmela e da família dela, após quinze dias de convalescença ela já
estava de volta a sua vida normal.
Quando
Fátima teve dengue em 2009, a cidade de Campinas não vivia uma epidemia de
dengue, como foi o caso de Pâmela.
Imagem: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/2014/04/epidemia-de-dengue-ja-causou-uma-morte-em-campinas.shtml |
Aedes aegypti - O mosquito do mal
Campinas,
distante cerca de 93 de quilômetros da capital, São Paulo, vive a pior epidemia
da história da cidade. É difícil encontrar alguém que não conheça quem tenha
sido acometido pela doença. Algo parecido só havia acontecido em 2007, quando
foram diagnosticados 11 mil casos da doença. Esse ano a doença voltou com força
total.
Segundo
dados divulgados pela Secretária de Saúde do município, dia 08 deste mês, já
são 21.967 casos confirmados da doença. Os dados foram colhidos entre 1o de
janeiro e o dia 5 de maio deste ano. Isso dá uma média de 175 casos por dia. Somente
no mês de abril, foram diagnosticados 13.442 casos. A doença já vitimou uma
pessoa e mais outros quatro casos estão sendo investigados.
Diante
do quadro preocupante na área da saúde, a prefeitura resolveu contratar 102
técnicos de enfermagem e 20 enfermeiros que haviam sido aprovados em concursos e
estava esperando ser chamados. A epidemia acelerou esse processo. Porém, esses profissionais
não podem começar a trabalhar imediatamente, pois há um prazo para regularizar
a situação que deve demorar em torno de
45 dias.
Dengue
é uma palavra de origem espanhola, e significa “manha” “melindre” “dengo”
palavras que fazem referência ao estado de apatia e moleza que fica aquele que
é acometido pela doença. O transmissor
da dengue é o mosquito Aedes aegypti,
que não é novo por essas bandas. Na verdade esse mosquito foi introduzido aqui na
America do Sul, pelos navios negreiros que transportavam os negros que vinham
da África, no período colonial. Em alguns
navios, tripulação e tripulantes foram tão acometidos por essa doença que as
embarcações ficavam vagando pelos mares, feito navios fantasmas.
A dengue
é uma virose, ou seja, transmitida por vírus. A transmissão da doença se dá
pela fêmea do mosquito que, por sua vez, se infecta ao picar um indivíduo
doente. Uma vez infectado o indivíduo
pode manifestar a dengue de duas formas: dengue clássica e dengue hemorrágica.
Na
dengue clássica o indivíduo
desenvolve os sintomas da doença de forma mais branda; dores nas costas, febre
alta e dor na região que fica atrás dos olhos. A febre cessa aos uns cinco dias após, e os sintomas da doença desaparecem por volta do 10o dia. Dificilmente
acontece complicação nesse tipo da doença.
No
caso dengue hemorrágica, a doença se
manifesta de modo mais agressivo ao organismo. Nos primeiros cinco dias os sintomas
se assemelham a dengue clássica, porém, a partir do 5o dia alguns pacientes
podem apresentar hemorragias em vários órgãos, e também ser acometidos por
dificuldade de respiração e dores abdominais intensas, vômitos persistentes,
sonolência acompanhada de confusão mental, sede excessiva e boca seca. A pele
do paciente pode ainda apresentar-se de modo pálido, frio e úmido.
Os
locais preferidos para as fêmeas reproduzirem seus maléficos ovos são; a água
parada, acumulada em pneus, vasos de plantas, caixas d’água e piscinas não
tratadas e outros ambientes semelhantes. O principal alimento do Aedes aegypti, é o sangue humano.
Em
resumo, esse maléfico mosquito se dá muito bem em um ambiente onde falte a
higiene. Como não há ainda uma vacina aprovada contra a dengue, o único modo é
cuidar para não deixar água parada, criadouro das larvas do inseto e cuidar em
manter o ambiente sempre limpo e asseado.
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