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Avançando rumo a democracia à passos de tartaruga
Posted by Cottidianos
on
00:47
Sexta-feira,
13 de agosto
Imagem: http://greenstyle.com.br/tag/tartaruga/ |
Nesta
semana, foi aprovada Senado Federal, a perda automática de mandato de deputado
condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Em menos de uma hora os senadores
fizeram duas votações e aprovaram a proposta que torna automática a cassação de
parlamentar condenado pelo STF por crimes contra a administração pública ou por
improbidade administrativa. Causou surpresa nessa votação o único voto contra a
medida: o voto do senador João Alberto, do PMDB pelo Estado do Maranhão. O deputado
é presidente do Conselho de Ética do Senado. Um presidente de Conselho de Ética
que, pelo visto, não gosta de transparência. Isso é, no mínimo, preocupante. Com
essa atitude, o Congresso Nacional repara o grave erro que foi a manutenção do mandato
do Deputado Natan Donadon, preso pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção
mesmo depois de ele ter sido condenado pelo Supremo. Porém, nem tudo é
perfeito, há as exceções. Vamos a elas:
Nos
casos de enriquecimento ilícito o parlamentar não perde automaticamente o mandato se a
pena for de multa. Nos crimes enquadrados na categoria de tráfico de influência
e corrupção, a perda de mandato só será imediata se tiver condenação igual ou
superior a um ano de prisão. O texto também diz que quando o senado for decidir
pela cassação de mandato será por voto aberto. Para entrar em vigor a proposta
ainda depende de duas votações na Câmara.
Em
outra sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os senadores adiaram
a votação da proposta aprovada na Câmara que acaba com o voto secreto em todas votações pelo
fato de não haver unanimidade, nem haver consenso entre eles sobre a questão. A
proposta PEC 18, mais conhecida como PEC dos Mensaleiros, foi apresentada no
início do ano pelo senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB do Estado de Pernambuco.
À princípio, a proposta sofreu resistência mas, após o vexame protagonizado
pelos parlamentares no caso Donadon, o projeto foi aprovado com facilidade.
Na
verdade, assistimos uma briga discreta entre o Congresso e a Câmara. O Senado
aprovou a PEC dos Mensaleiros, mas cabe a Câmara finalizar a questão. Na semana
passada a Câmara aprovou o fim do voto secreto em todas as votações. No Senado a proposta está encontrando resistência, pois alguns senadores não querem o fim do voto
secreto para todas as votações, mas apenas, para os casos de cassação de
mandato. Para aumentar ainda mais essa tensão ainda há a decisão do Supremo
sobre se vai ou não aceitar os embargos infringentes no caso dos parlamentares
envolvidos no caso do mensalão.
Diante
de todas essas questões chego à conclusão de que os parlamentares brasileiros
são cegos e surdos - sem em nenhum momento querer desmerecer a quem possui
deficiência em algum desses dois sentidos, pois considero esses deficientes
auditivos ou visuais uns guerreiros. O que quero dizer é o seguinte: Os
parlamentares são surdos pelo fato de não ouvir o grito do povo nas ruas do
nosso imenso Brasil que é o grito por transparência nas casas municipais, legislativas
e executivas. O brasileiro está cansado de ver tanta corrupção e foi por isso
que saiu às ruas nos meses anteriores. Os nossos deputados e senadores não
ouvem esse grito. E são cegos no sentido de que fecham os olhos aos crimes - e,
consequentemente, aquele que os comete - que acontecem dentro daqueles
ambientes que, a princípio, deveria zelar pelo bem-estar de todos.
Por
que não querer o voto aberto em todas as sessões? Qual o problema em declarar o
voto? Em fazer o eleitor conhecer a vontade de seu representante na Câmara ou
no Senado? Quem tem interesse em se esconder, senão àquele que caminha nas
trevas e, portanto, teme a luz? Se a intenção fosse realmente defender o
interesse público não haveria necessidade de esconder o voto. Acontece que, por parte de alguns, o
interesse maior não é proteger o interesse público e, sim, proteger os
interesses privados. Esse é um grande erro de nossos políticos: tratar a coisa
pública como privada, defender em nome próprio interesses que são da nação. Tudo
isso por que temos um sistema político falho. O governo distribui centenas de
cargos de confiança e os políticos ficam sobrevoando esses cargos como abutres.
Precisamos urgente de uma reforma política bem planejada e eficiente, feita com
calma e não, como queria a presidente Dilma, fazer uma reforma política às
pressas e mal feita, apenas para dar uma resposta aos protestos que ocorrem nas
ruas do país desde junho passado. Precisamos também, com urgência de políticos
que honrem esse nome, pois estamos cansados de tanta mediocridade em nossos
parlamentos.
***
Mudando
de assunto
Falei,
em postagem anterior, que o governo brasileiro esperava uma resposta do governo
americano sobre a questão da espionagem a presidente Dilma e a Petrobrás. Pois
bem, essa semana, o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo,
reuniu-se em Washington, com Susan Rice, conselheira de Segurança Nacional
americana. Susan Rice apresentou a posição da Casa Branca em relação à questão.
Segundo ela, os Estados Unidos admitem como legítima a preocupação do governo brasileiro
em relação às denuncias de espionagem eletrônica no Estado brasileiro. E reconhece
que isso criou uma tensão entre os dois países. A conselheira garantiu ainda
que a Casa Branca quer trabalhar junto com o Brasil para solucionar esses
problemas.
***
Começa
hoje, dia 13 de Setembro e vai até o dia 22, no Rio de Janeiro, o maior
festival de música do planeta: o Rock In Rio. Pelo palco do megaevento vão
desfilar astros e estrelas da música nacional e internacional. Estou preparando,
para a semana que vem, um texto especial sobre o evento...
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