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Mistério em Brasilândia, São Paulo
Posted by Cottidianos
on
01:48
Segunda-feira,
12 de agosto
Segunda-feira,
cinco de agosto. Preparo-me às pressas para sair para o trabalho quando ouço, no
noticiário matinal da TV, algo como uma chacina, em São Paulo, na qual foram
vitimados uma família inteira, inclusive um casal de policiais. Na hora, logo
pensei: foram executados por algum bandido. Não tive tempo, naquele momento, de
parar para ver a notícia por completo. À noite, quando tive tempo de assistir
os telejornais, minha surpresa, ou melhor, o espanto foi enorme.
Imagem: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/legistas-e-peritos-discordam-sobre-horarios-das-mortes-na-chacina-da-brasilandia |
O
que teria acontecido na noite de domingo(04) para segunda(05), na rua Dom
Sebastião, 42, em Brasilândia, Zona Norte em São Paulo – Capital permanece até
agora um mistério, um grande mistério. Ninguém quer acreditar que um garoto tenha
atirado em toda a família e depois se matado. Isso é cruel demais. Dói em
nossas consciências.
É
como se uma daquelas histórias de horror que costumamos ver no cinema tivesse
saltado das telas e invadido a realidade. Segundo a polícia, Marcelo, um garoto
que apenas acabara de fazer 13 anos, em Junho passado, é o autor de tal
chacina.
O
retrato era de uma família feliz. O casal Andréia e Luís Marcelo Pesseghini
vivia com o filho Marcelo. Em outra casa no mesmo terreno moravam a avó,
Benedita, e tia, Bernardete. Segundo relatos de testemunhas, todos viviam em
harmonia. Marcelo deixava bilhetes pela casa declarando seu amor ao pai, a quem
tinha como ídolo. Ainda segundo testemunhas o menino havia aprendido a atirar
com o pai e a dirigir com a mãe.
Nem
tudo eram flores naquela família. Havia um drama que se desenrolava desde o
nascimento de Marcelo. O menino havia nascido com uma doença degenerativa
chamada de Fibrose Cística. – Doença degenerativa que costuma levar a morte
precoce. Isso fazia com que o garoto tivesse que se consultar na Santa Casa uma
vez a cada seis semanas e tivesse uma rotina diária de fisioterapia
respiratória e inalações. Os membros da família se revezavam no cuidado ao
menino e, apesar da doença, tudo corria bem para Marcelo. Ele havia entrado na
segunda década de vida gozando de boa saúde.
Na
escola todos o tinham como menino educado, estudioso, e dono de um sorriso
cativante. Havia sombras, porém. Ao melhor amigo, Marcelo confessava que seu
plano era matar os pais à noite, fugir no carro da família para um lugar
desconhecido e se tornar um matador de aluguel. Em uma foto de perfil em sua
rede social havia um colocado uma imagem de um assassino, personagem de jogos
de vídeo game. – A foto de perfil que Marcelo usava é uma de série dos jogos de
videogame chamada Assassin’s Creed. A
série desenvolve-se em torno de uma batalha histórica travada entre assassinos e templários.no jogo o jogador
conta com vários recursos para realizar assassinatos, pode escalar qualquer
construção. Possui também um vasto arsenal como armas brancas e de fogo,
podendo também fazer uso de bombas.
A
versão da polícia baseia-se em evidências que tornam possível que Marcelo tenha
sido o autor das mortes, inclusive a dele próprio. Câmaras de segurança
registraram o momento em que o carro de Andréia, mãe de Marcelo é estacionado
próximo á escola: 1h20min da madrugada de segunda-feira. Não há registro de
movimentação no local até às 6h25min da manhã, quando o garoto sai do carro de
uniforme e, mochila às costas, se encaminha para a escola e lá permanece até
meio-dia. Volta para casa de carona no carro do pai de um amigo. Quando passam
pelo local onde está estacionado o carro da mãe. Marcelo pede para descer, vai
até o carro e pega um objeto – provavelmente a arma do crime. Ao chegar a casa,
o pai do amigo dele se oferece para descer e apertar a campainha, ao que
Marcelo tinha respondido. _ Não, obrigado. Eles devem estar dormindo.
O
mistério ainda não foi devidamente esclarecido. Ainda pairam véus sobre esse
caso. Muitas questões estão sem repostas. Qual teria sido o motivo do crime?
Qual a ordem dos assassinatos? Estariam as vítimas dopadas quando do momento do
crime? Teriam eles sido vítimas de algum tipo de armadilha por parte de outras
pessoas de fora do circulo familiar?
Os
familiares não querem acreditar na versão da polícia. Nós também relutamos em
crer. Se a polícia tiver razão, é um duro golpe para a família e para a
sociedade também. Isso nos levará a questionar os valores que estamos passando
aos jovens. O porquê dessa falta de autoridade que é tão presente em nos dias
atuais. Temos visto os jovens nas escolas agredindo professores e os próprios
colegas. Nas ruas, os vemos, alguns deles pelo menos, feito loucos, destruindo
o patrimônio público, dentre outras coisa que nos deixam a pergunta: Por quê?
Será que não é hora de nos perguntarmos o que estamos fazendo de errado
enquanto ainda há tempo?
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