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Delações premiadas que avançam, e magnatas que retrocedem

Posted by Cottidianos on 00:22
Terça-feira, 31 de janeiro

Cármen Lúcia, presidente do STF

Ainda sob o luto pela morte de Teori Zavascki, os assuntos relacionados à Lava Jato estão fazendo jus à memória dele: estão andando rápido. Parabéns a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, pelas decisões ágeis que tem tomado.

Na sexta-feira (27) terminaram as audiências com os 77 executivos e executivos da Odebrecht.  E já nesta segunda, Carmen Lúcia homologou essas delações, validando os depoimentos dos envolvidos, na semana passada.

O pavio da bomba foi aceso pela ministra nesta segunda-feira. Em breve a bomba explodirá, nos trazendo grandes surpresas: más ou boas surpresas, dependendo do ângulo que se observe ela queimar o pavio, e explodir. Uma coisa é certa: tem muita gente nas altas cúpulas morrendo de medo.

As delações bombásticas dos 77 executivos da Odebrecht prometem sacudir o Brasil, e mesmo o assunto ainda estando sob sigilo, algum vazamento de notícia nos deixa entrever que tem peixe graúdo na rede. Dentre eles estão: O atual presidente Michel Temer (PMDB), e vários de seus ministros; o ex-presidente Lula (PT), a ex-presidente Dilma (PT), o senador Aécio Neves (PSDB); Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo; o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB); o ex-governador do Rio, atualmente preso em Bangu, Sérgio Cabral (PMDB); e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

Isso só para citar alguns, porque tem muita mais gente enredada nessa teia. Não se incorre em risco de errar ao dizer que o meio político brasileiro está tal qual árvore cheia de fruta podre: balançou, não sobra uma pra contar a história.

Toda a documentação referente às delações homologadas hoje, e que estava em poder da equipe que auxiliava Teori, segue agora para a Procuradoria-Geral da República que, após a análise dos documentos só tem dois caminhos a seguir: acolher a denuncia, ou arquivá-la.

É uma pena que os depoimentos estejam ainda em segredo, uma vez que o assunto interessa a toda sociedade brasileira, que apenas deseja que a verdade venha à tona. Esperamos que o novo relator da Lava Jato, que deverá ser escolhido na próxima semana, venha a determinar a quebra desse sigilo, para que possamos ver claramente os monstros que estavam nos assombrando há tanto tempo, sem que pudéssemos ver-lhes os rostos.

Essa coisa de delação premiada é uma boa para todo mundo: para a justiça que ver mais celeridade no andamento dos processos, e no ajuntamento de provas; para a sociedade que sente mais confiança no judiciário; e para os próprios criminosos que veem no recurso um modo de diminuir suas penas, e ainda ajudar a lei, a qual tanto transgrediram.

À vezes , nós enquanto sociedade brasileira, e enquanto submetidos a pesados encargos, não paramos para pensar em valores, afinal são tantos espalhados pra aqui e pra acolá, nas manchetes de jornais, que nem paramos para refletir neles.

Mas o caro leitor já parou pra pensar na montanha de dinheiro que saiu dos cofres públicos para as campanhas eleitorais? Por acaso já paramos pra pensar em quantas escolas, hospitais, poderiam ser construído com todo esse dinheiro? Já pensou em quanto incentivo ao esporte e à cultura poderiam ser proporcionado por eles?

Ah, caro leitor, leitora, em todos esses anos que esse criminoso esquema funcionou, quantos sonhos nos foram roubados... E eles, cinicamente, em cima de seus trios elétricos nos comícios, e nas campanhas eleitorais, prometendo o mínimo, e nem isso faziam, enquanto o máximo ficava com eles, e com a turma deles...

Prisão de Eike Batista

Diz um antigo provérbio português: “Quem tem telhado de vidro não atira pedra ao vizinho”, até porque, quem tem telhado de vidro, um dia o telhado pode cair em cima da cabeça dele, e lhe ferir de modo mortal.

É o que deve estar sentindo agora, por exemplo, um dos magnatas mais conhecidos do Brasil: Eike Batista, que nesta segunda-feira (30), tirou o terno caro que costumava usar e vestiu a roupa de presidiário comum. Tiraram-lhe o cabelo, acostumado às tesouras dos mais famosos cabeleireiros, e lhe deixaram careca.

Eike foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, quando voltava de Nova York. Ele chegou a ser considerado foragido e procurado pela polícia internacional.

O empresário é suspeito de participar de um milionário esquema de pagamento de propina, junto com o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral.

Eike subiu como um foguete em ascensão, e desceu tão rápido quanto um foguete com problemas procura um solo com o qual se chocar. Ele que já chegou a ser considerado pela Forbes como o sétimo homem mais rico do mundo, agora está numa cela comum do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste. Não pode se dar ao luxo de ir para Bangu 8, onde está preso o companheiro de trapaças dele, Sergio Cabral, pois não tem curso superior, perdendo por esse motivo o benefício de cela especial.

E finalizando esta postagem, outro ditado popular: “Quando a cabeça não pensa, o corpo é quem padece”...

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