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Nepal: Vidas em situação extrema
Posted by Cottidianos
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01:28
Terça-feira,
28 de abril
Os
apresentadores do programa, Planeta Extremo, Carol Barcellos e Clayton Conservani,
juntamente com a equipe do programa, exibido pela Rede Globo, estavam no Nepal
para a gravação de mais um programa, quando ocorreu o fatal terremoto que
devastou o país, ceifando mais de 4.000 pessoas. Os apresentadores passaram
então ao papel de repórteres. São eles que estão fazendo a cobertura da
tragédia e nos trazendo as terríveis imagens de um país devastado.
E eles, como todos na região afetada, estão sob o
efeito da tragédia, assustados, e demonstram isso nas reportagens que fazem. No
domingo, se não me falha a memória, Carol Barcellos estava no meio de uma
entrevista, quando aconteceu um forte tremor secundário, balançando tudo ao
redor. A repórter ficou muito assustada e, foi preciso que alguém a segurasse
pelo braço, dizendo que estava tudo bem. Nas reportagens feitas pelo Cleiyton,
é visível que ele está tomado pela emoção. Sentimos isso através de sua voz embargada.
Nessas horas há o profissionalismo. Evidentemente, os dois são excelentes
jornalistas, mas são acima de tudo, humanos, e como tais, sujeitos ao medo, a
angústia e a dor, como todos os que estão no cenário daquela terrível tragédia.
Ontem
(27), eles conversavam com William Bonner e Renata Vasconcellos, ao vivo, no Jornal Nacional e davam as últimas informações
sobre Katmandu. Aqui no Brasil passava das oito e meia da noite, e lá no Nepal,
estava quase amanhecendo. Diziam eles
que as ruas ainda tremem, e as pessoas tem medo de voltar para suas casas, ou
pelo menos para o que restou delas, porque ainda não sabem o que pode
acontecer. Diziam eles, que, por volta das nove da noite, houve um novo tremor
de terra. A equipe estava no hotel, na noite de sábado, dormiram no chão da
recepção, mas como a situação estava um pouco mais tranquila, o pessoal do
hotel permitiu que eles fossem para os quartos para um breve descanso. Cleyton dizia
que foi dar um cochilo em um quarto, no primeiro andar do hotel, mal fechou os
olhos e já acordou com a cama tremendo. Ele então saiu correndo, desceu as
escadas e encontrou a equipe do Planeta Extremo, em lugar seguro e se juntou a
eles, em momento de grande tensão.
Os
repórteres também falaram da dificuldade de conseguir alimento e,
principalmente, o racionamento de água. Destacaram a alegria das pessoas quando
recebiam água dos caminhões pipas. Cleiyton dizia ainda que achava interessante
a atitude do povo nepalês, que, diante da tragédia, não se lamentavam,
simplesmente, aceitam os fatos, o sofrimento, de cabeça erguida, e tentam
seguir em frente.
Carol Barcellos e Cleyton Conservani |
Durante
a conversa, Renata perguntou:
Renata Vasconcellos — Como é que
vocês estão lidando com o medo de novos tremores. A gente sabe que existe essa
possibilidade até duas semanas depois do tremor principal, mesmo com vocês
acostumados com situações limites, por causa do programa Planeta Extremo.
Carol Barcellos — A gente está
em estado de alerta, aqui no Nepal. A gente realmente está preparado para
situações extremas, mas normalmente, o que você treina pra isso é a sua cabeça
e o seu corpo, e aqui, eu confesso que o gente precisa ter muito forte é o
coração, por tudo o que a gente está vendo nas ruas e nos hospitais, eu acho
que o coração de ninguém está preparado pro que tá acontecendo aqui. É muito
triste a situação do povo no Nepal.
Cleyton Conservani — A equipe do
planeta extremo está acostumada a ir para lugares que, dificilmente, as pessoas
passariam as férias com a família. Então nós já vimos avalanches, já vi pessoas
sendo resgatadas, já passei por situações de risco, de ter que tomar decisões
sob pressão, mas acho que nenhum ser humano está preparado para ver tanto
sofrimento, tanta dor, tanta tristeza que está acontecendo aqui no Nepal...
Na
semana passada, o Jornal Nacional apresentou uma série especial sobre os 50
anos de jornalismo da Globo. Num desses programas, o experiente repórter Pedro
Bial, dizia, justamente, que já havia feito cobertura dos mais diferentes
fatos, mas o que mais o entristeceu, o emocionou foi a cobertura de terremotos.
Esse fato foi lembrado por William Bonner. E foi com essa lembrança que ele
confortou a equipe do Planeta Extremo. Disse Bonner: “... que sirva de consolo,
Pedro Bial, com toda a experiência que tem, mencionou naquele programa, que é
absolutamente impossível esquecer a experiência que vocês estão tendo agora, de
terremoto, foi sempre, de tudo o que ele viu, a experiência mais marcante de
todas, ele disse isso no programa, então a gente sabe o que vocês estão
passando, até pelos relatos de um colega experiente como ele”.
Abaixo,
compartilho texto publicado no site EscolaPsicologia, com algumas dicas para
superar adversidades. O segredo é sempre ter controle emocional sobre as
próprias emoções, mesmo em situações extremas.
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DICAS 5
DICAS PARA SUPERAR AS DVERSIDADES DA VIDA!
Quer
queiramos ou não, a adversidade faz parte da vida. Superar as adversidades é um
dos maiores obstáculos que enfrentamos. Os problemas, sejam grandes ou
pequenos, apresentam-se a nós durante toda a nossa existência.
Independentemente de quão animado, inteligente, ou contente estejamos no
momento, independentemente de a vida nos correr às mil maravilhas,
inesperadamente todos nós algumas vezes somos confrontados com problemas,
lutas, desafios, dificuldades. É como se fossemos postos à prova, para vermos
de que fibra somos feitos, como é que conseguimos enfrentar algumas situações
catastróficas e angustiantes. Não pretendo passar a mensagem que quanto mais
adversidade melhor, nem sou apologista de que o sofrimento é algo de bom. Não,
o sofrimento incapacitante não é benéfico. Ainda assim, não invalida que
pensamos nele como uma realidade que acontece na vida de cada um de nós,
certamente em número e intensidade diferentes de pessoa para pessoa. Quando
acontece, aceitá-lo é uma parte da estratégia para nos livrarmos de mais
sofrimento. Aceitá-lo pode constituir uma forma de nos reestruturarmos e
seguirmos em frente.
Conforme
Havelock Ellis escreveu: “A dor e a morte são parte da vida. Rejeitá-las é
rejeitar a própria vida.”
Na
verdade, graças a Deus pela adversidade! Aprender a lidar e superar as
adversidades é o que nos faz ser quem somos. Cada desafio, a cada dificuldade
que enfrentamos com êxito na vida serve para fortalecer a nossa força de
vontade, confiança e capacidade de vencer os obstáculos futuros.
Heródoto,
filósofo grego, disse: “A adversidade tem o efeito de atrair a força e as
qualidades de um homem que as teria adormecido na sua ausência.”
Quando
você responder de forma positiva e construtiva aos seus maiores desafios, as
qualidades as forças e virtudes como, coragem, caráter, combatividade,
esperança e perseverança emergem lá de dentro. É claro que, dado que somos
humanos, é muito fácil cairmos na auto-piedade, na injustiça da vida, ou na
armadilha do “porquê eu?”. Quando fazemos isso, deixamos de reconhecer as
oportunidades de sabedoria e de crescimento que acompanham a adversidade. No
entanto, assim que conseguimos ou nos permitimos pensar mais claramente, que
somos capazes de deixar a vitimização auto-destrutiva e pensamentos
improdutivos, também ficamos mais capacitados
para lidar com o que está diante de nós.
DICAS
PARA SUPERAR A ADVERSIDADE
1.
Esteja atento, e aceite que a adversidade é inevitável na vida. Como já foi
referido, a adversidade faz parte da vida. Uma vez que nos aconteça algum
infortúnio, não o aceitar ou resistir-lhe só vai fazer com que persista. Não
quero dizer com isto, que sejamos passivos ou complacentes com a adversidade e
que ao aceitá-la nada façamos para minimizar ou recuperar dela. Não é nada
disso, o que quero dizer é que aceitar é um caminho para se desprender e
reestruturar-se. É uma forma viável de procurar caminhos alternativos e seguir
em frente. Onde quer que possamos ir existe
certamente alguma forma de adversidade, mesmo que não seja a nossa. Há
inundações, tsunamis, guerras e calamidades de todos os tipos. Mesmo dentro do
seu próprio círculo de familiares e amigos há perda, morte e tragédia. Embora a
dor seja inevitável, o sofrimento exacerbado é opcional. Tal, como por
contraste a felicidade é possível mas é opcional. Então o que podemos fazer?
2.
Construa os seus recursos internos. Antes que a adversidade o atinja, deve
propor-se a trabalhar no seu equilíbrio emocional, deve fortalecer a sua
musculatura emocional, coragem e disciplina. Quando você se torna consciente de
que algumas dificuldades são inevitáveis, você pode preparar-se mentalmente
para enfrentar as adversidades de cabeça erguida. Não será muito diferente do
sentimento de um soldado que vai para a guerra. Ele (ou ela) prepara-se física
e mentalmente para qualquer possibilidade. O militar sabe que pode ser
desastroso, assustador, e esgotante, mas ele sente-se preparado e equipado com
um conjunto de estratégias que lhe permitem enfrentar a situação com coragem.
Na maioria das vezes, quando você está preparado para o pior, o pior nunca
acontece, ou é muito menos grave do que o previsto.
Atenção,
não estou dizendo que nos devemos movimentar na vida sempre em alerta, a ver
onde está o perigo ou com o sentimento de que estamos na eminência de nos
acontecer algo de ruim. Não, isso não é benéfico, pelo contrário, pode ser
contraproducente. Mas tal como um médico, enfermeiro, bombeiro, ou paramédico,
ou você mesmo se prepara com um curso de primeiros socorros para agir em
consonância quando for necessário salvar uma vida em aflição eminente, assim
deveremos fazer nós. A preparação para reagir, para agir e saber como atuar em
situações difíceis, é como um Kit de Primeiros Socorros para quando o “azar” nos bater à porta. Se
tivermos e soubermos usar, certamente evitaremos danos maiores.
Outro
recurso valioso é a auto-confiança. A confiança de que tudo vai dar certo, a
esperança que sempre há uma luz no fim do túnel, e esperança que “este
infortúnio também passará.” Tudo na vida tem o seu lugar e propósito, cabe-nos
a nós fazer essa gestão.
3.
Construa os seus recursos externos. Construa um sistema de apoio baseado na
família e nos amigos. Quando as coisas ficam difíceis, todos nós precisamos de
encorajamento e apoio. Precisamos de alguém com quem conversar, alguém para
ajudar a aliviar o fardo. Você ficaria surpreso ao descobrir quantas vezes um
amigo teve uma experiência semelhante e pode ajudar a guiá-lo no momento difícil.
O fato de saber que um amigo está lá quando você precisa dele, pode ser muito
reconfortante. Se a sua condição perante a adversidade não for ultrapassada e
gerar problemas psicológicos como a depressão ou ansiedade, não hesite em
procurar ajuda profissional, seja através de uma consulta de psicologia ou de
um grupo de suporte específico, como, por exemplo, determinados grupos de
ajuda.
4.
Aquilo que não mata nem sempre faz você mais forte. Desculpe Nietzsche, mas não
posso concordar integralmente na afirmação, “o que não nos mata torna-nos mais
fortes“, ela não é completamente realista. Por exemplo, se você não tiver
construído e desenvolvido determinados tipo de resistência ou experiência
suficientes para lidar com a dificuldade, a adversidade pode esmagá-lo. Por
outro lado, se você tem resistência suficiente, se desenvolveu e trabalhou
determinadas forças, então na verdade isso vai fazer você ficar mais forte.
Como assim, você pergunta? A Resiliência como qualquer músculo no nosso corpo é
construída gradualmente e exponencialmente com a exposição repetida aos
obstáculos e às forças externas. Não necessariamente, se você não tem prática
no enfrentamento dos obstáculos (como quando você escolhe evitá-los), se você
decidir ainda assim propor-se ao desafio de tentar, a coisa certamente correrá
mal, um evento traumático pode derrubá-lo. Como tudo na vida, a preparação é
amiga da eficácia e do sucesso. Sem preparação o fracasso é uma possibilidade
muito forte.
Para
sublinhar este ponto, as pesquisas de desenvolvimento tem mostrado que crianças
traumatizadas são mais, e não menos, prováveis de virem a sofrer novamente de
algum tipo de trauma ou consequência negativa. Da mesma forma, aqueles que
crescem em bairros difíceis têm uma propensão para o desequilíbrio emocional, tornam mais susceptíveis perante a
adversidade, não se tornam mais resilientes, e são mais propensos a debater-se
na vida.
5.
Inspire-se e aprenda com os outros que têm que lidar com o sucesso e com a
adversidade. Há muitas histórias inspiradoras de pessoas que superaram
obstáculos aparentemente intransponíveis. Eles triunfaram sobre as suas
adversidades para viver uma vida produtiva e bem-sucedida, em vez de se
renderem a elas. Para aprofundar este tema, leia: Porque razão desistimos dos
nossos objetivos.
Não
quero com isto dizer que ao ver, ler ou assistir aos feitos dos outros os seus
problemas ficam resolvidos, ou que isso diminuirá a dor ou o sentimento que
tem. Provavelmente não, e essa não é a minha intenção. No entanto, ao tomar
consciência das estratégias e formas que essas pessoas accionaram e/ou
utilizaram para fazer face aos seus problemas ou para ir ao encontro dos seus
sonhos e objetivos, pode promover e estimular em si uma mudança de perspetiva
face à sua situação. Este mudança de perspetiva pode ser promotora para
descobrir novos caminhos para a resolução da situação difícil em que se
encontra.
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