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A casa caiu

Posted by Cottidianos on 04:05
Sábado, 16 de novembro

Imagem: http://vitimasfalsoscondominios.blogspot.com.br/2013/09/a-quem-interessa-sucatear-policia.html


Assistia, tranquilamente, o noticiário televisivo, no final da noite de quarta-feira (13), quando fui surpreendido pela manchete: STF emite mandado de prisão para 12 envolvidos no escândalo do mensalão. Acompanhei, incrédulo, a reportagem. Era mesmo do Brasil que estavam falando? Teria eu sonhado enquanto assistia a TV? Felizmente, era verdade o que dizia a matéria.

A decisão havia sido fruto da 31ª sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, que foi comandada por um jurista da mais alta competência e baseado em sólidos princípios éticos: Joaquim Barbosa, Presidente do Supremo e relator do caso do mensalão. A sessão foi aberta às 15hs e se estendeu, sob acalorados debates, até as 21h30, quando foi encerrada. Assim se expressou Joaquim Barbosa, em relação às medidas que gostaria que fossem aprovadas pelos colegas de colegiado; “Assim, senhores ministros, em todos os casos, com exceção de João Paulo Cunha, entendo que é imperativo dar início a execução do acórdão condenatório, devendo ser declarado o trânsito em julgado das condenações contra as quais não cabem embargos infringentes. A segunda medida que proponho é que sejam lançados os nomes dos réus no rol dos culpados. A terceira medida é que sejam expedidos os mandatos de prisão”. Os colegas de colegiado votaram a favor das recomendações do relator. Às 21h30, quando foi encerrada a sessão, o sentimento era de dever cumprido... E de respeito às leis e ao povo brasileiro. Obrigado, senhores ministros. Queira Deus, continue essa Suprema Corte, tomando decisões que coloquem o Brasil no rumo de uma nação na qual os criminosos sejam condenados e onde as prisões não sejam apenas e tão somente para os mais pobres e marginalizados.

Os condenados do mensalão que tiveram a prisão decretada, começaram a se entregar a polícia na noite de sexta-feira (15), em três cidades diferentes: São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. Passaram a noite na carceragem da Polícia Federal desses Estados. Aos poucos eles iam se entregando à polícia. Alguns exibiam ares de injustiçados, como os petistas José Dirceu e José Genuíno. A justiça brasileira cochilou um pouco e, um deles, Henrique Pizzolato, ex-Diretor de Marketing do Banco Central, condenado a 12 anos e sete meses de prisão pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva fugiu para a Itália.

Os presos foram levados todos de uma só vez para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde ficarão até que o ministro Joaquim Barbosa, decida onde cada um vai cumprir a pena. Primeiramente o avião da PF pousou no Aeroporto de São Paulo/Congonhas, onde embarcaram José Dirceu e José Genuíno. Depois se dirigiu ao Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, onde os mensaleiros condenados daquele Estado embarcaram, entre eles o operador do esquema do mensalão, Marcos Valério.

Às 17h47 deste sábado, a aeronave da Polícia Federal (PF), chegava ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, em Brasília. Na Capital Federal, desembarcaram nove, dos doze prisioneiros. Dois réus já esperavam o grupo em Brasília: o ex-tesoureiro do PL (atual PR), Jacinto Lamas e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Não fosse o fugitivo e agora procurado pela Interpool, Henrique Pizzolato, o grupo estaria completo. Na Superintendência da PF, os prisioneiros serão submetidos aos procedimentos de praxe à que são submetidos todos os prisioneiros, como o exame de corpo de delito.

A decisão do Supremo Tribunal Federal de mandar prender os envolvidos no escândalo do mensalão, não surpreendeu apenas a mim, mas também a todo o país. Nós, brasileiros, acostumamo-nos a ver os ricos e poderosos, que causam grande mal a nação, aos desviarem milhões e bilhões de reais dos cofres públicos, saírem ilesos dos crimes dos quais são acusados e ainda terem os processos nos quais estiveram envolvidos, arquivados nas gavetas do esquecimento.

José Genuíno de José Dirceu dizem que são inocentes e, portanto, presos políticos. Ora, segundo o site Wikipedia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal), preso político é “Um indivíduo encarcerado numa prisão pelas autoridades de um país por exprimir, por palavras ou atos, a sua discordância com o regime político em vigor”. Sendo assim, como eles podem ser presos políticos quando quem está na situação é o próprio partido ao qual eles pertencem. Além disso, Dirceu diz que vai recorrer aos Tribunais Internacionais, mas a probabilidade de ele conseguir uma decisão favorável por lá são praticamente nulas.

Veja abaixo a lista dos 11 réus condenados e que já estão presos em Brasília. Incluo também na lista o nome de Henrique Pizzolato, que está foragido:

José Genoino
Deputado federal licenciado e ex-presidente do PT
Pena de 6 anos e 11 meses de prisão
Começa a cumprir pena em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa

José Dirceu 
Ex-ministro da Casa Civil
Pena 10 anos e 10 meses
Começa a cumprir pena em regime semiaberto pelo crime de corrupção ativa

Delúbio Soares
Ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares
Pena de 8 anos e 11 meses
Começa a cumprir pena em regime semiaberto

Marcos Valério
Empresário e apontado como o operador do esquema
Pena de 40 anos, 4 meses e 6 dias
Começa a cumprir pena em regime fechado

Cristiano Paz
Publicitário e ex-sócio de Marcos Valério
Pena 15 anos, 11 meses e 20 dias
Começa a cumprir pena em regime fechado

Simone Vaconcelos
Ex-funcionária de Marcos Valério
Pena de12 anos, 7 meses e 20 dias
Começa a cumprir pena em regime semiabertoK

Kátia Rabello
Ex-presidente do Banco Rural
Pena de 16 anos e 8 meses
Começa a cumprir pena em regime fechado

José Roberto Salgado
Ex-executivo do Banco Rural
Pena de 16 anos e 8 meses

Jacinto Lamas
Ex-tesoureiro do PL
Pena de 5 anos
Começa a cumprir pena em regime semiaberto

Romeu Queiroz
Ex-deputado
Pena de 6 anos e 6 meses
Começa a cumprir pena em regime semiaberto

Ramon Hollebarh
Publicitário
Pena de 29 anos, 7 meses e 20 dias
Começa a cumprir pena em regime fechado


 ***
(foragido) Henrique Pizzolato
Ex-diretor do Banco do Brasil
Pena de 12 anos e 7 meses
Começa a cumprir pena em regime fechado








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