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Da ignorância política, livrai-nos Senhor
Posted by Cottidianos
on
00:12
Terça-feira,
01 de novembro
“Perdão, Senhor, tantos erros cometi
Perdão,
Senhor, tantas vezes me omiti
Perdão,
Senhor pelos males que causei
Pelas
coisas que falei, pelo irmão que eu julguei
Perdão,
Senhor, pelos males que causei
Pelas
coisas que falei, pelo irmão que eu julguei”
(Perdão Senhor – do cancioneiro
católico)
Mais
uma vez, os leitores de 57 municípios brasileiros, divididos em 20 Estados,
foram votaram neste domingo (30), para a escolha dos seus prefeitos. Dentre
esses 57 municípios, 18 capitais estaduais voltaram às urnas.
O resultado
foi uma repetição, uma confirmação, para ser mais preciso, daquilo que já havia
acontecido no primeiro turno; milhões de
votos em brancos e nulos, que, de certo modo, demonstram o grande
descontentamento do brasileiro para com a classe política; o avanço do PSDB,
que, com o resultado destas eleições, sai com o pé na frente na corrida
presidencial de 2018; Geraldo Alckmin saí, mais do que nunca favorito nessa
corrida, e por último, é preciso destacar a derrocada do PT.
Diante
de tantos escândalos, alguns brasileiros ainda se perguntavam: O que acontecerá
com o Partido dos Trabalhadores depois que as urnas forem abertas, depois de
todos esses escândalos envolvendo importantes lideranças do partido? O
resultado para o PT foi uma escancarada derrota.
O partido
perdeu, inclusive, em São Bernardo do Campo (SP), berço que o viu nascer. Juntando
o resultado dos primeiro e segundo turnos, o PT desponta como o maior perdedor
dessa eleição. Conseguiu eleger apenas 254 prefeitos, quantia bem inferior, se
comparada aos 638 que conseguiu alçar ao poder nas eleições de 2012. No ranking
das prefeituras, o PT ocupava a terceira posição entre os partidos com maior
número de prefeitos, agora, no último pleito, caiu vertiginosamente para décimo.
É a irresponsabilidade na gerencia da coisa pública, e o descaso de seus
governantes pagando um alto preço.
Já
o PSDB viu a sua fatia do bolo crescer. O partido conseguiu eleger 803
prefeitos. Está rindo à toa, e não é pra menos.
Um
fato interessante a destacar, um não, dois fatos interessantes a destacar, é
que o ex-presidente Lula, e a ex-presidente Dilma não compareceram em suas
seções eleitorais, em suas cidades para votarem nos candidatos de sua
preferência. Lula, em São Bernardo, e Dilma, em Porto Alegre, respectivamente. Eles
que, em áureas épocas, andavam tão impolutos e confiantes quanto pavões,
recolheram-se à sua vergonha. Isso é um fato bastante significativo para quem
há bem pouco tempo atrás cantava de galo.
Outro
fato bastante significativo nestas eleições foi a eleição do bispo da Igreja
Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella, para a prefeitura da segunda
maior cidade brasileira: o Rio de Janeiro. Crivella, que já provocou católicos,
umbandistas, candomblecistas, o movimento LGBT, e sabe-se lá mais quais
minorias, adotou um discurso mais acolhedor, de um Estado laico que acolhe a
todos. Será que um governo evangélico acolherá mesmo a todos?
A bancada
evangélica na Câmara, por exemplo, não nos trouxe nenhum avanço em termos de
direitos humanos. Por falar nela, nessa bancada BBB, bancada do boi, da bala, e
da bíblia, é contraditório que ela jogue pedra na minoria, como os hipócritas no
tempo de Cristo lançavam pedras nos pecadores, e jogue flores nos corruptos —
sim pois eles não são apenas privilégio de nossa época — assim como faziam os
fariseus no daquela época.
Não
precisa ser vidente para vislumbrar o futuro de nosso cenário político, basta
apenas, como profetas, ficarmos atentos aos sinais dos tempos. E para que haja mudanças,
também como o exemplo dos profetas, não bastas que fiquemos de braços cruzados.
É preciso subir aos montes e gritar a nossa verdade. É preciso percorrer os
desertos de nossa existência levando água da mudança às mentes ressequidas pela
ignorância. E dessa terrível ignorância política, livrai-nos, Senhor.
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