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Aventura na América
Posted by Cottidianos
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00:59
Quinta-feira,
10 de novembro
— Como sabem, herdamos um orçamento bem
ruim do presidente Trump. Como está a situação secretário Millhouse?
— Estamos falidos.
— O país está falido? Como é possível?
— Lembra de quando a última
administração resolveu investir nas crianças de nossa nação. Foi um grande
erro.
— O programa de café da manhã balanceado
criou uma geração de supercriminosos ultrafortes. E o basquete da meia noite os
ensinou a funcionar sem dormir.
— E a minha promessa de construir a
maior biblioteca móvel do mundo, temos dinheiro pra isso?
— Não. E já pedimos emprestado ao FMI.
O
diálogo acima foi extraído do episódio, Bart no Futuro (Bart to The Future), exibido
em março de 2000. No episódio, Lisa assume a presidência dos Estados Unidos,
logo após o mandato de Donald Trump, e é informada por seus assessores de que
recebeu dele um país falido. Era uma previsão? É a vida imitando a arte? Na verdade,
tudo não passou de uma brincadeira, uma piada. Uma piada que se tornou
realidade às 5h32 de quarta-feira (9). Se for uma previsão futura, ela apenas
começou a se cumprir, e o futuro é sombrio. Claro que ninguém quer isso. Nem os
americanos. Nem os habitantes dos demais países. Afinal, os Estados Unidos são um
parceiro forte, tanto para as nações desenvolvidas, quanto para as nações menos
desenvolvidas, ou em desenvolvimento. Mas o que os especialistas dizem é que os
americanos, ao elegerem Donald Trump presidente, deram um tiro no escuro.
O mundo
acordou em choque com a notícia, que se temia, mas não se esperava que
acontecesse.
Imaginem
vocês, se abrirem as urnas no Brasil para a próxima campanha presidencial, tivéssemos
a notícia de que o candidato eleito era Jair Bolsonaro, ultraconservador, que
direta, ou indiretamente, já defendeu a cultura do estupro e a volta da
ditadura. Certamente, o país amanheceria em choque. É mais ou menos, a situação
que as eleições que as urnas americanas fizeram revelar.
Se
colocadas em uma balança as ideias defendidas por Trump durante a campanha
eleitoral, e o peso geopolítica da política americana, o governo de Trump pode
colocar em risco, não apenas a consolidada democracia americana, mas o mundo em
uma era de retrocesso nas áreas política, social, e econômica, e cultural.
Após
a vitória inesperada e não prevista pelos institutos de pesquisa, o candidato
vencedor fez um discurso conciliador. Quem sabe na tentativa de acalmar os
mercados que amanheceram nervosos com a notícia. Quem sabe na tentativa de
suavizar uma presidência ainda não começada.
Apesar
de um presidente em um regime democrático não governar sozinho, apesar desse
precisar das instituições democráticas que lhe ponha freio, caso alguma decisão
esdrúxula seja tomada, é certo que uma homem é o conjunto de suas ideais e seus
pensamentos, e o vencedor das eleições americanas expressou um lado xenófobo,
intolerante e violento que assustou o mundo.
Agora,
uma das maiores economias do planeta está nas mãos de um aventureiro. Se isso será
bom ou não, só o tempo dirá. Assim como os ingleses deram um tiro no escuro
quando decidiram sair da União Europeia, os Estados Unidos deram um tiro no
escuro ao eleger Donald Trump.
Também
será o tempo a dizer se Trump tem ou não tem condições de comandar uma das
maiores locomotivas do planeta. Durante a campanha eleitoral, o atual
presidente, Barack Obama disse que Trump não tem preparo para conduzir o país.
Terá Obama razão?
A
resposta para essas e outras questões está voando no vento. E a quem ele irá sussurrar
a resposta certa? O problema do vento é que ele não fala, apenas mostra sinais,
cabe ao homem sábio, decifrá-los, ou não.
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