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O Ministério Público Federal e a luta contra a corrupção
Posted by Cottidianos
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00:20
Segunda-feira,
04 de julho
“Ele vai subir novamente lá no morro
Apertando mão em mão, pedindo voto de novo.
A rapaziada já sabe que é o ladrão do dinheiro do
povo!
Toda favela já sabe que é o ladrão do dinheiro do
povo!
Quando ele está em campanha
Diz que vai resolver toda situação.
Depois de tá eleito adianta o seu lado
E dá uma banana para o meu povão
Perde a credibilidade, a moral e o pudor
Tira o pão da boca das crianças
Do aposentado e do trabalhador!”
(O Vírus da Corrupção
– Bezerra da Silva)
Finalizei
minha última postagem com uma fala do procurador federal Dallagnol, na qual ele
dizia, em entrevista à revista Época,
que a corrupção mata mais do que o homicídio. Resolvi trazer essa entrevista,
publicada pela revista Época, em agosto do ano passado, para esse blog, por que
as falas do procurador refletem muito do meu pensamento e muito do que eu tenho
falado neste blog a respeito do assunto.
Quando
a entrevista foi publicada, Dallagnol encabeçava uma campanha que convocava os
brasileiros a participar de um abaixo assinado com medidas que propunham dez
medidas contra a corrupção. A campanha promovida pelo Ministério Público
Federal tinha como objetivo levar as assinaturas para o Congresso para que as
medidas se tornassem leis efetivas contra a corrupção.
A campanha
foi um sucesso. O “10 medidas contra a corrupção" recebeu 2 milhões de
assinatura, que, no final de março deste ano, foram entregues ao Congresso
Nacional. As medidas propostas pelo Ministério Público Federal, com o apoio da
população brasileira, têm como objetivo aprimorar a legislação brasileira, e propõe
aumento de penas, conscientização da população sobre o tema, e formas de
aceleração dos processos. No total foram colhidas 2.028 milhões de assinaturas
em todo o país, em uma campanha que envolveu mais de 1.000 instituições, como
por exemplo, universidades, organizações não governamentais, igrejas, dentre
outras.
As
assinaturas, que simbolizam nossa confiança, foram depositadas nas mãos dos
representantes eleitos com nossos votos. E o que eles fizeram? Nada. Devem ter
colocado nas gavetas, pois da campanha, 10
Medidas contra a Corrupção, não temos ouvido falar. A Câmara dos Deputados,
onde foram entregues as assinaturas, estava e está muito ocupada tentando
salvar um corrupto chamado Eduardo Cunha, e não deve mesmo ter tempo para
tratar de medidas contra a corrupção.
Eu
também disse na última postagem que o Brasil estava numa UTI (Unidade de
Tratamento Intensivo). Roberson Pozzobon, procurador do Ministério Público Federal,
que atua na Lava Jato, também pensa da mesma forma. Ele também percebe a
inércia do Congresso em adotar medidas contra a corrupção, mesmo acontecendo
casos de corrupção de repercussão internacional, praticamente, todos os dias,
em nosso país. Ao jornal, O Estado de Minas, ele aponta duas alternativas que o
Congresso pode adotar em relação a essa situação gritante de corrupção escancarada
que ocorre no país. Diz ele: “Ele (Congresso
Nacional) pode escolher em ser uma casa
de reabilitação e cura para este sistema corrupto que infelizmente vivemos ou,
por outro, pode ser uma casa leniente, uma casa que aceite a corrupção como
regra de negócio jurídico e a cartelização como regra nos certames públicos.
Espero que a primeira seja adotada”.
Com
a intensidade de escândalos de corrupção vindo à tona, todos os dias, quase
sempre, e na maioria das vezes, envolvendo, políticos, direta ou indiretamente,
compreendemos muito bem porque o Congresso cruza os braços e fecha os olhos aos
casos de corrupção envolvendo seus pares. Todos eles estão com rabo preso na
roda das maracutaias. Mas, e o Senador Delcídio Amaral não foi cassado pelos
pares? Pode perguntar você. Ao que eu digo: em minha opinião, Delcídio não foi
cassado por uma atitude de justiça ou ética por parte dos “nobres” senadores. A
cassação de Delcídio me pareceu mais vingança, uma vez que o senador cassado
delatou seus parceiros no campo político. E o que nós queremos? Justiça de
verdade, que puna de fato. É isso o que queremos, não vingança.
Apenas
lembrando: No Senado, 31 dos 80 senadores são alvo de processos, e na Câmara,
nem se fala... Dos 513 deputados, 273 estão encrencados, ou com a Justiça, ou
com os Tribunais de Contas. E se procurar direito, ainda se poderá achar um
número maior de encrencados, tanto na Câmara, quanto no Senado.
E
o grito das ruas? Onde está que não se ouve mais? Não era hora de sair,
novamente às ruas, e exigir que essas medidas contra a corrupção sejam tornadas
leis. Coisa que, em minha opinião, deveria ser prioridade número 1, e nem
precisar de coletas de assinaturas, e tudo mais.
Ou
será que o grito das ruas era apenas e tão somente contra Dilma Rousseff e seu
desastroso governo?
Bem,
creio que já falei demais e ainda tenho que apresentar a vocês a entrevista de Dertan Dallagnol, concedida em agosto de 2015, à revista Época, e ainda atual
em seus pensamentos e considerações.
***
Dertan Dallagnol |
“A corrupção mata mais que um homicídio”, diz
o procurador Dallagnol
Para
o coordenador da Lava Jato em Curitiba, o combate à corrupção exige mudanças
nas leis.
FLÁVIA
TAVARES
06/08/2015
O
procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Operação Lava Jato em
Curitiba, lançou em 27 de julho um vídeo em que convoca os cidadãos a
participar de um abaixo-assinado. A iniciativa é parte de uma campanha do
Ministério Público Federal, que propõe 10 medidas contra a corrupção. Se forem
colhidas 1,5 milhão ou mais de assinaturas, as medidas podem se tornar um
projeto de lei de iniciativa popular, como aconteceu com a Ficha Limpa. O vídeo
de Dallagnol passou a ser compartilhado em redes sociais. O procurador falou
com ÉPOCA sobre a campanha e sobre a esperança que a Lava Jato trouxe aos
brasileiros. "A Lava Jato traz esperança, porque pela primeira vez estão
sendo atingidas pessoas de alto nível econômico e político de modo simultâneo.
E porque nunca vimos cifras de recuperação de valores nem perto do que estamos
vendo nesse caso. Mas a esperança de transformação profunda só vai ser alcançada por meio de
mudanças sistêmicas", diz Dallagnol.
ÉPOCA - Qual o objetivo final das dez
medidas propostas pelo Ministério Público Federal de combate à corrupção?
Deltan Dallagnol - As medidas
têm três enfoques principais. O primeiro é preventivo, é evitar que a corrupção
aconteça. O segundo enfoque é conseguir a punição e a recuperação desses
valores desviados de modo adequado. E o terceiro é acabar com a impunidade. Não
adianta termos a punição adequada se a impunidade persistir. Existe uma relação
muito estreita entre corrupção e impunidade. É um círculo vicioso. Quem diz que
a impunidade estimula a corrupção não é o Deltan, mas são as pessoas que mais
estudam corrupção no mundo. São autores como Susan-Rose Ackerman, referências
mundiais no assunto. Eles dizem que a pessoa que pratica corrupção faz uma
análise de custo e benefício. Nos custos, a pessoa analisa o tamanho e a
probabilidade de punição. Autores de criminologia americana que estudam o crime
de colarinho branco também citam a punição séria e efetiva como uma política
sadia de enfrentamento desse tipo de crime. Digo isso porque há o discurso de
que a punição não resolve o crime. Mas depende do tipo de crime cometido. A
criminalidade de rua não segue essa regra. Crimes passionais ou praticados por
pessoas viciadas, fora do eixo, são diferentes. A corrupção é um crime racional
e envolve essa análise de custo benefício.
ÉPOCA - E quais são as principais
medidas?
Dallagnol - Na parte
preventiva, nós propusemos a vinculação de um percentual da publicidade da
União, dos Estados e dos municípios a campanhas de marketing contra a
corrupção, como existem em outros países. Hong Kong é uma inspiração, porque
tinha uma corrupção endêmica, como no Brasil, e hoje ocupa a 17ª posição no
ranking de honestidade e transparência internacional. Eles fizeram várias
campanhas, anualmente, tanto para o cidadão comum quanto para o alto executivo.
Existe uma aparente cultura de intolerância com a corrupção, mas quando olhamos
pesquisas de institutos sérios, observamos que as coisas estão muito longe do
ideal e que nós precisamos desenvolver uma cultura em que a pessoa vincule a
corrupção de modo muito prático com malefícios a si, às pessoas que ele ama e à
sociedade. São os pequenos atos de corrupção que abrem brecha para atos maiores
e mais sérios como aqueles que a gente vê na nossa investigação. Também
queremos a fixação em toda repartição pública de cartazes que digam quais as
taxas que são cobradas ali e seu valor, para evitar cobrança de taxas
indevidas. Essa é uma medida recomendada internacionalmente. Propomos ainda
programas de conscientização em escolas e universidades e estabelecimento de
códigos claros de conduta.
ÉPOCA - O MPF propõe aumento nas penas
aos corruptos?
Dallagnol - Eu disse
publicamente na semana passada que a pena é uma piada de mau gosto. Hoje, a
pena para os corruptos gira em torno da mínima, de dois anos, dificilmente
passa dos quatro anos. Ela normalmente é substituída por prestação de serviços
à comunidade, e é perdoada depois de cumprida um quarto dela, por um decreto de
indulto natalino. As penas não freiam ninguém. O freio que existe hoje é apenas
o ético, não o jurídico. A corrupção hoje é um crime de
baixo risco a alto benefício. Se a pessoa não tem o freio ético, hoje a
corrupção vale a pena. A ideia dessas medidas é tornar a corrupção um
crime de alto risco, porque os danos que ela produz são muito graves. Para que
a própria pessoa queira ficar longe da corrupção. Nós propusemos uma pena
mínima de quatro anos. E penas gradativas, de acordo com o volume desviado.
Quando o valor desviado supera os R$ 80 mil, a pena passa a ser de 7 a 15 anos.
ÉPOCA - Por que R$ 80 mil?
Dallagnol - São cem
salários mínimos, são cem vezes o que vários brasileiros ganham para viver. A
partir desse valor, a corrupção passa a ser crime hediondo e não cabem mais
aqueles indultos que perdoam a pena depois do cumprimento de pequena parte
dela. Quando a corrupção for superior a R$ 800 mil, a pena passa a ser de 10 a
18 anos. Acima de R$ 8 milhões, passa a ser de 12 a 25. Para termos de
comparação, a pena de um homicídio qualificado vai de 12 a 30. Isso significa
que a corrupção ainda continuaria tendo pena menor do que a do homicídio
qualificado, sendo que com esses valores ela mata muito mais do que um homicídio.
Ela mata quando tira R$ 200 bilhões dos cofres públicos por ano no Brasil. Ela
mata quando a estrada fica esburacada porque o administrador corrupto não pode
aplicar uma multa na empresa porque está com o rabo preso com aquela empresa.
Aquele buraco na estrada vai gerar uma morte. A corrupção tem efeitos concretos
e drásticos. Também propomos fechar as brechas por onde o dinheiro escapa. Uma
das medidas prevê que seja possível recuperar o recurso desviado ainda que o
criminoso morra ou que o caso prescreva.
ÉPOCA - Na frente da impunidade, o que o
MPF propõe?
Dallagnol - A demora de
julgamento de um réu de crime de colarinho branco é de 10 a 20 anos. Temos três
instâncias recursais. Desconheço outro país em que isso exista. Em diversos
países, a execução da pena acontece após o julgamento de segunda instância. E
nossa corte superior julga 100 mil casos por ano, quando a Suprema Corte
americana, com número parecido de ministros, julga 100. Essa demora, combinada
com o modo como funciona nosso sistema de prescrição, é uma máquina de
impunidade. A prescrição foi criada como um remédio para obrigar o Estado a se
mexer para punir alguém. O problema é que hoje, ainda que o Estado faça de tudo
para punir alguém que cometeu um crime, pela simples demora do Judiciário,
acaba acontecendo a prescrição. Esse é um dos flancos em que as propostas
atuam.
ÉPOCA - Por que o senhor se tornou uma
espécie de garoto-propaganda da campanha?
Dallagnol - A campanha é
institucional, a Procuradoria Geral da República (PGR) assumiu. Mas é claro
que, na força-tarefa, nós temos um pouco de senso de paternidade das medidas,
porque elas foram concebidas ali. Elas foram levadas à PGR, que gostou,
consultou diversos especialistas das diversas matérias e, por fim, foi feita
uma consulta ao público, para fechar um pacote final. Nós percebemos que a
sociedade estava colocando sobre a operação Lava Jato uma esperança de
transformação tal que nós não somos capazes de entregar. A Lava Jato traz
esperança, sim, porque pela primeira vez estão sendo atingidas pessoas de alto
nível econômico e político de modo simultâneo. E porque nunca vimos cifras de
recuperação de valores nem perto do que estamos vendo nesse caso. Mas a
esperança de transformação profunda só vai ser alcançada por meio de mudanças
sistêmicas. Nós já tivemos outros casos grandes de corrupção. Mas um caso não
impediu o outro. Se nós queremos atuar sobre a corrupção de modo a diminuir
seus níveis, nós efetivamente precisamos atuar sobre estruturas sistêmicas,
sobre a forma como o sistema funciona. São medidas que surgiram do desejo do
nosso coração, que foram encampadas pela PGR, porque é um desejo do coração de
todos os procuradores e do coração do brasileiro. Em razão disso, acabei
atuando de maneira ativa nas instâncias institucionais, junto com a Câmara, com
a PGR, para angariar pessoas dentro do MPF que possam ser multiplicadoras, para
fazer essa divulgação. Naqueles eventos de 2013, havia uma grande indignação
popular. Mas não havia uma ponte para alcançar a transformação. Essas medidas
funcionam como uma espécie de ponte de ouro. Ou, ainda, é como se nós
tivéssemos um grande banhado de indignação em 2013 e o que precisamos fazer é
canalizar essa indignação em rios que nos levem a algum lugar.
ÉPOCA - Como o senhor responde às
críticas de que a campanha surge contra um determinado governo ou contra alguns
partidos?
Dallagnol - A
partidarização da corrupção é um erro. É algo conhecido na ciência como teoria
da maçã podre. É uma teoria errada de enfrentamento da corrupção, porque parte
da ideia de que a corrupção é produto de uma maçã podre dentro de uma cesta de
maçãs sadias. Então, para resolver, seria só remover a estragada. Mas isso
esconde o fato de que a corrupção é produto de uma série de fatores e
condições. E que, se nós quisermos alterar a forma como as coisas têm
funcionado, temos de alterar esses fatores e condições. Há duas formas erradas
de aplicar essa teoria. Um jeito é o governante falar que o problema da
corrupção é de um indivíduo específico do órgão que se corrompeu, negando o
contexto. O outro jeito é o cidadão olhar para o governante e falar que a
corrupção é um problema do governante A ou B, do partido A ou B.
ÉPOCA - A corrupção está pior hoje do que
foi no passado?
Dallagnol - A corrupção
não é de hoje no nosso país. A expressão “mar de lama” foi cunhada no governo
Getúlio Vargas e foi utilizada até hoje nos mais variados governos. Existe
notícia de corrupção na ditadura e, mesmo lá atrás, o Padre Antonio Vieira, no
sermão do Bom Ladrão, diz que pessoas da Coroa vinham ao Brasil não para buscar
o nosso bem, mas para buscar os nossos bens. Nós já erramos uma vez no Brasil,
esperando que um governante mudasse nossa história. Elegemos uma pessoa que
seria caçadora de corruptos, de marajás, e sabemos que essa história não acabou
bem. Então, se quisermos transformação, precisamos atuar no sistema,
independentemente do partido que esteja no poder ou da pessoa do governante. Se
fosse outro governante, é bem possível e provável que esquemas idênticos ou
similares estivessem acontecendo.
ÉPOCA - Há apoio para as medidas
propostas pelo MPF no Legislativo?
Dallagnol - Nesta fase,
estamos apresentando essas medidas para a sociedade, para que, caso a sociedade
entenda que elas são boas como nós entendemos que elas são, a própria sociedade
encampe e peça a seus representantes no parlamento a sua aprovação. Não estamos
numa articulação com congressistas. Se a sociedade se manifestar de forma
consistente, com mais de um milhão de assinaturas, acredito nas instituições,
creio que as medidas vão ser aprovadas pelo Congresso. Essas medidas repercutem
diretamente na nossa atividade. Nós não temos o papel de propor medidas dentro
do Congresso. Mas qualquer entidade social pode levar sugestões ao parlamento.
O que fazemos é o que diversos entes da sociedade fazem: conhecendo muito bem
uma realidade, pensar soluções que possam melhorar a realidade social
brasileira e trazer essas sugestões para a sociedade para sua avaliação. Não
estamos fazendo atividade política.
ÉPOCA - O senhor recebeu críticas sobre o
fato de ter ido a uma igreja evangélica falar da campanha na segunda-feira
passada.
Dallagnol - Eu fui a um
seminário expor, como expus para você, as medidas contra a corrupção, para que,
se assim entendessem, essas pessoas encampassem isso e buscassem que essas
medidas sejam aprovadas pelos nossos representantes. Eu tenho uma fé. Essa fé
tem base em princípios que afetam quem eu sou. Quando eu converso com pessoas
que têm a mesma fé, tenho a liberdade de me expressar pelo ponto de vista da
minha fé. Eu jamais misturaria a minha fé com a minha profissão para adotar
critérios não racionais. Meu trabalho como procurador é guiado pela lei e pela
Constituição, de modo laico. Eu tenho falado em procuradorias, em congressos de
empresários, para a maçonaria, temos contato com a Igreja Católica, com rotary
clubs, fizemos palestras em congressos totalmente laicos, de contadores,
médicos, ONGs. É um contexto muito maior de diálogo com a sociedade.
ÉPOCA - O senhor pretende usar a
manifestação do dia 16 de agosto para divulgar a campanha?
Dallagnol - Não, a gente
não vai se vincular a essa manifestação, porque ela já está com uma
característica de manifestação por impeachment e a gente não acredita que a
mudança da corrupção endêmica vai ser alcançada pela mudança de um governante.
Nossa atuação não é política. Então, não temos ligação com essa manifestação. É
claro que pessoas e entidades que queiram aproveitar que pessoas estão nas ruas
para colher assinaturas, vão poder colher, mas nós não vamos nos vincular a
isso por um risco de má interpretação da nossa postura e da nossa atuação.
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