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Vampiros brasileiros
Posted by Cottidianos
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00:12
Quinta, 20 de julho
Que momento de turbulência vive o
Brasil?
Será que de tudo isso virá alguma
mudança?
Só o tempo dirá.
É escandaloso o que fez o PT. É escandaloso
o que fez o PMBD. É escandaloso o que fez o PSDB. Mudemos o tempo verbal destas
frases na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo para a
terceira pessoa do singular do presente do indicativo e elas ficam assim: É
escandaloso o que faz o PT. É escandaloso o que faz o PMDB. É escandaloso o que
faz o PSDB. Idem para todos os partidos os partidos políticos deste nosso
Brasil.
Sim. Porque, apesar de em curso a maior
operação policial que o Brasil já conheceu, a Lava Jato, o desejo insano por
dinheiro, dinheiro e mais dinheiro — dinheiro sujo, enfatize-se — os vampiros
não pararam de sugar o nosso sangue. Oh, Drácula, vem, deixa as telonas, as páginas
dos romances, deixa o imaginário popular e leva estes filhos para a Pensilvânia.
Lá sim, eles terão sangue à vontade, e nós, teremos paz. Tem o vampiro Temer,
que nós todos tememos. Tem o Vampiro Lula. O vampiro sedento, talvez o mais
sedento de todos, Sérgio Cabral. E outros vampirões e vampirinhos, não menos
perigosos. Enfim, fica à vontade discípulos
teus não faltam por aqui nas matas de nossa política...
Por falar em sugar e escândalo, é
escandalosa a forma com que Michel Temer tem usado a máquina governamental para
comprar deputados, ou melhor para comprar o voto dos parlamentares.
Não é novidade nenhuma, apesar de ser
uma grande decepção, se as investigações contra o governo não avançarem, será
um desengano, mais um, se os deputados barrarem na Câmara dos Deputados o
prosseguimento das investigações contra Michel Temer. E pensem os caros
leitores e leitoras que não se trata de a Câmara dos Deputados condenar
sumariamente um presidente, trata-se apenas e tão somente de fazer com que a
denúncia contra ele, apresentada pela Procuradoria Geral da República, tenham
prosseguimento, e o presidente seja julgado pelo Supremo, após a conclusão das
investigações. Apenas isso.
Então porque e para que tanto empenho e
tantas manobras do governo? Mês de junho então, foi uma dinheirama que Temer
liberou para emendas parlamentares aos deputados que votaram nele na CCJ. E de
onde sai esse dinheiro, senhoras e senhores, senão do bolso do contribuinte?
E as negociatas sujas, o balcão de
negócios políticos continuarão por todo esse mês até que venha a votação em
plenário na Câmara que decidirá o futuro do governo sem futuro.
Claro toda essa dinheirama derramada na
compra dos “nobres” deputados apenas vem a onerar ainda mais o rombo das contas
públicas. E olhem que o rombo já é enorme. O que faz o governo então? Cobre um
santo e descobre outro. Ou seria melhor dizer cobre um diabo e descobre um
santo?
Nesta quarta-feira (19), o governo
decidiu aumentar o PIS e COFINS, tributos cobrados sobre a gasolina e o diesel.
O aumento desses tributos que incidem sobre os combustíveis, incidirão sobre o
preço dos mesmos, e como as coisas nessa área funcionam como efeito em cascata,
o consumidor brasileiro, logo sentirá os efeitos negativos dessa cascata no
aumento de produtos. Ora, se o governo quer cortar gastos, que comece economizando
algum cascalho no mercado dos deputados.
Outra coisa que causou rebuliço foi a
condenação do ex-presidente, Luís Inácio Lula da Silva, pelo crime de corrupção
passiva. A condenação do ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro foi de 9 anos e
meio de prisão no caso do triplex do Guarujá. Lula, como sempre, naquela
posição arrogante que lhe é característica, se diz perseguido político. Diz também
que o apartamento não o pertencia.
Moradores da vizinhança onde fica o tal
prédio, dizem que a falecida ex-primeira dama, Marisa e Letícia, e os filhos,
eram vistos com frequência em sorveterias e restaurantes nas proximidades do prédio,
e no próprio prédio onde fica o imóvel. Que faziam eles lá se não eram donos do
apartamento?
Mais espantoso do que ver Lula negar com
tanta veemência seus crimes, é ver que ele ainda está bem cotado nas pesquisas
para as próximas eleições. O ex-presidente foi sindicalista, sabe muito bem
como convencer as massas. Mas não seria a hora de os brasileiros saberem em
quem não votar para as próximas eleições? Será que não seria hora de os
eleitores saberem em que não colocar na cadeira presidencial?
Não é preciso ser nenhum expert no
assunto para saber que as intenções de Lula para um novo mandato não são as
melhores.
É certo também que não vemos no
horizonte nenhuma liderança capaz de nos apresentar um outro jeito de governo
que não seja esse modo ultrapassado e atrasado usado pelas velhas raposas do
mundo político. Nem mesmo para o voto consciente há alternativas boas. Mas se
não sabemos em quem votar, pelo menos em que não votar deveríamos estar
convictos quanto a isso.
Abaixo, este blog compartilha texto
escrito pelo jornalista Juan Arias, colunista do jornal El País Brasil. O texto
intitulado, Podem as urnas absolver Lula?,
foi publicado no referido jornal em 17 de julho.
***
Lula depois de pronunciamento MIGUEL SCHINCARIOL AFP |
Podem as urnas absolver Lula?
Brasileiros têm oportunidade de impedir
que os políticos moralmente mortos possam ressuscitar nas urnas
JUAN ARIAS
Em suas primeiras palavras, depois de
sua condenação a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro, o ex-presidente Lula lançou um desafio que merece ser analisado pela
sutileza e a gravidade que encerra. Lula, que continua se considerando inocente
e perseguido político, e nega todas as provas apresentadas conta ele pelo juiz
Moro, afirmou, depois de conhecer a sentença: “Só o povo brasileiro tem poder
de decretar meu fim”. Ao mesmo tempo, anunciou que, por isso, apesar de todas
as condenações judiciais, será candidato às presidenciais em 2018. A afirmação
de Lula apresenta um problema real e, ao mesmo tempo, perigoso: podem as urnas,
ao eleger um condenado por corrupção, absolvê-lo de seus crimes? Quem teria
mais força, uma sentença judicial ou uma decisão eleitoral?
O carismático e popular Lula conhece
como poucos a idiossincrasia das massas e não lhe falta capacidade de
convicção. Entende perfeitamente os mecanismos da comunicação e sabe como
reverter as coisas, conforme vê por onde sopram os ventos da opinião pública.
Sobra-lhe sagacidade política. Desse modo, Lula encontrou uma fórmula mágica
para esvaziar a sentença do tribunal de justiça que o condenou por corrupção, e
lança o maior dos desafios: quem pode e deve condená-lo não são os juízes, mas
a rua, os eleitores, com seu voto nas urnas.
A estratégia de Lula de exigir o veredito
dos eleitores, que, em seu caso, poderia acabar salvando-o da prisão, encerra,
porém, uma perigosa falácia. Significaria dar maior peso à opinião pública que
aos tribunais de Justiça. Se for certo, segundo Lula, que somente o povo tem o
direito de absolver ou condenar um político contra uma sentença judicial,
estaria sendo dado às eleições um poder de decisão que a Constituição não lhes
outorga. Se isso for certo, e prescindindo do caso particular do mítico Lula,
todos os políticos brasileiros (presidentes, senadores, deputados, governadores
ou prefeitos eleitos) estariam impossibilitados de ser julgados e condenados
pelos tribunais. Seriam inocentes pelo fato de terem sido eleitos, ou seja,
“absolvidos” nas urnas. Se for certo que a inocência ou culpabilidade dependem
do veredito eleitoral, existe o perigo de que nas próximas eleições de 2018
muitos dos políticos hoje denunciados, réus, até os já condenados pela Justiça,
possam considerar-se absolvidos se conseguirem ser reeleitos. Daí as manobras
que estão sendo detectadas no Congresso para que todos os envolvidos em
histórias de corrupção consigam a reeleição.
É um jogo perigoso, já que o que se
conhece pela experiência de corrupção política que o Brasil sofre é que a
maioria dos hoje denunciados ou condenados foram os que o maior número de votos
conseguiu nas urnas. Não costumam ser os maiores corruptos os que, aos disporem
de maiores meios financeiros, apresentam maiores possibilidades de serem
reeleitos? Será esse o novo desafio para o eleitor brasileiro em 2018: estar
alerta para não “absolver” nas urnas, como no passado, aqueles que são
notoriamente corruptos ou corruptores.
Deixemos, pois, que cada instituição
cumpra seu papel. Os tribunais de Justiça que julguem a culpabilidade ou
inocência dos políticos e que os eleitores se esforcem em votar em quem
considerem mais digno e mais bem preparado para presidir os destinos do país.
Como reza o dito do evangelho: “A César o que é de César, e a Deus o que é de
Deus”. Jesus provocou também os seus com o enigmático conselho: “Deixem que os
mortos enterrem seus mortos” (Mateus 8:21). Os brasileiros têm a ocasião, nas
eleições do próximo ano, de impedir que os políticos moralmente mortos possam
ressuscitar nas urnas.
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