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Um dia de rei e rainha para os plebeus
Posted by Cottidianos
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08:34
Segunda, 24 de julho
Deixando um pouco a política de lado,
deixando de lado os governos hipócritas que apenas gastam, gastam e gastam,
desequilibrando dessa forma as contas públicas, e depois fazem a população
pagar pelos seus erros com aumentos de combustíveis, aumento de impostos, e
outras decisões impopulares. Deixando de lado políticos que são amigos íntimos
de empresários e deles extorquem milhões para seus partidos e seus cofres
particulares, e depois que as coisas pegam fogo chamam esses mesmos empresários
de “bandidos”, “falastrões” “bisonhos”. Deixando de lado tudo isso, falemos de
coisas que não acontecem todos os dias e que chamam a nossa atenção, não
importando em que parte do mundo elas aconteçam.
Mas ainda antes de sair dessa seara de
vaidades e corrupção na qual se tornou a nossa política, pensemos na questão:
Como será que a revelação do desvio de tanto dinheiro se faz sentir na mente
daqueles a quem o sistema social jogou para fora de suas máquinas produtivas e
lucrativas, como por exemplo os moradores de rua, e aqueles que sobrevivem com
menos de um salário mínimo e ainda, com esse pouco, tem que alimentar mulher e
filhos, sem que para isso tenham que se converter ao tráfico, nem roubar
ninguém?
Que imagens se desenham no coração do
brasileiro honesto, pagador de impostos, ao saber que o dinheiro que paga de tributos
serve para comprar vinhos cuja uma única garrafa apenas é vendida a peso de
ouro? Como fica a consciência e o coração daqueles que sabem que o dinheiro que
poderia estar indo para a benfeitoria de hospitais, escolas, universidades,
teatros, e todas as atividades que favorecem o desenvolvimento da alma e do
espírito, está sendo gasto em banquetes luxuosos patrocinados por políticos
ladrões, e empresários desonestos, para os quais a vida humana daqueles a quem
governam e a quem servem, representa menos que um níquel?
Assim como, do nascer ao por do sol,
precisamos abastecer nosso organismo com comida e bebida, para que ele se mantenha
forte, saudável, e tenha energia para desenvolver as atividades que são
inerentes ao nosso ser e viver humanos, também é necessário que alimentemos
nossos pensamentos e sentimentos para que não sejamos presas fáceis da revolta
e do desanimo ao pensar sobre todo esse cenário vergonhoso pelo atravessamos em
campo político, do qual a ética, a decência e moral foram expulsos, e tiveram
que mudar para bem longe.
Quem se lembrará dos mais necessitados?
Que se lembrará daqueles a quem até simples visão de uma mesa para sentar, um
pão para comer e um pouco de café para beber parecem coisas utópicas?
Muitos daqueles que acreditam em um ser
superior, não importando a denominação religiosa a qual pertençam, seja
católico, espírita, evangélico, o qualquer outra com ideias nobres, ainda se
lembram, e saem pelas ruas, vielas e becos das cidades, no frio ou calor, na
chuva ou no sol, com um pouco de comida para saciar a fome daqueles que tem
fome, e com água para matar a sede daquelas cuja garganta está sedenta de água.
Esses anjos podem ser encontrados em qualquer lugar, em qualquer país, em
qualquer continente. Isso se chama solidariedade: dá sem esperar recompensas.
Lembrando que esse empenho em ajudar a
quem mais precisa parte também de organizações não religiosas.
Essa coisa de dar sem receber deve
parecer babaquice para a grande maioria de nossos políticos que apenas se
interessam em amealhar tesouros para si, enquanto a população fica à mercê da
própria sorte. Um exemplo gritante disto é o Estado do Rio de Janeiro, no qual
o governador Sérgio Cabral foi tão ávido por propinas, dinheiro sujo e ilícito,
tirando o alimento e o remédio da boca daqueles que mais precisavam, e hoje o
Rio se encontram em uma escalada impressionante de violência, servidores sem
receber salários, e escolas e hospitais às moscas, e um número altíssimo de
policiais assassinados. O Rio é hoje um Estado que recebeu grandes eventos, e
que do pódio das medalhas de ouro, foi jogado na poeira do abandono.
Sem contudo fugir ao tema de ceias e
banquetes, e boas ações, conforme prometido no primeiro parágrafo, este blog
sai um pouco do Brasil e de suas crises econômicas, morais e éticas, e vai até
Carmel, subúrbio do norte de Indianápolis, capital do Estado norte-americano de
Indiana.
Lá a atitude de uma noiva cujo noivado
foi desfeito, lembra-nos um pouco a parábola do grande banquete, relatada no
livro sagrado dos cristãos. Vamos visitar essa parábola , narrada no evangelho de
Lucas, capítulo 14, versículos, 16 a 24, ver o que ela nos conta?
Certo
homem estava preparando um grande banquete e convidou muitas pessoas. Na hora
de começar, enviou seu servo para dizer aos que haviam sido convidados: Venham,
pois tudo já está pronto. Mas eles começaram, um por um, a apresentar
desculpas. O primeiro disse: ‘Acabei de comprar uma propriedade, e preciso ir
vê-la. Por favor, desculpe-me’. Outro disse: ‘Acabei de comprar cinco juntas de
bois e estou indo experimentá-las. Por favor, desculpe-me’. Ainda outro disse:
‘Acabo de me casar, por isso não posso ir’. O servo voltou e relatou isso ao
seu senhor. Então o dono da casa irou-se e ordenou ao seu servo: ‘Vá
rapidamente para as ruas e becos da cidade e traga os pobres, os aleijados, os
cegos e os mancos’. Disse o servo: ‘O que o senhor ordenou foi feito, e ainda
há lugar’. Então o senhor disse ao servo: ‘Vá pelos caminhos e valados e
obrigue-os a entrar, para que a minha casa fique cheia. Eu lhes digo: nenhum
daqueles que foram convidados provará do meu banquete’".
Imagine que você é um noivo, ou uma
noiva cujo casamento acaba repentinamente quando tudo já estava pronto para a
grande festa: vestido, véu, e terno prontos para serem vestidos. Banquete
luxuoso para 170 convidados, pago. O custo da festa era de U$ 30.000, cerca de
R$ 96.000 mil. Por contrato pré-estabelecido entre as partes, o bufê não aceita
devolução dos valores pagos.
O que você faria além de sentar e
chorar? Ver o dinheiro a comida pela qual pagou ser desperdiçada? Uma noiva de
Indianápolis pensou rápido quando um fato semelhante desagradável aconteceu com
ela.
Sarah Cummins e noivo já estavam com
tudo pronto para o grande dia em que transformariam em um só seus caminhos na
vida. Mas algo não saiu como o esperado e o sonho foi desfeito.
A festa seria no Ritz Charles um luxuoso
centro de eventos da cidade. Arrasada, a noiva teve que ligar para 170
convidados e cancelar a festa e pedir desculpas pelo ocorrido. Ligou também
para os fornecedores.
Além do dor que vinha do coração partido,
uma dúvida que lhe atormentava o coração: o que fazer com a comida que já havia
sido encomendada para a recepção dos convidados? Jogar fora. Não era
desperdício demais.
Andando pelas ruas da cidade, Sara
Cummins, viu muitos moradores de rua. E pensou que aquelas pessoas humildes
nunca haviam tido a chance de estar em um lugar luxuoso e muito menos de
participar de um banquete de primeira linha.
Sara, que tem vinte e cinco anos, e
cursa Farmácia, na Universidade Purdue, logo soube que destino daria a comida
que havia encomendado para a festa de casamento: os moradores de rua seriam
seus convidados.
Em comum acordo com o ex-noivo, procurou
o Wheeler Mission Ministrie, organização beneficente não religiosa que trabalha
com moradores de rua, e ver de que modo poderiam fazer para dar outro rumo a
uma festa que seria de casamento.
Como ninguém faz nada sozinho, logo,
Sara recebeu ajuda de várias pessoas físicas e jurídicas que doaram roupas e
outros adereços para vestir os convidados. A própria No dia em que seria a
festa de seu próprio casamento, Sara Cummins recebeu os convidados humildes com um abraço e sorrisos no rosto. Naquele
dia, 170 moradores de rua de Indianápolis tiveram um dia de rei e rainha.
E assim, Sara Cummins, mesmo vivendo um
dos momentos mais difíceis de sua vida, amenizou um pouco de sua dor, e fez a
alegria de quem, de outro modo, não poderia jamais participar de um banquete
luxuoso.
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