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O cerco se fecha
Posted by Cottidianos
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01:41
Quarta-feira,
15 de junho
Aleluia!
Finalmente,
o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, aprovou no dia de ontem (14), o
relatório que pede a cassação do mandato do deputado Eduardo Cunha, por quebra
de decoro parlamentar. Foram muitas as manobras feitas pelo presidente afastado
da Câmara, e por seus aliados, para evitar esse momento, mas não lograram êxito.
Os
votos a favor da aprovação do parecer superaram as expectativas. Esperava-se um
empate, com o voto de minerva sendo dado pelo presidente do Conselho de Ética,
José Carlos Araújo (PSD-BA), que é contra Eduardo Cunha. Mas esse voto de
minerva não foi necessário. Dois votos com os quais os aliados de Cunha contavam,
não corresponderam às expectativas: o voto da deputada baiana, Tia Eron, que
cobriu de mistério seu voto, e o voto do deputado Wladimir Costa, um voto tido
como mais do que certo pela tropa de choque de Cunha. O responsável pela
elaboração do relatório foi o deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
Marcos
Rogério terminou o relatório e o leu em plenário, no dia 01 de junho, sendo
muito elogiado entre os colegas deputados pela serenidade, clareza e ponderação
em seus argumentos. Em dez páginas de conclusão, de um total de 86 páginas do
relatório, o relator até faz alguns elogios à Cunha, mas conclui dizendo que
ele praticou “omissão deliberada, seguida de requinte e tecnicidade buscadas
com o fito de esconder práticas ilícitas diretamente ligadas ao representado”.
O
Conselho de Ética aprovou o relatório pelo placar de 11 votos favoráveis e 9
contrários. A partir da publicação da decisão no Diário Oficial da Câmara, os
advogados de defesa de Cunha têm cinco dias uteis para recorrer a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Entretanto, a Comissão pode opinar
apenas sobre aspectos pontuais e formais do relatório, mas não sobre o mérito
da questão. Após esse tramite, o processo vai então para o plenário da Câmara e
precisará do voto de, pelo menos, 257 dentre os 512 deputados. O total de
deputados é 513, porém Eduardo Cunha está com o mandato suspenso, e não pode
participar de nenhuma sessão da casa.
O que
acontecerá agora? A bola está nas mãos dos deputados. Terão eles a coragem de
enfrentar de forma tão contundente a opinião pública brasileira para salvar o
mandato de colega corrupto? Dizem os especialistas em política que as chances
de Cunha se safar dessa são mínimas. Mas... É ver para crer.
As
tempestades para Eduardo Cunha começaram logo cedo no dia de ontem. Na parte da manhã, o Banco Central havia
entregado ao presidente do Conselho de Ética. O relatório continha uma multa de
R$ 1 milhão de reais para Eduardo Cunha, e multa de R$ 132 mil para Claudia
Cruz, mulher de Cunha. Motivo? A não declaração de dinheiro no exterior às
autoridades brasileiras.
E as
dores de cabeça do deputado Eduardo Cunha, não param por aí. A Justiça Federal
do Paraná, na pessoa do juiz, Augusto César Panzini, determinou o bloqueio de
bens de Cunha, e também determinou a quebra de sigilo bancário dele desde 2007.
Ainda
na sexta-feira, Rodrigo Janot, procurador-geral da República, apresentou uma
nova denuncia contra Cunha no Supremo Tribunal Federal. A denúncia é
relacionada a contas de Cunha na Suíça, e foi formulada a partir de uma
investigação aberta em outubro do ano passado, e envolve Eduardo Cunha, a
mulher dele, Claudia Cruz, e Daniele, uma das filhas do casal. A investigação
apontou que a família tinha cometido os crimes de lavagem de dinheiro,
corrupção, e evasão de divisas. Cunha também é acusado nessa denuncia por
falsidade ideológica por ter omitido rendimentos referentes à prestação de
contas de campanha eleitoral. Cunha já é réu em processo no Supremo em outra
denúncia formulada também por Janot.
Ainda
tem mais chumbo grosso que atinge Cunha em cheio. Na semana passada, o juiz
Sérgio Moro, aceitou a denuncia contra Claudia Cruz, mulher de Cunha. Com isso,
ela se torna ré na Lava Jato, e responderá pelos crimes de lavagem de dinheiro
e evasão de divisas.
Como
vocês veem, o cerco se fecha em torno da raposa corrupta. Mas como raposas são
espertas, todo o cuidado é pouco. Vigilância e atenção nelas... E em suas
comparsas.
Para
finalizar, Teori Zavascki, ministro do STF negou o pedido de prisão que Janot
havia apresentado contra Romero Jucá, José Sarney, e Renan Calheiros. Essas
velhas raposas devem ter passado um susto enorme.
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