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Lula: Da gloria à vergonha
Posted by Cottidianos
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00:41
Sexta-feira, 06 de abril
O
que os petistas mais temiam aconteceu. O juiz Sérgio Moro, decretou, nesta
quinta –feira (05), a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva,
condenado em primeira e segunda instância pelo caso do Triplex em Guarujá.
Definida
pela 8a Turma do Tribunal Regional da 4a Região (TRF-4),a
pena é de 12 anos e um mês de prisão. O prazo para que o ex-presidente se apresente
é até esta sexta-feira (06).
Pelo
fato de Lula ter sido presidente da nação, o juiz Sérgio Moro, determinou que
uma série de exigências fosse cumprida em relação à prisão dele. Como por
exemplo, Moro proibiu o uso de algemas em qualquer hipótese.
“Relativamente ao condenado e ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, concedo-lhe, em atenção à dignidade do cargo que
ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em
Curitiba até as 17:00 do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado
de prisão”, diz Sérgio Moro em seu despacho.
A
defesa do ex-presidente tem tentado evitar a sua prisão, mas o máximo que
conseguiu até agora foi aumentar a pena do cliente que passou de 9 anos e meio para
12 anos e um mês de prisão.
O
habeas corpus impetrado pela defesa junto ao STF não surtiu efeito.
Ontem
os ministros daquela casa negaram por 6 votos contra e cinco a favor, o pedido
de habeas corpus com finalidade de evitar a prisão do petista até que se
esgotassem todos os recursos possíveis.
Foi
uma sessão longa, mesmo assim, os ministros do Supremo, quiseram levar o julgamento até o fim. O julgamento começou
na tarde de quarta-feira (4), e terminou na madrugada da quinta-feira (5). A sessão
terminou empatada em 5 a 5, coube a Cármem Lúcia o voto de minerva. Votaram a
favor da concessão do habeas corpus que evitaria a prisão de Lula os ministros:
Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de
Mello. Votaram contra Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso,
Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia
Em
que se pesem os prós e os contras, e levando em conta os vastos conhecimentos
dos respeitáveis ministros, foi uma decisão acertada, pois a aceitação do
habeas corpus abriria uma porta de impunidade não apenas para Lula, mas também
para outros condenados na mesma situação que ele.
Em
tudo isso, em todo esse caldeirão de opiniões e ideias que rondam em torno do
assunto, talvez uma das opiniões mais sensatas tenha sido a da
procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Um
dia antes da sessão do julgamento do habeas corpus de Lula, na terça-feira (3),
em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, ela afirmou: “O princípio de presunção da inocência é uma
garantia individual importante em todos os países, é importante também no
sistema brasileiro. No entanto, apenas no Brasil o Judiciário vinha entendendo
que só se pode executar uma sentença após quatro instâncias judiciais
confirmarem uma condenação. Este exagero aniquila o sistema de Justiça
exatamente porque uma Justiça que tarda é uma Justiça que falha”.
E
a procuradora está mais do que com a razão pois quem acaba saindo no prejuízo
são aqueles que não dispõem de recursos financeiros e vivem a morrer nas
cadeias brasileiras, simplesmente porque a ausência de meios financeiros não
lhes permite pagar bons advogados que, espertamente, usam dos recursos, muitas
das vezes chegando até o momento em que o crime prescreve e o criminoso está
livre sem que tenha acertado as contas com a justiça.
A
quem mais interessa que a prisão não acontece após a condenação em segunda
instância? Aos políticos e empresários que estão enredados nas teias da
corrupção, pois o dinheiro que roubaram dos cofres é o mesmo dinheiro que será
usado para pagar advogados caríssimos.
Aos
poucos as coisas no país evoluem. Ainda não está do jeito que o Brasil quer,
mas evoluem. Em um passado bem recente, seria impensável que um ex-presidente
tivesse prisão decretada por qualquer magistrado. Poderosos empresários idem.
Mas
para alguns magistrados, apesar do conhecimento que tem das leis, parecem ainda
não ter enxergado em que direção o país caminha, ou se enxergam, enxergam
enviesado, é o caso do Ministro Gilmar Mendes. Mendes, afirmou, em Lisboa, onde
participava de um evento jurídico, às vésperas do julgamento, que a prisão do
ex-presidente mancha a imagem do país.
Ora,
pois o entendimento de quem quer ver o país livre desse mal avassalador que é a
corrupção desenfreada que atinge o país caminha na direção oposta ao que
afirmou Gilmar Mendes. Os leigos podem não ter profundo conhecimento de leis,
como também ironizou o ministro, mas sabem ponderar e analisar os fatos que se
sucedem a cada dia, e ver que o que prejudica a imagem do país é a impunidade
que, por tantos anos, reinou soberana em terras brasileiras.
Os
petistas estão em polvorosa. Dizem que a prisão de Lula é injusta, e que é
perseguição política, e blá-blá-blá. Eles apenas repetem o comportamento do “chefe”.
Não se tem notícia de que, em algum momento, diante das avassaladoras denúncias
que desabaram sobre ele, não se tem notícia de que tenha admitido alguma culpa.
O discurso dele sempre foi: não sei de nada, nem sei quem foi o responsável por
tantas coisas erradas.
Todos
os seus aliados e homens de confiança foram parar na cadeia, mas ele sempre se
manteve incólume, e quando algum desses amigos mudava de lado e passava a colaborar
com a justiça. Aquele que havia convivido com ele na cozinha do palácio
presidencial era logo taxado de mentiroso.
Até
raciocínios tão frágeis quanto uma pena jogada ao vento são usados, como o foi
o caso da senadora petista Gleise Hoffman, que, por ocasião da decretação da
prisão de Lula afirmou que isso se tratava de “prisão política que reedita os
tempos da ditadura”, e que era uma “violência sem precedentes na história de
nossa democracia”.
Ora,
se analisarmos bem a situação a maior violência que se pratica contra a
democracia e contra o povo brasileiro é dilapidação dos cofres públicos, feita
sem a menor cerimonia, pratica pelo PT, pela sua cúpula, — inclusive a própria
senadora, Gleis Hoffman e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, que também
são acusados de corrupção — e de muitos outros partidos que envergonham a
política brasileira.
Enfim,
chegou o momento em que a casa caiu para Lula.
É
triste, pois, como esse blog já afirmou em outras ocasiões, Lula jogou uma
biografia — que tinha tudo para ser escrita com letras de ouro — na lata do
lixo. Cego pelo ouro, e pela ambição de querer enriquecer a si mesmo, aos
familiares, amigos e ao partido, à custa de propinas que custaram muito aos cofres
públicos.
A prisão de Lula é uma vergonha, sim, mas não
para o país, mas para o próprio condenado que vê sua imagem de poderoso e
intocável ir parar nas páginas policiais do Brasil e do mundo.
A
prisão do ex-presidente é um fato desagradável, principalmente, para aqueles
que um dia acreditaram que, sob suas mãos, os ventos da mudança soprariam sobre
o país o recolocariam nos trilhos da esperança e da prosperidade.
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