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Era uma vez em América
Posted by Cottidianos
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13:21
Domingo, 04 de junho
Em um continente não muito distante,
nesse imenso planeta, chamado Terra, havia um país chamado América. Era um país
prospero. Uma terra na qual os sonhos eram possíveis de serem realizados. Por
sua pujança, América era parte importante do conjunto principal de vagões que
puxam a locomotiva da humanidade.
Havia em torno de América, e distante
dela, outras terras na qual os habitantes viviam sob o domínio de governantes
corruptos que lhes roubava muito de seu futuro. Nessas terras mal governadas, o
povo era submetido a altas taxas de impostos. Era uma cruz difícil de carregar
e que pesava nos ombros dos habitantes dessas nações.
O povo daqueles lugares trabalhavam
cinco meses por ano para o governo. Mas os governantes não revertiam a
dinheirama arrecadada com os impostos em benefícios para a população. Ao
contrário, esse dinheiro servia para satisfazer os caprichos da classe
política.
As coisas nessas nações funcionavam como
as pedras de um dominó que, colocadas de pé, desabam, uma após a outra,
bastando para isso, que se toque levemente na primeira delas, para que todas as
demais venham ao chão.
Não havendo dinheiro e investimentos em
educação todas as demais pedras ruíam: a economia, a segurança, as
oportunidades de emprego, a saúde, a cultura, e todas as demais áreas que
servem de sustentáculo às bases de uma sociedade que se pretende bem
estruturada.
Por tudo isso, América era a menina dos
olhos dos habitantes das outras nações que lhe eram mais próximas, e das que
eram distantes também. Muitos desses habitantes atravessavam vales tenebrosos,
cheios de riscos e perigos para chegar à terra prometida. Esses vales estavam
cheios de cobras venenosas e feras perigosas, além das dificuldades em encontrar
água e alimentos pelos caminhos tortuosos pelo qual andavam.
Outros se aventuravam em viagem por mares
bravios, em barcos que, de tão frágeis, pareciam de papel, e que naufragavam ao
primeiro vento. Outros ainda eram vítimas daqueles que lhes haviam lhes sugado
todo o dinheiro que tinham com promessas de uma travessia alegre e segura.
Certa vez, o povo de América, escolheu
como governante um homem negro. Era a primeira vez que um negro chegava ao alto
posto de chefe da nação. Isso foi um marco na história não apenas daquele país,
mas para todo o mundo. Uma vez que, apesar de prospera, América também esconde
suas chagas e suas feridas, em uma história de preconceito, violência e dor
para com o povo negro. Mas, enfim, os deuses haviam destinado aquele homem
negro para comandar os destinos da nação e não havia vento em contrário que
pudesse evitar, e não evitou.
Esse homem governou América com
sabedoria e equilíbrio. Quando assumiu o posto de governante da maior nação do
mundo, o país se encontrava em meio a uma preocupante crise econômica gerada no
governo de seu antecessor. Além disso, havia a dificuldade de que o Congresso,
na maioria das vezes, não estava ao seu lado. Era preciso ainda mais diplomacia
para dirigir os interesses da nação de forma satisfatória para todos.
Duas guerras ocorridas do outro lado do
mundo, e nas quais América se envolveu, geraram grandes déficits orçamentários.
Além disso, houve no período uma tal de “bolha imobiliária”, que puxou muito
dinheiro do Estado, e obrigou o governo a injetar dinheiro público nas
instituições financeiras. Muito dinheiro foi investido nessas operações.
Contudo, e apesar das dificuldades, aos
poucos o país foi retomando o caminho do crescimento. O Produto Interno Bruto (PIB)
voltou a crescer. As taxas de desemprego que andavam em alta, foram reduzidas.
Também na saúde, esse governante negro
fez inovações, e, talvez, por isso tenha enfrentado críticas e polêmicas nessa
área.
Na política externa, o líder político da
imponente nação, se comportou como um glenteman, e com muita diplomacia, para
com todos os seus parceiros e aliados. Uma importante realização de seu governo
nessa área se referiu as questões climáticas.
Antes dele, América tinha certa
dificuldade em aceitar que fossem reduzidos os limites de imposição à emissão
de gás carbônico na atmosfera. O país deu sinais de que estava disposto a
colaborar para a diminuição aos riscos do clima mundial.
Em dezembro de 2015, várias nações, se
reuniram em uma importante Conferência do Clima, e esse encontro terminou com a
aprovação de um documento histórico, chamado Acordo de Paris. O acordo foi
assinado por 195 nações ricas que se comprometeram a se empenhar no combate as
mudanças climáticas.
Os efeitos nocivos do aquecimento da
camada de ozônio sobre o planeta tem se tornado evidente ao longo dos anos, em
todos os continentes. Dos continentes quentes ao continente gelado, no céu, na
terra ou no mar, ninguém escapa da mudança nos efeitos climáticos. A cada ano a
temperatura parece aumentar mais e mais, e a cada ano as geleiras parecem
derreter mais e mais. Todo esse quadro gera grande desequilíbrio em um planeta
que por séculos seguiu seu curso normal com eficiência.
O objetivo do Acordo de Paris, aquele do
qual o primeiro governante negro da America foi signatário, juntamente com
grande número de nações, visa manter a temperatura do planeta em 2oC.
De acordo com os estudiosos do clima, se
a temperatura em nossa casa comum ultrapassar esse limite o nosso futuro
enquanto raça humana é bastante sombrio, e o planeta gravemente ameaçado.
As regiões do planeta nas quais já ha
tendência à secas se tornarão grandes desertos, cidades litorâneas serão
invadidas pelo mar, enquanto outras regiões sofrerão com enchentes e
terremotos. Haverá falta de alimentos e muitas pessoas, bem mais que hoje,
sofrerão com falta de água e alimento. Espécies animais habitantes das regiões
geladas se encontrarão em condições críticas devido ao derretimento das
geleiras, ou até mesmo desaparecerão. As espécies habitantes do fundo, se não
desaparecerem, terão se reinventado, encontrado novas funções, novo jeito de
viver, enfim, terão se adaptado ao caótico clima.
Tudo isto parece apocalíptico. Muito
líderes mundiais no campo da indústria, da política, ou da economia, por muito
tempo fecharam os olhos para essa realidade. Alguns já começam, lentamente a
abrir os olhos. Outros ainda permanecem de olhos fechados num estado de total
letargia. Não dão ouvidos ao grito dos cientistas. Acham que eles falam
bobagens.
Depois será tarde para correr atrás do
prejuízo. O planeta poderá entrado em um caminho irreversível que leva ao
abismo da extinção da humanidade. As nações menos desenvolvidas não terão como
escapar dessas tragédias, e as nações ricas despenderão grande parte do PIB em
amenizá-las.
Após essa breve digressão sobre os
efeitos do clima, voltemos ao país chamado América.
Por ter feito um bom governo, os
habitantes de América reelegeram o simpático governante negro para um segundo
mandato. Isso aconteceu em 2012. E ele reinou por mais quatro anos. Desde o
início sempre foi um governante aberto ao dialogo e respeitador das diferenças.
Enfim, chegou a hora de deixar o poder.
Os habitantes de América haviam escolhido, democraticamente, um governante
branco, e muito diferente dele na forma de pensar e de encarar o mundo. Depois
surgiram histórias de que esse novo governante teria, para chegar ao governo de
uma das nações mais poderosas do mundo, recebido a ajuda, ajuda que teria vindo
dos serviços de inteligência de outro país.
As coisas se tornaram um pouco confusas,
e, de certa forma, hilárias, pois mesmo sendo homem, esse novo governante
branco de América se comportava como criança mimada. Dessas que acham que o
mundo gira em torno dela.
Havia na grande sala presidencial do palácio
governamental de América, uma maquete muito bem feita do globo terrestre e seus
humanos habitantes. E esse novo governante começou a brincar com mundo.
Jogava-o para cima e para baixo. Dava-lhe chutes.
Certo dia, ele resolveu construir um
muro que os separasse de seus vizinhos mais próximos. Brincou com os sonhos de pessoas ao impedi-las
de entrar no país. Endureceu as regras de imigração. Tratava a imprensa como
inimiga, simplesmente, porque esta insistia em mostra que eram inverdades as
verdades apontadas pelo governante. Com pose autoritária, ele ria e debochava
das minorias, antes tão respeitadas pelo seu antecessor.
Esse homem-governante-criança mimada, já
em seus primeiros dias de governo, colecionava uma série de declarações e
atitudes polêmicas, dessas de deixar confusas a cabeça de qualquer um. Virando
a maquete do país América de cabeça para baixo, uma a uma ele foi derrubando as
conquistas de seu antecessor.
Certo dia, em um acesso de loucura, ele
deu as costas para o mundo, e rasgou o Acordo de Paris. Essa atitude do menino
mimado provocou, de uma só vez, a ira dos próprios habitantes de América, dos
seus aliados, e do mundo inteiro.
E se houvesse uma máquina do tempo
teríamos visto esse irresponsável governante provocar a ira também de diversas
populações que sofrerão gravemente as consequências sobre o clima, provocadas
pelas altas emissões de gás carbônico na atmosfera.
Mas sempre é tempo de reeducar uma
criança mimada, mesmo que ela esteja no comando de uma das nações mais
poderosas do planeta. Às vezes, deixar ela falar sozinha e resmungar, é bom.
Sempre há algum jeito de driblar os caprichos de um governante narcisista.
Criança mimada apenas olha para o próprio umbigo, mas os adultos podem ajudá-la
a olha para frente, e é bom que o façam, pois se assim não o fizerem
caminharão, mais cedo ou mais tarde, todos para o abismo.
A responsabilidade de ter o mundo em
suas mãos é grande demais para uma criança mimada que brinca de governar um
país. Além disso, pode ser um perigo, não apenas para uma nação, um continente,
mas para a humanidade inteira. O pior é que existe, não apenas uma, mas várias
crianças mimadas brincado de governar, liderando nações. Basta olhar
atentamente para ver quem são.
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