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Repensando caminhos para um mundo de paz
Posted by Cottidianos
on
01:07
Domingo,
08 de outubro
“Ascolta il tuo cuore se batte,
guarda dove corri e fermati,
Ascolta il dolore del mondo
Siamo persi per la via
Orfani di vita
Macchine da guerra
Ma perché?”
(Macchine
da Guerra – Andrea Bocelli)
Por
hoje, fujamos um pouco do mundo cão da política, e falemos um
pouco de paz. Creio que os acontecimentos violentos dos últimos dias, no
Brasil, e no exterior, nos inspirem a isso.
O
texto abaixo é inspirado em três canções: Sunshine on My Shoulders, Macchine da
Guerra, e Heal The World, interpretadas respectivamente por: John Denver, Andrea
Bocelli, e Michael Jackson.
É
um texto que não se pretende longo, mas que pretende dizer algo e espero que
diga.
***
Repensando
caminhos para um mundo de paz
Coisa
maravilhosa é sair pelas ruas dos campos ou das cidades em dia radiante de sol,
e sentir o brilho do astro rei sobre os nossos ombros. Incidindo sobre os olhos
o brilho ofuscante do sol nos faz chorar. Incidindo sobre as águas é puro balé
da natureza. Fazendo-nos chorar ou sorri com o seu espetáculo sobre as águas, o
brilho radiante do sol nos faz sentir vivos.
Deveríamos
acordar todos os dias e ter a sensação de que estaríamos sempre experimentado a
maravilha de olhar o mundo pela primeira vez, pois a primeira vez sempre nos
encanta, nos extasia. Depois vamos nos acostumando às coisas e tudo passa a ser
rotina e o que era extraordinariamente belo se torna coisa corriqueira.
Assim
como deveríamos renovar, dia a dia, nosso olhar sobre o mundo, deveríamos
remoçar nosso olhar sobre o amor, sobre o homem amado, sobre a mulher amada, sobre
os filhos, sobre os ideais. Amor que se torna rotina acaba morrendo como flor
que seca no jardim a espera de uma gota d’água que lhe torne de novo
resplendorosa.
Afora,
os acidentes naturais que nos pegam de surpresa, como os furacões e
tempestades, o mundo sempre foi belo e continua sendo — mesmo e apesar da ação
danosa do homem sobre o clima. O sol continua se levantando no leste e se
deitando no oeste. Isso há séculos. Por certo que ele está um pouco tórrido,
também devido aos efeitos climáticos. É como se o homem com sua falta de bom
senso continuasse, ano após ano, cutucando, provocando, o astro rei. E se ele
se zanga, como tem dado mostras de que está ficando zangado, aborrecido, então,
por certo, jogará suas flechas de fogo sobre a terra e... era uma vez um
planeta.
Assim
com o sol, assim também com a lua e seu séquito de estrelas. Ela continua servindo
de inspiração para os poetas e trovadores. Solta e leve no ar como uma pluma
dourada ela nos olha, nos espia, de longe, suspira por nós, ou será que nos
implora para que façamos algo para salvar o planeta?
Guerras
sempre existiram. O mal sempre existiu. Assim como também sempre existiram a
paz e o bem. Talvez um dia o mundo já tenha sido um jardim do Éden, no qual
tudo funcionava em plena paz e harmonia, mas estes dias parecem muito longínquos
e distante. A serpente parece ter enganado o homem com o veneno do poder e lhe disse
que ele poderia ser maior que Deus. E o que é pior é que o homem parece ter
acreditado nisso, e, talvez, quem sabe, esse tenha sido a derrocada do paraíso.
E,
como um Deus desastrado, às avessas, o homem criou armas para destruir e
remédios para curar. Criou aviões para encurtar as distâncias e fez, desses
mesmos aviões, armas de matar uns aos outros. Em um mesmo ambiente, e no mesmo
plano ergueu castelos e favelas, mostrando um imenso desnível social, e o chão
que está desnivelado, desequilibrado está, e onde há desequilíbrio falta
harmonia, e onde falta a harmonia impera a inquietação, a angústia, o desespero,
e a violência.
Misturado
a tudo isso veio a correria dos tempos modernos. Como uma máquina o homem corre
para cá e para lá o dia inteiro, o mês inteiro, o ano inteiro. Tornou-se peça
de um sistema que não o deixa parar. Se parar, torna-se peça gasta e tendente a
ser excluída do funcionamento da grande máquina capitalista.
Sem
tempo para nada mais nada, imerso no trabalho, nos estudos, nos Whats e Faces,
o homem se esqueceu de que é homem, humano, natural, finito. Esqueceu de que há
um sol que nasce todos os dias para iluminar-lhe, e depois se despede para que
venha a noite para lhe dar descanso. Esqueceu-se de olhar para o céu imenso e contemplar
a beleza dos astros e estrelas que luzem em galáxias distantes, mas que parecem
tão próximas.
E
o que é pior, esquecendo de olhar a natureza, o ser humano esqueceu-se de olhar
para o outro, seu semelhante, e reconhecer nele um igual. E esquecendo-se de que
o outro é um semelhante, um igual, tornou-se máquina de guerra.
Tendo
se tornado máquina de guerra, instalou-se na raça humana, uma grande confusão
dentro, e ao redor de nós. Talvez a confusão não seja culpa nem minha nem sua,
nem deste ou daquele, mas ela se instalou de tal que forma que deu um nó nas
relações sociais que está difícil de desatar.
Fragilizadas
as relações interpessoais é como se caminhássemos como nossos pés descalços
sobre vidros quebrados, esfacelados, ou ainda que nos tocássemos uns aos outros
com mãos sujas.
É
como se a sociedade fosse uma grande casa de máquinas com as peças desgastadas.
Os costumes estão danificados, fragilizados, para onde quer que se olhe vê-se
um rio do corrupção correndo livre e abundantemente, em todos os setores sociais:
na política, na polícia, nos hospitais, nas escolas, na igreja. Não escapa
nenhuma instituição, pois cada instituição é formada por homens e mulheres nem
sempre de boa vontade. Com as instituições fragilizadas, todo gesto, até mesmo
os de solidariedade parecem fracos, vagos, dissociados de seu real objetivo.
Não
podemos caminhar assim, à mercê da própria sorte, e sendo joguetes dos fatos e
acontecimentos diários. Devemos escutar nosso coração e fazer um esforço maior
ainda para ouvir o coração do outro que caminha ao nosso lado. Ele está
batendo? O sangue que bombeia é sangue ou veneno? Temos de nos encontrar
urgentemente enquanto raça humana. Não podemos caminhar por aí como se fossemos
órfãos de vida, propensos a nos tornar máquinas de guerra.
O
mundo está parecendo um ancião velho e doente para o qual é preciso
urgentemente um remédio eficaz que lhe traga a cura. Assim como também é
preciso procurar com afinco a fonte da juventude que lhe traga
rejuvenescimento.
O
mundo está assim, mas o mundo não passará, bem ou mal ele permanecerá, nós é
que passamos. E por isso, é preciso buscar uma cura para nós mesmo, uma fonte
de rejuvenescimento para nossos pensamentos envelhecidos e retorcidos pelo
preconceito e pela falta de bom senso. É preciso abrir um pequeno espaço, não
precisa ser muito grande, mas o suficiente para plantar dentro dele as sementes
do amor e da paz. Isso se você se importa com mundo. Isso se você não quiser
naufragar no meio da confusão moderna.
Não
podemos ter medo de nadar contra a corrente, de parecer diferente ao afirmar
que queremos viver em um mundo de paz. Paz não é utopia como muitos pensam e
defendem em suas teorias filosóficas, pois paz é um sentimento que brota de
cada coração, e quando os corações se juntam em um mesmo sentimento nobre
tornam-se como chuva fininha a irrigar o solo e deixá-lo pronto para produzir
alimentos da melhor qualidade.
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