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Caldeirão fervente
Posted by Cottidianos
on
00:13
Sexta-feira,
26 de maio
Presidente da OAB, ao centro, com o pedido de impeachment de Temer |
Sabem
com que o Brasil está se parecendo? Com um caldeirão fervendo, na mais alta
ebulição. É tanto escândalo que surge a cada semana, a cada dia, que ficamos
atônitos, ou melhor, anestesiados por uma crise moral e ética sem precedentes. Nem
temos tempo direito de digerir o escândalo da semana passada, e já um novo com
potencial explosivo, maior, e mais amplo, se apresenta.
E
sabem como é que se apaga o fogo de um caldeirão fervendo? A solução é bem
simples: jogando água nas chamas. Apagou o fogo, pronto. Tá tudo calmo. Tá tudo
bem. Se bem que o fogo da corrupção avassaladora que se instalou em nosso país
não é tão fácil de apagar. Mas desistir, não podemos. Jamais. Um pouco de água
jogada no fogo aqui, mais um pouco ali, e a gente consegue.
Por
falar nisso, as coisas para o presidente Michel Temer não estão bem. Aliás, não
estão nada bem. Desde a semana passada, quando estourou a divulgação da
conversa dele com um empresário corrupto, na calada da noite, que o caldeirão
tá que é um fervo só.
Hoje,
a Ordem dos Advogados do Brasil protocolou um pedido de impeachment contra ele.
Mais um, diga-se de passagem. Desde que o escândalo estourou, já são 13 pedidos
de impeachment contra Temer. Contra Michel Temer, o presidente a Ordem dos
Advogados apresenta denúncia de crime de responsabilidade.
Para
elaborar o documento a entidade baseou-se na delação premiada dos donos da JBS.
Para a OAB houve uma clara violação do decoro do cargo de presidente, e também
uso da advocacia administrativa, que é quando o ocupante de cargo público usa
desse mesmo cargo para obter favores pessoais.
O
pedido de impeachment da entidade destaca como suspeito o encontro do ocupante
do mais alto cargo da repúbica, em encontro secreto com um empresário corrupto,
e sendo investigado pela Polícia Federal. Segundo a OAB, o presidente ouviu do
empresário a confissão de crimes graves, e nada fez diante de tais confissões. Ao
contrário, concordou com elas.
As
gravações estão passando por perícia pela PF. Mas mesmo que tenha havido alguma
anormalidade nelas, por menor que seja, isto não isenta o presidente de culpa,
uma vez que ele não negou o encontro depois das delações premiadas dos irmãos
Batista.
A
Ordem dos Advogados do Brasil pede que Temer perca o mandato, e os direitos
políticos, ficando inelegível por oito anos. O pedido de impeachment apresentado
pela entidade será analisado pela Assessoria Jurídica da Câmara. Por falar
nela, na Câmara dos Deputados, por lá cada um puxa a sardinha para o seu lado. Os
governistas criticam a OAB. A oposição apoia a entidade.
O
fato é que a situação de Temer no governo parece ficar a cada dia mais insustentável.
Como pode um presidente governar no meio de tanta confusão? Como conseguir
apoio para as ditas reformas que ele pretendia fazer? O fato é que o país vive
dias de muita incerteza.
Este
blog não poderia deixar de falar também nesta postagem, que não se pretende
muito longa, da cidade sem lei na qual se tornou Brasília nesta quarta-feira
(24). As centrais sindicais organizaram uma manifestação, e nem o governo, nem
a polícia, nem os próprios manifestantes esperavam que tanta gente aderisse ao
movimento.
Resultado:
muito quebra-quebra e confusão. Um vandalismo sem tamanho. Talvez não maior do
que a crise em que vivemos. A manifestação começou pacifica com uma caminhada
que saiu do Estádio Mané Garrincha, e foi em direção ao Congresso. Na Esplanada
dos Ministérios, alguns manifestantes, aproveitando-se de falhas na segurança,
furaram o bloqueio policial e a baderna generalizada começou.
O
presidente Michel Temer acionou as tropas federais para debelar os manifestantes,
coisa na qual foi muito criticado.
O
fato é que aquilo que se fez em Brasília pelas centrais sindicais não se chama
democracia, se chama baderna, confusão. Uma infantilidade. Democracia, não.
Democracia exige maturidade, diálogo. Uma coisa são os casos de política. Outra
coisa são os casos de polícia, que foi o que ocorreu na última quarta-feira, em
Brasília.
Há
ainda que se dizer que essas manifestações das centrais sindicais também não
são democráticas por serem seletivas. Por exemplo, quando estouraram escândalos
de corrupção envolvendo o pessoal do PT, elas não foram às ruas, não gritaram. Minto.
Foram às ruas, sim, mas apoiar os corruptos.
Afinal
que democracia é essa que quer o pessoal de esquerda? Que conceito torto de
democracia é esse que eles têm? Em qual cartilha aprenderam esses errôneos
conceitos de honestidade e de democracia, e de reivindicação por melhores
condições de vida?
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