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Coisa de cinema
Posted by Cottidianos
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01:16
Terça-feira,
06 de março
“Quando eu vivia e morria na cidade
Eu
não tinha nada, nada a temer
Mas
eu tinha medo, medo dessa estrada
Olhe
só, veja você
Quando
eu vivia e morria na cidade
Eu
tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas
tudo que eu sentia era que algo me faltava
E à noite eu
acordava banhado em suor”
(Infinita Highway – Engenheiros do Hawaii)
Aeroporto de
Viracopos
Campinas – São Paulo
Todos
os atores desse espetáculo estavam a postos, e a noite de domingo corria sem
maiores incidentes. Como de costume, os carros da equipe de segurança
circulavam pelo local. Na pista do terminal de cargas estava parado um avião da
Lufthansa que havia saído do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A aeronave
havia feito escala em Viracopos para que pudesse receber mais um lote de carga.
A carga transportada nela tinha peso de ouro: cinco milhões de dólares estavam
prontos para o embarque. Os dólares seguiriam para Zurique, Suíça , o destino
final do voo, entretanto, era Frankfurt, Alemanha. Todo cuidado com a carga era
pouco.
Nesse
interim, surgiu pela pista uma caminhonete Hilux, com adesivos da segurança do
aeroporto. Os homens que faziam o embarque da carga ficaram tranquilos. Devem ter
pensado: ainda bem que a equipe de segurança faz o seu trabalho, assim ficamos
mais sossegados.
De
repente, cinco homens fortemente armados com fuzis, saíram de dentro da
caminhonete, renderam os homens que faziam o serviço e, em uma ação
cinematográfica, roubaram os malotes com os US$ 5 milhões (R$ 16 milhões).
Os
bandidos que, para chegar até a carga, haviam derrubado uma parte do alambrado
que fica atrás do aeroporto, mais a frente, derrubaram um portão. No caminho
encontraram um carro da equipe de segurança que transportava dois funcionários,
e os renderam. Ficaram livres então para seguir para o terminal de cargas sem
serem incomodados. Fizeram o ousado assalto e voltaram do mesmo modo, e pelo
mesmo caminho pelo qual entraram. A ação dos assaltantes levou seis minutos. Eles,
certamente, tinham informações privilegiadas dos horários da carga transportada
pela aeronave.
Há
ainda muitos pontos de interrogação acerca do caso, um deles é porque os
malotes de dólares estavam fora do avião, quando os bandidos chegaram. A Polícia
Federal investiga o caso, mas até agora, não se tem pistas dos criminosos. Outros
pontos ainda permanecem obscuros, como por exemplo, de quem era esse dinheiro,
e porque ele estava sendo levado em malotes na aeronave, e não através de
instituições bancárias. Como diria a letra da música de Zé Ramalho: “Mistérios
da Meia-Noite que voam longe, que você nunca, não sabe nunca, se vão se ficam,
quem vai quem foi...”
Girando
o moinho, mas permanecendo no mesmo eixo...
A
quantia roubada pelos assaltantes em Viracopos chama a atenção, porém, o que
foi desviado dos cofres públicos brasileiros pelos assaltantes que vestem
ternos, fazem e executam leis, supera em muito esse valor...
Por
falar nisso, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal,
determinou a quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer no inquérito que
apura o envolvimento dele na edição do Decreto dos Portos, que teria
beneficiado empresas do setor portuário.
A
assessoria de imprensa do presidente disse que ele pedirá o extrato de suas
contas ao Banco Central e que o presidente dará à imprensa total acesso aos
documentos, e que o mesmo não tem nenhuma preocupação em relação à informações
de sua conta bancária.
Essa
é a primeira vez, que um presidente, em pleno exercício do mandato, tem o
sigilo de suas contas bancárias quebrado por ordem judicial. O período que
compreende a quebra de sigilo de Temer é de janeiro de 2013 a junho de 2017.
Na
semana passada, outro ministro do Supremo, Edson Fachin, que é relator da Lava
Jato naquela instituição, autorizou a inclusão de Temer como investigado em inquérito
que apura repasses de dinheiro da Odebrecht ao MDB, em 2014. Os acertos para o
repasse teriam sido feitos em maio de 2014, em um jantar, no Palácio do Jaburu,
quando Temer ainda era Vice-Presidente. Nesse inquérito também estão envolvidos
os ministros, Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha
(Casa Civil).
Quanto
a essa questão da nomenclatura, em dezembro, o PMDB, em sua convenção nacional,
realizada, realizada em dezembro do ano passado, em Brasília, por voto
majoritário dos delegados do partido, resolveu trocar o nome da sigla para MDB
(Movimento Democrático Brasileiro). Na verdade teria sido bom que não tivessem
apenas trocado o nome da sigla, mas também os princípios que norteiam as ações
de seus dirigentes, mas isso é coisa mais difícil de se fazer, melhor mudar o
nome da sigla mesmo, simples assim.
A
inclusão de Temer nesse inquérito foi pedido pela procuradora-geral da República,
Raquel Dodge. Ainda no mesmo pedido Fachin atendeu a um pedido da Polícia
Federal para que o prazo do inquérito fosse prorrogado.
E
agora Temer nem pode mais contar com seu fiel escudeiro, o delegado Fernando
Segovia que ocupava o posto de diretor-geral da PF, e cujo decreto de
exoneração foi publicado na quinta-feira, 1 de março, no Diário Oficial da
União. Sogovia foi designado para o posto de Adido Policial Federal na
Embaixada do Brasil em Roma, por três anos. Para o lugar dele foi nomeado Rogério
Galloro. A troca foi um dos primeiros atos do ministro da Justiça, Raul Jungmann,
e anunciada no dia 27 de fevereiro.
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