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Alegria fugaz
Posted by Cottidianos
on
00:52
Sexta-feira,
08 de fevereiro
“Da tristeza
não quero saber
A tristeza me faz
padecer
Vou deixar a
cruel nostalgia
Vou fazer
batucada de noite e dia
Alegria
Esperando a
felicidade
Para ver se eu
vou melhorar
Vou cantando,
fingindo alegria
Para a
humanidade
Não me ver
chorar”
(Alegria
- Compositores: Assis Valente/Durval Maia
Interpretação: Tadeu Franco)
Em
São Paulo, um balanço da prefeitura mostrou um recorde de público no pré-carnaval:
foram quase 4 milhões. É o bloco de rua arrastando multidões. No mesmo embalo,
apenas na Barra, em Salvador, foram mais de dois milhões de foliões. No Rio estima-se
que mais de cinco milhões de pessoas invadam as ruas atrás dos blocos
carnavalescos. E assim será por todas as capitais brasileiras. Umas mais, outras
menos, mas todas, juntas, levarão um mar de gente às ruas e clubes atrás da
alegria ilusória que a festa profana oferece.
Nada
contra o carnaval, nem muito menos contra que o faz, nem aos que nele se deixam
incendiar pela alegria. É bom que o povo tenha uns poucos dias para celebrar emoções
fugazes. Que venham as manifestações culturais como os sambas-enredo, o frevo,
o maracatu, marchinhas, e tantos outros ritmos que colorem o carro alegórico no
qual o Brasil se transforma nesse período do ano.
E
se fosse igual, mas fosse diferente...?
E
se o povo brasileiro se mobilizasse, como se mobiliza no carnaval, com a
finalidade de exigir, mais que pedir, que mais recursos sejam aplicados em
saúde, educação, e segurança? E se o povo que grita e canta a plenos pulmões as
marchinhas de carnaval e sambas-enredo pelos quatro cantos do país gritasse que
está farto de tanta corrupção, que não aguenta mais tantos políticos ladrões e
desonestos? Aí sim, talvez tivéssemos força para virar o jogo e vencermos a
partida, e tendo vencido o jogo e partida, a alegria já não mais seria fugaz,
mas como rio perene que vai cortando o Brasil, levando vida e esperança ao país
inteiro.
É
bom ser o país do carnaval, do samba, das mulheres bonitas, e do futebol. Ajuda
a elevar a autoestima. Mas para ser uma potencia mundial, apenas essas
qualidades não bastam. Talvez no samba e nas mulatas tipo exportação ainda
levemos vantagem, mas será que quanto ao futebol ainda somos potência?
Para
termos elevada alta estima, andarmos de cabeça erguida, e caminharmos na
direção em que caminham as grandes potências mundiais, é preciso que tenhamos
cientistas e pesquisadores gabaritados e de alto nível nas mais diversas áreas
do conhecimento, que gerem soluções que nos tirem do buraco para o qual
caminhamos. O problema é que para formar gente desse naipe, é preciso investir
em educação. Porém, o que vemos Brasil afora é um desinvestimento nessa área,
tanto no ensino primário, quanto no secundário, e também no nível
universitário.
Se,
de fato, quisermos ganhar o jogo da competição mundial. Se quisermos disputar
em pé de igualdade com as feras mundiais nas áreas de economia, indústria e
educação, é preciso preparar, equipar e valorizar um time, que sem ele, nada ou
muito pouco acontece: os professores.
Sem
esses cuidados, o máximo que conseguiremos formar é um time de pernas de pau
que saem por aí dando porrada em que atravessa pela frente, e que,
descaradamente, ignoram as regras do jogo da moralidade, a fim de levar
vantagem sobre tudo e sobre todos. O resultado, jogando e agindo desse jeito,
será pavoroso: não passaremos da primeira fase do campeonato, vendo voar para
longe o sonho de segurar a taça de campeões no torneio mundial.
Sem
mais para hoje. Apenas essa breve reflexão.
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