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Parabéns pra você!
Posted by Cottidianos
on
00:10
Sábado,
16 de setembro
“O poder não corrompe o homem; é o homem que
corrompe o poder.
O
homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder.
Se
o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito,
o
que acarretaria a anarquia”.
(frase do
falecido Ulisses Guimarães (PMDB),
usada por Rodrigo
Janot,
na primeira
página da segunda denúncia
apresentada
contra o presidente Michel Temer)
Rodrigo Janot |
Parabéns
pra você, Janot, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!
Ontem
(15), Rodrigo Janot, procurador-geral da República, completou 61 anos. O
dia de ontem também marcou o último dia de trabalho de Janot à frente da
Procuradoria Geral da República. E ele deve se orgulhar disso, afinal de contas, deu sua imensa
contribuição na luta contra a corrupção. E todos nós sabemos que lutar contra
esse monstro, especialmente, no Brasil, país no qual a impunidade reina solta e
absoluta, não é coisa fácil.
É
preciso, mais do que nunca que a Polícia Federal, o Ministério Público, Procuradoria
Geral da República, e demais órgãos do Judiciário, se unam nessa luta, que é, na
verdade, uma luta de todos os brasileiros, pois se isso depender do Poder
Executivo e do Poder Legislativo... Ai, Jesus Cristinho... Coitados de nós!
E,
grande coincidência, o último dia de trabalho de Rodrigo Janot como
procurador-geral da República, coincidiu com o aniversário natalício dele. Aniversários
se celebram com festa, bolo, doces, refrigerantes... E muita alegria. No caso,
tanto o aniversário de Janot, como o fim de seu mandato à frente da
procuradoria merecem toda essa comemoração. Janot assumiu o comando da PGR em
setembro de 2013 para um mandato de dois anos. Foi reconduzido ao cargo o que
somou quatro anos no total
Essa
festa foi comemorada no auditório da Procuradoria-Geral da República. O evento
contou com a presença de cerca de 400 pessoas. O aniversariante foi o centro
das atenções. Ele que sempre falou muito, dessa vez ouviu muito. Muitos homenagens
e elogios. Discurso? Apenas ao final da festa. E foi aplaudido de pé.
Segundo
convidados, ele recebeu de presente de uma tribo indígena do estado de Sergipe,
um arco e uma flecha. O presente ofertado pelos índios é uma clara alusão à
frase pronunciada pelo procurador em diversas ocasiões: “enquanto houver bambu,
vai ter flecha”.
Com
essa expressão o procurador se referia ao fato de que enquanto houver má
conduta, atos ilícitos, e desrespeito à lei, vai ter ação da procuradoria.
“Juntos vivemos e escrevemos um capítulo
muito especial na história do país e do Ministério Público. A esperança ainda
triunfa nesta casa. Valeu a pena para mim cada minuto de labuta e até de
sofrimento”, afirmou Janot durante o evento.
Ainda
durante a festa, o procurador regional da República fez um balanço dos quatro
anos de Janot à frente da Procuradoria. “Com o objetivo de reduzir ao máximo o
acervo de processos, o gabinete trabalhou de forma intensa desde setembro de
2013. Nos últimos quatro anos, foram produzidas 19.697 manifestações. A maior
parte dos processos movimentados pela PGR refere-se a assuntos da área criminal
e da Operação Lava Jato, responsáveis, respectivamente, por 34% e 18,7% do
total devolvido ao STF.
No
total de manifestações estão incluídos 242 pedidos de instauração de inquérito,
66 denúncias, 13.014 manifestações e pareceres, 98 iniciais em cautelares, como
pedidos de busca e apreensão, de interceptações telefônicas, de sequestro de
bens e quebras de sigilo bancário, entre outros. Além disso, no período, foram
ajuizadas 197 Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), 31 Arguições de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs) e três Ações Diretas de
Inconstitucionalidade por Omissão (ADOs). O PGR também apresentou 471 razões e
contrarrazões em recursos. Perante a Primeira e a Segunda Turma do STF, atuam
cinco subprocuradores-gerais da República designados pelo PGR. De janeiro de
2014 a agosto de 2017, eles receberam 37.307 autos e devolveram 39.162”, diz
texto publicado no site da PGR.
Coisa
curiosa, talvez mais preocupante, do que curiosa, foi a ausência de Raquel
Dodge, que sucederá Janot na PGR. Não foi comunicado o motivo pela qual a
futura procuradora-geral não apareceu na festa. Não se pode julgar sem saber o
certo o que houve. Mas o fato é, no mínimo estranho. Comer o bolo de
aniversário junto com uma pessoa, e com ela comemorar, quer dizer apenas mais
que comer bolo, que dizer, acima de tudo, comungar ideias.
Junte-se
a esse fato, o de que, para a posse de sua sucessora, a assessoria de Janot diz
que ele não foi convidado. Já a assessoria de Dodge diz que foi enviado
convites por e-mail, não apenas para Janot, mas também para os demais
procuradores.
Outro
fato que não soa bem é este de, para uma cerimônia tão importante, convidar por
e-mail àquele ao qual se vai passar o bastão. Já para os ministros do Supremo
Tribunal Federal, Dodge entregou os convites em mãos naquela corte.
Fica-se
ainda mais com o pé atrás com as atitudes da nova procuradora-geral da
República quando se relembra que ela, no início de agosto, teve um daqueles
encontros às escondidas, tarde da noite, com o presidente Michel Temer, no
Palácio do Jaburu, bem ao estilo daquele que o presidente teve com Joesley
Batista.
Após
a má repercussão na imprensa, ela afirmou que foi ao encontro de Temer para
tratar da posse dela na chefia do Ministério Público. Mas quem vai saber se foi
isso mesmo? Há testemunhas do encontro? Alguém gravou a conversa entre dois? As
respostas para essas perguntas permanecem nas sombras, assim como permanece nas
sombras o encontro com Michel Temer.
Esperamos
que Raquel Dodge seja uma aliada dos brasileiros, e dos órgãos que lutam por
uma sociedade mais justa, e que ela não seja aliada apenas de uma pessoa, ou de
um grupo de pessoas que querem que as coisas fiquem, exatamente do jeito que
estão, e que elas continuem praticando seus atos ilícitos sem serem prejudicadas
por ninguém.
Muito
há que se falar ainda, por exemplo, do vacilo dado por Joesley Batista ao não revelar
tudo o que sabia, perdendo dessa forma os benéficos recebidos anteriormente na
delação premiada...
Há
que se falar da apresentação da nova denúncia de Janot contra o presidente
Michel Temer, que envolve além do presidente, demais integrantes e
ex-integrantes do alto escalão do governo...
Há
que se falar também da denuncia apresentada por Janot contra os ex-presidentes
Lula e Dilma, bem como outros integrantes da cúpula do PT, por formação de
organização criminosa...
Há
que se falar também da prisão de Joesley e de seu irmão Wesley Batista...
Mas
tudo isso fica para outra postagem. Por aqui, os fatos políticos têm jorrado
com uma abundância surpreendente. Jorrado não seria bem a palavra, uma vez que
jorrar é próprio das fontes, enquanto que os fatos políticos no cenário
brasileiro estão mais para erupção vulcânica.
É,
caros leitores e leitoras, o furacão Irma não passou pelo Brasil, mas a energia
pesada dele, sim, com certeza, deve ter sacudido Brasília nestes dias...
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