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Soldados do ex-presidente
Posted by Cottidianos
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00:57
Segunda-feira,
23 de julho
Dias Toffoli e Lula |
O
sistema que suga os recursos do país é como um monstro que se alimenta das
energias de sua presa. Ele é mutante, como um vírus. Quando uma vacina ou
remédio que pode destruí-lo é encontrado, ele sempre dá um jeito de se realimentar,
de se reinventar. Tem sido há mais de quinhentos anos. O monstro nasceu durante
o Brasil colônia, se metamoforseou durante o Império, e se reinventou na
República.
Nos
recônditos escondido de algumas consciências esclarecidas que habitam os três
poderes da República há uma trama velada para que ele seja mantido. Segundo essas
consciências, a corrupção não deve ser extirpada e os culpados não devem ser
punidos.
Se
os braços da lei chegar até eles e colocar algemas em seus pulsos é hora de
agir de deixar que os criminosos fiquem livres. Segundo essas consciências esclarecidas
a corrupção é necessária para continuar enriquecendo uns poucos e empobrecendo
a maioria.
Isso
tem se tornado muito claro nas decisões polemicas dadas, especialmente pela
segunda turma do Supremo Tribunal Federal, composta pelos ministros: Ricardo
Lewandowisk, Celso de Melo, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, e Edson Fachin. Gilmar
Mendes chegou, inclusive, em certos debates em plenário do STF, a debochar dos
colegas que pediam uma punição mais incisiva em determinados casos.
O
pior é que tudo acontece dentro de uma coisa chamada interpretação da lei. Engraçado
é que essa questão acabou transformando o órgão máximo judicial no país em uma
casa de mãe Joana, na qual cada um interpreta a lei de acordo com suas
convicções e interesses pessoais, deixando de lado os interesses da nação. É certo
que um Tribunal não deve agir baseado no que diz a opinião pública. Os ministros
que o compõem não devem estar entregues ao bailado perigoso das paixões. Mas também
não devem caminhar em contrário ao estabelecimento dos princípios morais e
éticos da nação.
Para
o ministro Dias Toffoli deve ter sido um martírio grande ver o ex-ministro José
Dirceu condenado e preso por
envolvimento tanto no mensalão quanto na Lava Jato.
O
fato é que o ministro tem uma relação muito forte com o Partido dos
Trabalhadores e com o próprio José Dirceu. Em outubro de 2009, durante o governo
do ex- presidente Lula, Toffoli, foi nomeado de ministro do STF.
Dias
Toffoli havia sido consultor jurídico da CUT, assessor parlamentar na assembléia
legislativa de São Paulo, além de ter sido advogado de Lula nas campanhas de
1998, 2002, e 2006. Quando foi nomeado ministro da Corte máxima do país, ele
exercia o cargo de advogado geral da União.
Foi
da segunda turma do STF, a decisão de soltar José Dirceu, em 26 de junho deste
ano, em iniciativa, adivinhem de quem? Acertou se você falou que foi manobra do
relator do caso, Dias Toffoli. Durante a sessão que julgou o caso, Toffoli
entendeu que havia problemas em relação à dosimetria na pena de Dirceu. Diante disso
o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, pediu vistas do processo.
O
astuto ministro, tendo em vista que era a última semana de atividades do judiciário
antes do recesso, sugeriu que fosse votado um habeas corpus de ofício ao
ex-ministro.
Não
estando presente o ministro Celso de Melo, e sendo Fachin voto vencido, Toffoli
foi acompanhando em seu voto por Lewandowisk e Gilmar Mendes. Estava feito o
oba-oba e Dirceu liberto. Vai esperar em liberdade uma reclamação apresentada
pela defesa dele.
Mas,
apenas libertar o ex-chefe não era suficiente. Era preciso livrá-lo de qualquer
constrangimento. Então, no início deste mês, Toffoli mandou retirar as
tornozeleiras eletrônicas do envolvido no escândalo do mensalão e também na
Lava Jato. O argumento foi o de que o juiz, Sérgio Moro, havia extrapolado sua competência
ao impor medidas cautelares a Dirceu. Detalhe: o ministro tomou essa decisão
sem que houvesse, por parte da defesa do ex-ministro, nenhum pedido em relação
a isso.
Falando
em relação a esse assunto, o procurador da Republica, Deltan Dallagnol, que
atua na Lava Jato, insinuou em sua rede social que o ministro do STF havia
agido como advogado de defesa de Dirceu. “Naturalmente, cautelares voltavam a
valer. Agora, Toffoli cancela cautelares de seu ex-chefe”, ironizou ele no
Twitter. Além das relações de Toffoli com o PT, e com Lula, vale lembrar também
que o ministro foi subchefe para Assuntos Jurídicos, quando Dirceu era ministro
da Casa Civil.
A
decisão de Toffoli também derrubou outras cautelares impostas por Moro a José
Dirceu, como a entrega de passaporte e proibição de se comunicar com outros
acusados e testemunhas envolvidas no processo.
Certamente,
o que impediu o ministro Dias Toffoli de ser muito mais generoso com José
Dirceu foi a grande pressão da imprensa e da sociedade que voltaram os olhos
ainda mais para o STF, após o explosão das denuncias da Lava Jato, e
anteriormente, por ocasião das condenações do mensalão.
E porque essas coisas são fonte de
preocupação?
Ora,
em 12 de setembro Dias Toffoli assumirá o cargo de presidente do Supremo
Tribunal Federal. Um mês antes da eleições gerais. Ele substituíra a ministra
Cármem Lúcia na presidência do Supremo.
Talvez
isso explique a obsessão dos petistas em manter Lula como candidato, mesmo ele
estando condenando em segunda instância, e a Lei da Ficha impedir que candidatos
em segunda instância possam disputar eleições. Os petistas estão procurando,
desesperadamente, e de todas as formas, um cenário no qual Lula possa driblar
todas essas complicações e concorrer ao pleito. O partido continua afirmando
que lançará a candidatura do petista em agosto.
Vamos
supor que os petistas consigam furar o bloqueio e lançar Lula como candidato, e
supondo mais além, que ele seja eleito e tenha a candidatura impugnada pela
Justiça Eleitoral. Nesse caso, o STF pode ser acionado para tomar uma decisão
delicada: Lula, escolhido pela maioria dos brasileiros, deve ou não assumir o cargo.
Com
um soldado do PT a comandar a Suprema Corte, a decisão de que Lula assuma presidência
é quase certa.
Falando
em soldados do PT, e do ex-presidente Lula, vocês, certamente, devem ter
acompanhado a queda de braço envolvendo desembargadores do TRF-4 e o juiz
Sérgio Moro. A novela aconteceu no dia 08 de julho. O desembargador de Plantão
naquele dia, naquele órgão do Judiciário, Rogério Fravetto, disse haver fato
novo relacionado ao ex-presidente Lula que era a pré-candidatura dele à presidência,
e expediu ordem de soltura. O juiz Sérgio Moro, que estava de férias, entrou na
briga e, em despacho, afirmou que o desembargador não tinha competência para
soltar Lula. Entrou também na briga o relator do caso, João Pedro Gebran Neto, e
Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente do TRF-4. Ao final dessa queda de
braço, o ex-presidente continuou preso.
E
assim foi mais uma queda de braço e mais um desgaste para o judiciário... E
mais um fato político criado pelo PT que acabou não dando em nada.
Na
verdade, toda essa confusão é apenas o sistema corrupto querendo, novamente, se
metamorfosear.
É
bom ficar de olho em todos esses cenários políticos para não sermos pegos de
surpresa.
O
fato é que a corrida à cadeira presidencial já começou e já temos candidatos
confirmados. Até agora, são eles: Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL),
Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Rabello de Castro (PSC), Vera Lúcia (PSTU), e Jair
Bolsonaro (PSL).
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