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As garras de um monstro

Posted by Cottidianos on 01:23

Domingo, 27 de fevereiro

Há soldados armados

Amados ou não

Quase todos perdidos

De armas na mão

Nos quartéis lhes ensinam

Uma antiga lição

De morrer pela pátria

E viver sem razão

(Pra não dizer que não falei das flores – Geraldo Vandré)



Semana passada foi a semana em que a máscara do assassino, mesquinho, traidor, inconsequente, ditador, mau, egoísta, covarde, diabo, malvado, nocivo, prejudicial, nefasto, maligno, danoso, maléfico, homicida, destruidor, matador, traiçoeiro, leviano, imprudente, déspota, tirano, autocrata, opressor, interesseiro, insano, louco, pária, Vladimir Putin, caiu diante de todo o mundo.

Ele que vinha dizendo que não iria invadir a Ucrânia, que os cem mil soldados que estavam na fronteira do país estavam lá somente para exercícios militares, na madrugada de quinta-feira, 24, ultrapassou a fronteira e os limites, e iniciou uma operação de invasão no leste da Ucrânia, invasão que se estendeu por todo o país, provocando uma guerra.

Eu acompanhei com interesse e preocupação as reportagens pela TV nas tensas semanas que precederam a invasão, e vi muitas pessoas que ainda acreditavam que haveria um jeito de sair dessa encruzilhada através da paz e do diálogo. Esse comportamento me era percebido tanto em líderes de outros países, quanto na população da ucraniana.

Lembro de ter visto dias antes, durante o Jornal Nacional, o repórter perguntar para um jovem ucraniano se ele realmente acreditava que o presidente da Rússia, realmente, invadiria o país, e ele se mostrou confiante. Disse que isso não iria acontecer, que acreditava que os soldados russos estavam ali para um exercício militar, e nada mais.

Porém a atitude de Vladmir Putin surpreendeu não apenas aquele jovem ucraniano, mas a pessoas de todo o planeta.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não embarcou nessa de exercícios militares e há alguns dias antes da insensatez de Putin ser colocada em prática, afirmava enfaticamente que o presidente russo iria invadir a nação ucraniana e isso era questão de dias, depois passou a dizer que era questão de horas, e por fim a dizer, a qualquer momento. E ele estava absolutamente certo.

Os soldados russos foram avançando território, bombardeando cidades, matando inocentes e, por fim, chegaram à capital Kiev. Ainda no dia 24, o presidente russo fez um pronunciamento na televisão, no qual ele dizia que estava realizando “operações militares” na região de Donbas, leste da Ucrânia, mas que não pretendia ocupar o país.

Em seu discurso, Putin disse ainda, em tom ameaçador que qualquer um que tentasse impedir a operação teria uma resposta imediata. Ele pedia ainda que os soldados ucranianos se rendessem, voltassem para casa.  E que se os soldados não fizessem isso, a própria Ucrânia seria responsável pelo derramamento de sangue.

Ao sugerir que os soldados ucranianos fossem para casa, ele, certamente, imaginava que as coisas seriam bem fáceis, que era só chegar lá, se apossar da terra deles, e que, em um dia, tudo estaria terminado, e a Ucrânia, dominada.

Não contava, porém, com a coragem e determinação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que decretou lei marcial em todo o país, instaurou regime de guerra, e substituiu a legislação vigente, até aquele momento. Reservistas foram convocados. “Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para qualquer coisa. Nós vamos derrotar qualquer um porque nós somos a Ucrânia”.

Mesmo sendo alvo número um, e a família dele alvo número dois, Zelenski se recusa a sair do país. Neste sábado, 26, ele recusou uma oferta dos Estados Unidos para que saísse do país em segurança com sua família. Diante da oferta dos americanos, Zelensky respondeu: “A luta está aqui. Preciso de munição, não de carona”. Em um vídeo publicado na manhã deste sábado ele disse que os ucranianos não estão abaixando as armas.

Tem muitos ucranianos fugindo do país, principalmente, mulheres e crianças, pois aos homens é determinado que fiquem e lutem. Certas imagens são marcantes, como a que mostra um homem ucraniano se ajoelhando diante dos tanques russos que passavam por uma cidade ucraniana. O homem se ajoelha diante dos tanques, não como uma rendição, mas como tentativa de impedi-los de passar. Temendo por sua segurança, outros compatriotas que assistiam a cena, o afastaram dali. Outra cena mostra uma mulher ucraniana, enfrentando os soldados russos, perguntando-lhes o que eles faziam no país dela.

A confiança e a coragem do presidente ucraniano foi transmitida também aos seus concidadãos. Civis de Kiev estão empenhadíssimos em preparar coquetéis molotov, carregam pentes de balas para abastecer os rifles. É a vida deles que está em jogo. E quando digo “vida que está em jogo” não é apenas a vida do corpo físico, mas os seus ideais, suas casas, seus clubes, suas praças, a escola dos filhos, o local de trabalho, o local de culto. De repente, essas coisas simples do dia a dia foram ameaçadas. É como seu o seu sentimento de pertencimento a uma nação estivesse sendo roubado.

Em meio a toda aquela confusão e desespero, Zelensky chegou a dizer que o Ocidente havia abandonado o país dele em meio ao ataque russo, e disse que os países estão com medo de ajudar os ucranianos.

Entende-se o desespero de Zelensky, mas as coisas não são bem assim. Apesar das nações que formam o bloco da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), — e da qual a Ucrânia deseja fazer parte, e esse foi um dos motivos para Vladmir Putin ter invadido o país por ser contrário a presença da Ucrânia na aliança militar — não estarem enviando tropas para o país, eles estão empenhados em uma forte ação de sanções contra a Rússia, além de estarem enviando armas e dinheiro para apoiar a Ucrânia.

O governo ucraniano pediu e Europa, Estados Unidos e Canadá decidiram que vão retirar alguns bancos russos do Switf, sistema de pagamento internacional de pagamentos. Essas é uma das medidas mais duras, além das que já foram anunciadas.

Dói. Dói muito pensar em toda essa estupidez do presidente russo, que decidiu provocar uma guerra assim, do nada, sem que a Rússia tenha sido provocada, tenha sido agredida, ou que tenha tido sua soberania ameaçada.

Ao ver as cenas de milhares de pessoas fugindo do país, deixando tudo para trás, construções civis sendo bombardeadas resultando na morte de inocentes, soldados em campo de batalha perdendo suas vidas, confesso que algumas lágrimas rolam pelas minhas faces ao pensar no sofrimento, na dor, e na tristeza de toda aquela gente.

É urgente parar Vladimir Putin. De repente parece ter baixado nele o espírito de porco de Hitler. Como as de um monstro, as garras de Hitler começaram a crescer, e ele começou a colocá-las de fora. Na verdade, o monstro já estava dentro dele faz tempo, esperando apenas um momento para se revelar. Ele rasgou o tratado de Versalhes, desrespeitou e ignorou convenções internacionais. E as grandes potências caladas. Em março de 1938, ele anexou a Áustria. Novamente, as potências se calaram. Ganhando confiança em suas táticas militares, Hitler saiu engolindo países da Europa: Polônia (setembro de 1939), Dinamarca (abril de 1940), Noruega (abril de 1940), Bélgica (maio de 1940), Países Baixos (maio de 1940), Luxemburgo (maio de 1940), França (maio de 1940), Iugoslávia (abril de 1941), Grécia (abril de 1941), Letônia (junho de 1941), Lituânia (junho de 1941) e União Soviética (junho de 1941).  

Quando as grandes potências resolveram parar o monstro a desgraça já estava feita. E uma guerra horrível se desenvolvia, com perdas de milhões de vidas de civis e militares, e ainda com o horror do holocausto. A guerra foi vencida pelos aliados. Mas Hitler esteve muito próximo de vencê-la, e aí o horror teria sido maior.

Por isso, é preciso cortar as garras de Vladimir Putin, antes que ele ganhe confiança em suas próprias maldades, e jogue o mundo num buraco negro, assim como o fez Hitler no período de 1939 a 1945. Por favor, senhores líderes mundiais, não deixem a história se repetir.


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