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A gota d’água

Posted by Cottidianos on 16:10
Sexta-feira, 24 de abril

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Prezados leitores e leitoras, estava com muitas saudades de vocês. Como perceberam, sumi, assim, de repente, em meio a assuntos tão relevantes, vivenciados e debatidos por todo o planeta como é a crise causada pelo novo coronavírus. Graças, a Deus, não tive problemas com o vírus, tive problemas sim, mas com o notebook que, em meio a essa crise, com lojas fechadas, resolveu dar problemas. Mas, com muita paciência encontrei alguém para fazer o conserto. Enfim, volto com um assunto igualmente bombástico: a saída de Sérgio Moro do governo. . A saída foi anunciada hoje em um pronunciamento à nação, às 11hs da manhã. O pronunciamento está reproduzido na íntegra na postagem anterior.

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Quem diria que, em meio a essa tragédia econômica, social, e de saúde que é o novo coronavírus, ele próprio, o vírus, aqui no Brasil, ficasse em segundo plano, pelo menos hoje e nos próximos dias. O assunto dominante, no presente momento, nos noticiários tem sido justamente o pedido de demissão feito pelo ministro da Justiça e da Segurança e Pública, Sérgio Moro, ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
O estopim de mais essa crise gravíssima criada pelo governo foi a troca no comando da Polícia Federal. Bolsonaro, na madrugada deste dia 24 de abril de 2020, pegou a todos de surpresa, ao publicar no Dário Oficial da União, a exoneração do comandante geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
O que mais irritou Moro foi que a troca foi feita sem nenhum motivo aceitável. Ou seja, Valeixo não apresentou nenhum rendimento ruim no trabalho, não foi protagonista de nenhum ato de desobediência, dizendo como se diz popularmente, não fez nenhuma besteira. Ao contrário, vinha, segundo Moro, apresentando um bom trabalho e ótimos resultados. Além de ser muito respeitado pelas diferentes alas da corporação.
Então, porque demitir uma pessoa que está desempenhando um ótimo trabalho. Abro um parênteses aqui para dizer, e isso é uma opinião deste blog, baseada em fatos reais, que o auxiliar de Bolsonaro que faz um bom trabalho, não serve para o governo dele. Ao que parece, para o governo, o bom funcionário é aquele que faz bastante trapalhadas e diz muitas asneiras e coisas sem lógica.
Mas voltando ao caso de Valeixo, porque demiti-lo?
Deixemos que o próprio Moro dê a resposta: “O presidente me disse mais de uma vez que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele (na PF), que pudesse ligar, colher informações, relatórios de inteligência”.
Maurício Valeixo não se prestou a esse papel. Nem muito menos Sérgio Moro. Do jeito que queria o presidente, a PF não deveria estar a serviço do país, do combate à corrupção e do crime organizado, mas sim, a serviço dele, Bolsonaro. Com uma pessoa de seu círculo de amizades no comando, ficaria fácil ligar a qualquer hora, sem levantar suspeitas, e pedir que barrasse investigações envolvendo seu amigos e familiares e ordenando que se fizesse outras para prejudicar os seus inimigos políticos, reais ou imaginários.
Em relação a essa atitude do presidente, Moro afirma que o seu compromisso é com o estado de direito.
O ministro ainda afirmou que disse ao presidente que, do jeito que as coisas estavam sendo colocadas, a demissão de Valeixo sem motivo algum aparente, era uma questão política, ao que Bolsonaro teria respondido: “É mesmo”.
No texto da exoneração, é dito que ela, a exoneração, foi feita à pedido de Valeixo, o que ele nega. Ao final do texto estão as assinaturas de Jair Bolsonaro e Sérgio Moro. Moro também nega ter assinado, ao menos sido consultado a respeito de tal ato.
Logo mais, às 17 horas, o presidente disse que daria uma entrevista coletiva, e que restabeleceria a verdade sobre a demissão do diretor da PF e sobre a saída de Moro. Vamos ver o que ele vai dizer. Certamente negará tudo. Ora, se ele nega o que ele mesmo diz. Diz uma coisa em um dia e no outro afirma que não disse nada daquilo, ou que não quis dizer aquilo, imagine em um conversa reservada com outra pessoa.
Caros leitores e leitoras, preparemo-nos para mais sessão de mentiras. Senta que lá vem a história.

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