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Segredos de primeira-dama

Posted by Cottidianos on 00:25
Terça-feira, 14 de outubro

Michel e Marcela Temer

Uma luz vermelha se acende no Brasil. E uma dúvida paira no ar: estaria Dilma certa ao afirmar que estava sendo vítima de um golpe?

Talvez Dilma estivesse certa em parte. Talvez não se estivesse tramando um plano contra ela ou contra o PT, mas um golpe ainda mais grave: um golpe contra o Brasil. Enquanto este blog considera todas estas coisas para processá-las, e depois transformá-las em futura postagem, fala de um assunto que foge à questão, mas ao mesmo tempo quem sabe, tem tudo a ver com ela.

Fatos graves começam a se desenhar no cenário político brasileiro. Antes eram, e continuam sendo, as denúncias da corrupção avassaladora que jogou o país na lona. As ordens são claras: calar a boca da imprensa quando o assunto envolver o presidente Temer, ou sua família.

Isso não são hipóteses e aconteceu com os jornais Folha de São Paulo, e O Globo.

Na sexta-feira (10), mais precisamente, às 18h45min, o jornal Folha de São Paulo, trazia uma reportagem que prometia ser explosiva. Na reportagem, a Folha revelava parte de uma chantagem sofrida pela esposa do presidente Temer, Marcela, por parte de um hacker. A chantagem era apoiada em um áudio furtado do celular da primeira dama. Logo em seguida, o jornal O Globo também publicou a notícia em suas páginas.

O caso vinha causando repercussão, e causou ainda mais quando uma decisão judicial proibiu a divulgação dos conteúdos do celular de Marcela, obrigando, tanto a Folha, quanto o Globo, a retirarem do ar, na Internet, a reportagem que denunciava o ocorrido. Os jornais foram notificados da decisão judicial na manha desta segunda-feira (13).

A extorsão sofrida pela primeira dama aconteceu ainda em abril do ano passado. Na ocasião, Temer ainda vice da então presidente, Dilma Rousseff. O Brasil vivia dias turbulentos e de incerteza quanto ao futuro político. Estava em curso um processo de impeachment. Dilma gritava, junto com seus seguidores, que estava sendo vítima de um golpe. O povo saia às ruas pedindo sua saída. O processo de impeachment seguia seu rumo para ser votado na Câmara dos Deputados, dando início, dessa forma, ao julgamento da presidente pelo Senado Federal. O que, de fato aconteceu, no dia 17 de abril de 2015.

Nos bastidores, a família Temer vivia outro drama que passava despercebido do grande público. Um drama que envolvia uma chantagem feita por um hacker à primeira-dama, Marcela Temer.

Na madrugada de 03 de abril, Marcela Temer percebeu que não tinha mais acesso as suas contas de e-mail e redes sociais. No dia 04, na cidade de Paulínia — que dista cerca de 124 km da cidade de São Paulo — Karlo Augusto, irmão de Marcela recebe uma estranha mensagem da irmã. Karlo mora em Paulínia, e estranhou a mensagem enviada pela irmã, pedindo que ele depositasse R$ 15 mil para pagar despesas em uma loja de tintas. A mensagem fora enviada pelo WhattsApp, e mesmo achando estranho, o irmão de Marcela fez o depósito da quantia solicitada. Três dias após conversar com a irmã é que descobriu que havia sido vítima de um hacker.

O hacker, posteriormente, identificado como Silvonei José de Jesus Souza, começou também a chantagear Marcela, dizendo que estava de posse de arquivos de arquivos eletrônicos da primeira dama, e que também tinha conversas dela do WhattsApp.

Partes da conversa do processo tornado público, apontam o seguinte diálogo entre o hacker e Marcela:

— Achei que esse vídeo joga o nome de vosso marido na lama. Quando você disse que ele tem um marqueteiro que faz a parte baixo nível pensei em ganhar algum com isso.
Marcela responde:
— Quer negociar o que comigo? Isso é montagem. E aí, vai fazer o quê? Quer me encontrar?
O hacker fala:
— Sabe que não é montagem. Não tem cortes.
Marcela escreve:
— Bandido, criminoso, minha vida é limpa. E basta. Montagem e montagem. Não tenho medo de você.
Para não divulgar o segredo do qual estava de posse: a conversa de Marcela com o irmão, a respeito do marqueteiro de Temer, o hacker pedia R$ 300 mil.

O então Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, era Alexandre de Moraes. Alexandre hoje é ministro licenciado do Ministério da Justiça, e aspirante a uma vaga no Supremo Tribunal Federal.

Com uma rapidez incomum para os padrões da justiça brasileira, o caso foi rapidamente solucionado, e Silvonei José de Jesus Souza, foi preso no dia 11de maio, três dias depois o inquérito estava concluso. Em outubro ele foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão pelos crimes de estelionato e extorsão. Hoje ele está preso em Tremembé (SP).

O estranho é que, no processo não constam os áudios da conversa que Marcela teve com o irmão, mas apenas e tão somente, os diálogos de Marcela com o chantagista. Se havia algum segredo ali que o Brasil precisa saber, ele foi ignorado pela Justiça.

Os jornais de Folha de São Paulo, e o Globo, quiseram prestar um serviço à nação revelando o episódio, mas foram impedidos, por uma ordem judicial, expedida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília. A ação movida pelo Palácio do Planalto obrigou os jornais a retirarem de seus sites qualquer menção ao fato.

O juiz aceitou os argumentos de violação da intimidade apresentados pela defesa da primeira dama. Em sua sentença ele escreveu: “Defiro o pedido de antecipação dos efeitos da tutela para determinar que os réus se abstenham de dar publicidade a qualquer dos dados e informações obtidas no aparelho celular da autora. Isto sob pena de multa no valor de R$ 50.000,00”.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Abraji, declarou-se contrária a qualquer tipo de censura e reivindicou a anulação da decisão. Segundo a Abraji, censurar a publicação de reportagens é prejudicial tanto ao direito de a sociedade se manter informada, como a atuação do jornalista como fiscalizador do poder público.

Outros órgãos como a Abert, Associação das Emissoras de Rádio e TV; a Aner, Associação Nacional de Editores de Revistas; e a ANJ, Associação Nacional de Jornais, que comungam da mesma opinião da Abraji, também esperam que a decisão seja revista.

É, caros leitores e leitoras, usando uma linguagem bem popular “o bicho é mais feio do que se pensa”.

E onde está o grito das ruas em tudo isso? Porque as ruas silenciaram? Há muita lama correndo sob e sobre o solo de nosso país... E há muita gente poderosa mergulhado nela. Ò ruas, então porque silencias? Será que o mal do Brasil, era apenas e tão somente Dilma e o PT?

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