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Lava Jato a todo vapor

Posted by Cottidianos on 23:39
Quinta-feira, 10 de março

Juiz Sérgio Moro

Em meio a um cenário turbulento, eu diria até nefasto, no cenário político e empresarial brasileiro, alguma coisa de bom há-de surgir, ventos novos, ventos de mudança. Um desses ventos foi a condenação do empresário, Marcelo Odebrecht, a 19 anos de prisão, por seu envolvimento no monumental esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás. Há pouco tempo, isso era impensável no Brasil. Um empresário poderoso como Marcelo ser condenado era algo quase surreal. Mas, enfim, aconteceu.

O Ministério Público está tão afoito que até pediu a prisão do ex-presidente Lula. Acho legal a atitude do MP, mas penso que, nesse caso, se deve ter uma certa cautela, afinal, o ex-presidente e seus familiares ainda estão sendo investigados. É preciso ter provas robustas e comprovadas para se prender alguém, pois prender alguém em cordas de papel é, sem querer, querer libertá-lo. Aqui usei um pouco de trocadilho, mas acho que me fiz entender.

No domingo, o país vai sair novamente às ruas e, dessa vez, os fatos são mais contundentes, as investigações da Lava Jato avançaram e já rondam o Palácio do Planalto. Só espero que ocorra tudo em paz, pois os manifestantes pró-Lula, também queriam sair às ruas no mesmo dia, mas foram orientados a não fazer isso. O conflito seria inevitável, e, porque não dizer, violento.

No mais, gostaria aqui de jogar flores e aplaudir o trabalho do Ministério Público, da Polícia Federal, e, principalmente, de um cara, que não é apicultor, mas resolveu mexer em casa de abelha, e tem-se saído muito bem nessa função. O nome desse cara é: Sérgio Moro. Juiz Sérgio Moro.

SOMOS TODOS POLÍCIA FEDERAL!

SOMOS TODOS MINISTÉRIO PÚBLICO!

SOMOS TODOS SÉRGIO MORO!

SOMOS TODOS BRASIL!

Abaixo, compartilho com vocês, uma matéria escrita pelo jornalista, Sérgio Lillo, publicada no site do jornal El País Brasil
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Marcelo Odebrecht


Odebrecht: um império presente em 28 países

SERGIO LILLO
Madri 9 MAR 2016

Empreiteira tem mais de 160.000 funcionários e faturou 28,5 bilhões de dólares em 2014

A empresa que Norberto Odebrecht (1920-2014) fundou em 1944 tem pouca coisa a ver com o maior conglomerado da América Latina, cujo presidente, Marcelo Odebrecht, neto do pioneiro, foi condenado nesta segunda-feira a 19 anos de prisão por seu envolvimento no caso Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal brasileira.

A empresa está presente hoje no Brasil, onde fica sua sede, e em mais 27 países, contando com 168.000 funcionários. A expansão para outros países da América latina e da África teve início nos anos sessenta e setenta. Em 1991, ela deu um salto chegando aos Estados Unidos e se tornando a primeira empresa brasileira a construir uma obra pública naquele país: o Metrover (metrô rápido) de Miami.

Sua relação com a Petrobras começou em 1953, quando realizou a construção do oleoduto Catu-Candeias, na Bahia, para transportar o petróleo extraído do poço de Catu. Em 1969, ela foi responsável pela construção do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

Grandes investimentos

A Odebrecht reformou o Porto de Mariel (Cuba) em uma parceria com a estatal cubana Quality. A instalação recebeu um terminal internacional com capacidade para movimentar um milhão de contêineres ao ano. Ele tem ainda sob sua responsabilidade cinco obras, estando duas delas entre as mais importantes do país: a navegabilidade do rio Magdalena, entre Barranquilla e Puerto Salgar, e a construção de um setor da estrada do Sol.

Foi contratada também para reformar o aeroporto internacional de Tocumen, no Panamá, onde já construiu o metrô da capital. Nos Estados Unidos, efetua atualmente a reforma do porto de Miami, para que ele possa receber cargueiros de maior porte com vistas à abertura do novo Canal do Panamá. A Venezuela e a Odebrecht estabeleceram vínculos desde a construção do centro comercial Lago, em Maracaibo, há 23 anos. A empresa afirma ter 12.000 funcionários nesse país. O chavismo confiou-lhe a execução de seus planos mais importantes, como o projeto agrário socialista Planície de Maracaibo.

No Peru, a Odebrecht já realizou inúmeros projetos nos últimos 35 anos, como o gasoduto sul, com 1.134 quilômetros de extensão. Segundo a construtora, foram realizados, nos últimos 10 anos, investimentos privados de 13,3 bilhões de dólares e concessões de investimentos públicos de 1,8 bilhão de dólares.

Em 2014, o conglomerado registrou lucro líquido de 498 milhões de reais.

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