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O Brasil vai novamente às ruas neste domingo em defesa de uma sociedade melhor

Posted by Cottidianos on 01:26
Sábado, 11 de abril


Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer

(Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores – Geraldo Vandré)



Na minha postagem de ontem, estava numa viagem tão gostosa pelas montanhas do Colorado, que não dava nem vontade de voltar. Mas enfim, tenho que volver o olhar para a realidade brasileira.

Por aqui, as montanhas não estão tão belas e exuberantes. Acreditam vocês, que, por aqui, roubaram montanhas?!... Montanhas de dinheiro! Montanhas douradas que, certamente, deixam o país mais pobre, e o povo honesto, envergonhado. Aqui no Brasil, ao invés do ar puro que se respira dirigindo por entre aquela exuberante paisagem das terras do Tio Sam, respira-se o ar fétido dos esgotos, nos quais corre, incessantemente, a corrupção. Nesses esgotos, vivem os ratos oportunistas, que, nas sombras e, na escuridão dos seus vis esconderijos, vão, pouco a pouco, minando as bases de uma rica e abençoada nação: a nação brasileira.

Antes, o povo desse país tão especial, chamado Brasil, vivia numa inércia tão grande, que me deixava angustiado, contrariado também. De uns tempos para cá, o povo que habita essa terra gigante — uma terra de gigantes — começou a despertar. E foi para as ruas. Gritar. Exigir mais saúde, educação, segurança e, principalmente, o fim da corrupção. A corrupção é um mal terrível. Funciona como se fosse um canivete afiado cortando as veias e artérias por onde correm o progresso e o desenvolvimento econômico e social. Fazendo escorrer o precioso sangue, paralisa toda a nação. O resultado é escolas sucateadas, hospitais em frangalhos, ruas e avenidas sem segurança. Diante de tudo isso, o lema “Brasil, Pátria Educadora”, me parece tão sem sentido e, até mesmo hipócrita. Não pelo rico significado que a expressão evoca, mas pelo fato de quem levanta essa bandeira, parecer não estar vendo tudo isso. É como se discurso e prática corresse para lados opostos do mesmo campo onde se deve ganhar o jogo da cidadania.

Mas o povo que ainda acredita em uma sociedade onde se possa ter oportunidades iguais para todos, sem que uns queiram tudo para si, deixando os outros sem nada, está indo ás ruas, protestar. Há um grito preso na garganta que teima em sair, em ser ouvido, em alto e bom som.

Mas parece que nossos políticos não estão entendendo o recado das ruas, e ainda insistem em defender os culpados, e os defenderão até que não mais se sustentem os seus frágeis argumentos. Tudo isso é o que não queremos ver. Queremos mesmo é um Brasil passado a limpo. Isso é o que queremos e esperamos.

Há quase um mês, milhões de brasileiros saíram às ruas do país, em protesto contra o governo Dilma Rousseff, e contra toda essa onda de corrupção que assola o país, roubando de todos nós, o sonho de um Brasil melhor, com mais saúde, educação, segurança, enfim, com todas essas coisas que garantem cidadania e dignidade a todos os brasileiros, estejam eles no topo ou na base da pirâmide social.

Neste domingo, mais de 500 cidades brasileiras já tem manifestações previstas para invadir suas ruas com esse grito, forte, inconformado, mas cheio de esperança e vontade de ser ouvido.

Não apenas a sociedade civil se manifesta, mas ela também se manifesta na força de suas instituições que comungam desse anseio de uma pátria onde brilhe a luz da justiça e da verdade.

Uma dessas instituições que está junto com toda a sociedade nessa luta, é a Ordem dos Advogados do Brasil. A instituição está empenhada na luta pela moralidade e por um agir ético. Nessa luta, a entidade levanta as bandeiras da reforma política e da luta contra a corrupção.

Nesse sentido, a 3a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em Campinas, lança uma campanha que vem ao encontro de todos esses anseios. Tendo como slogan “Pela Ética e Cidadania”, a OAB/Campinas pretende mobilizar os que militam nas fronteiras da justiça, e também a toda a sociedade campineira, de modo geral, na luta contra a corrupção, que por sua vez, torna-se uma luta em defesa dos direitos do cidadão.

Daniel Blikstein, presidente da OAB-Campinas

 Ontem à tarde, a OAB-Campinas, na pessoa de seu presidente, o advogado Daniel Blikstein, concedeu uma entrevista à rádio CBN-Campinas, falando da campanha “Pela Ética e Cidadania”, e também desse momento especial, pelo qual atravessa o Brasil. A respeito da campanha lançada pela OAB-Campinas, assim ele falou: “Tendo em vista que a OAB, além de uma entidade de classe, representativa da categoria dos advogados, é também reconhecida socialmente, como uma entidade que sempre lutou pela democracia, pelos princípios da cidadania, defesa intransigente da constituição, então a ideia é demonstrar o entendimento da Ordem, da OAB de Campinas, externar, é trazer a toda a sociedade campineira, aos cidadãos, a força e a ajuda da Ordem, da OAB-Campinas, no combate à corrupção, em qualquer poder, qualquer instancia, independente de partido político. Nós não somos um órgão ligado a qualquer partido político, eu não sou vinculado a nenhum partido político, e tenho plena e ampla autonomia e independência, para prosseguir com essa campanha em defesa do cidadão brasileiro, que realmente não aguenta mais a situação que estão os nossos poderes, corroídos pela corrupção e poucas pessoas, infelizmente, conseguem se salvar nessa situação toda, e a população que fica assistindo a esses atos, e manifestando publicamente, e nós esperamos que, em algum momento, o país possa virar essa página, e que a gente possa voltar a ter orgulho, efetivamente, de ser brasileiro”.

Ainda durante a entrevista, o presidente da OAB-Campinas falou que a entidade iria participar dessa manifestação, prevista para amanhã, dia 12 de abril, um “movimento popular, movimento cívico”, nas palavras dele, ressaltando que “não se trata de uma campanha contra qualquer pessoa em especifico, mas é uma campanha pela ética e pela cidadania”. Daniel Blikstein disse que a OAB estaria presente no movimento não “declarando-se contra atos específicos de pessoa A ou B, mas contra a corrupção de uma maneira geral, e em defesa da ética e da cidadania”. Com essa participação no protesto, a OAB-Campinas entra em sintonia com a OAB nacional, e com a OAB-São Paulo: “... Endossando a iniciativa já feita pela OAB nacional, e pela nossa OAB de São Paulo, por intermédio de nosso presidente, Marcos da Costa, que também agora, no final de abril, lança a campanha “Não à Corrupção”, pela OAB de São Paulo”, disse ele.   

Quando questionado sobre as mudanças que estas manifestações estão produzindo na governança, pelo menos no discurso, e sobre como a OAB tem enxergado a postura do governo em relação a esses apelos da sociedade por mudanças, no sentido de colocar o país, novamente, nas trilhas do crescimento, Daniel Blikstein respondeu: “Eu percebo que todas as pessoas tem se movimentado nesse sentido, porque nós chegamos a um momento de limite, em que ninguém suporta mais, os fatos que nós temos visto acontecer, e muita coisa, decorre da necessidade da reforma política, da revisão da questão do financiamento de campanha, da revisão dos limites de contribuição, da questão da criminalização do caixa dois na campanha eleitoral, na aplicação rigorosa da Lei Ficha Limpa pra todos os cargos públicos, ou seja, isso é o mínimo que nós podemos oferecer para os nossos filhos, netos e bisnetos aqui no Brasil, quer dizer, talvez hoje, a gente não consiga ver um resultado imediato de tudo isso, mas os nossos filhos vão querer assistir um país melhor, um país onde se respeite a lei, onde se respeite as pessoas, onde as pessoas tenham o bom senso de saber que elas não podem praticar um ato de corrupção, independentemente da lei mandar ou não, mas porque elas nasceram sabendo que isso é uma coisa ilegal, que é uma coisa imoral. Então, nesse sentido, a gente verifica que o governo federal tem manifestado interesse na reforma política e a OAB nacional tem participado desse momento, mas isso precisa efetivamente acontecer. Porque não adianta a gente só prometer, prometer e não realizar, e o engajamento da OAB, nesse momento, da OAB de Campinas nesse momento, eu acho que é mais um ato de uma entidade, aqui em Campinas, que conta hoje, com mais de 12.000 advogados, ou seja, são doze mil pessoas, que, eu tenho certeza, que tem esse mesmo ideal, de que a gente traga de volta esse conceito de ética e de cidadania, e que passe a fazer parte de novo da vida de quem nos dirige, de quem nos governa, e também dos poderes legislativo, executivo e judiciário, em todos os poderes, inclusive na iniciativa privada, ou seja, que passe a fazer parte da vida de todos, a ideia de que é bom ser... Vale a pena ser honesto, vale a pena ser ético, vale a pena você trabalhar direito, que você vai ter o fruto desse seu trabalho, lá na frente, e, como eu disse, isso se estende a iniciativa privada também, porque, os exemplos que a gente vê, vem, tanto dos poderes públicos, quanto de situações envolvendo empresas da iniciativa privada. Então, eu acho que tá na hora de todo mundo, junto, repensar e fazer um movimento de que milhões e milhões de brasileiros, que não participam disso, porque é uma pequena minoria, que participa desses atos, mas os outros milhões e milhões de brasileiros que trabalham duro todos os dias, acordam cedo, em busca do seu salário, eles merecem um país com mais ética e com mais cidadania”.

Nessas manifestações vejo um pequeno grupo de pessoas que pedem a volta dos militares ao poder. Daniel Blikstein também expressou a opinião da Ordem dos Advogados a esse respeito: “A OAB é absolutamente contrária a qualquer movimento de tomada de poder. A luta é para consertarmos o que está errado, dentro do estado democrático de direito”, disse ele.

Abaixo, compartilho matéria do Correio Popularum dos jornais da cidade, informando sobre o protesto que ocorrerá em Campinas, neste domingo, 12.

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Organizadores esperam 50 mil pessoas em novo protesto

Evento que pede a saída da presidente Dilma terá 2 carros de som; manifestação será simultânea em 400 cidades

Os organizadores do protesto de Campinas que pede a saída da presidente Dilma Rousseff (PT), marcado para o próximo domingo (12), prometem estrutura maior do que a manifestação do dia 15 de março. Serão alugados dois carros de som para a passeata e deficientes físicos e idosos terão espaço reservado.

Além disso, o movimento recebe cada vez mais adesão de entidades do município, segundo a organização. A expectativa é que pelo menos 50 mil pessoas tomem a Avenida Francisco Glicério, no Centro, a partir das 10h. No Facebook, até as 18h30 desta terça-feira (7), haviam 5.917 confirmações de presença. Assim como no mês passado, os atos ocorrem simultaneamente em pelo menos 400 cidades brasileiras.

Adesão maior

Porta-voz do movimento Vem pra Rua na cidade, que organizou uma das manifestações do dia 15 de março, o arquiteto Ronald Tanimoto, de 52 anos, afirmou que a adesão ao novo evento deve ser maior. "Estamos recebendo e-mails de entidades e confirmação boca a boca de várias pessoas. Mais até do que pela internet".

As entidades que dão apoio ao ato não foram reveladas. Tanimoto disse ainda que a marcha terá a presença de famílias que não compareceram na última por receio de violência. "Mas ficou provado que a marcha é pacífica. Agora eles não têm mais medo" .

Carro de som

O grupo também contratou mais um carro de som para puxar a multidão. "Como teve muita gente da última vez, pessoas que ficavam no final não ouviam o som. Agora vamos ter um carro no começo e outro mais para o final da marcha". A concentração para a manifestação será o Largo do Rosário. O grupo segue pela Glicério, pega a Avenida Moraes Salles e chega ao Centro de Convivência pela Avenida Júlio de Mesquita.

A organização também pensou em uma ala separada na concentração e na passeata para idosos, pessoas com deficiência e gestantes. "Foi um pedido deles. Muitos deficientes queriam participar efetivamente, ficar mais perto do som. Resolvemos fazer um espaço separado por segurança", disse. O ala no Largo do Rosário ficará próximo ao restaurante Giovannetti.

Comunicação

O arquiteto afirmou que já protocolou a passeata na Polícia Militar (PM), Guarda Municipal e Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), para pedir reforço na segurança e reorganização do trânsito na região Central. Os organizadores pediram ainda uma reunião "in loco" com a PM, um dia antes da passeata.

Desta vez, o Vem pra Rua adotou também a bandeira da saída da presidente. No último evento, o grupo optou por fazer uma passeata separada e mais cedo porque não queria associar o ato ao pedido de impeachment da petista. A discussão sobre a adoção ou não do "fora Dilma" ocorreu na internet. "Nós reconsideramos e entendemos que o combate à corrupção nesse momento só pode ocorrer com a saída da presidente", explicou Tanimoto.

Petições

O pedido não será somente de impeachment, mas de renúncia ou cassação. Além disso, o grupo vai circular no dia do protesto três petições. Além do pedido de renúncia de Dilma Rousseff, outra lista vai pedir o corte de gastos no governo federal. A terceira petição será para impedir que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, presida a Segunda Turma, encarregada de julgar as ações penais relacionadas ao escândalo de corrupção na Petrobras.

O promotor de vendas Tiago Andrade, de 26 anos, também membro da organização, afirmou que o novo bordão da passeata será "Eles não entenderam nada!", em referência à pouca influência que a última manifestação teve no rumo da política do País. "Os clamores da população não foram atendidos. Esse novo protesto será mais uma forma de pressão".

Andrade considera importante a investigação de Dilma e de toda Executiva do governo no "petrolão" . "Além disso, é imoral o Toffoli julgar o mensalão. Ele já foi advogado do PT. É uma pessoa totalmente parcial" . Na manifestação do dia 15 março, 40 mil pessoas saíram nas ruas de Centro da cidade.


A Região Metropolitana de Campinas tem manifestações marcadas no Facebook em pelo menos mais quatro cidades no dia 12. Em Vinhedo, o evento começa no Portal da Cidade, às 14h. A passeata de Americana será às 16h, na Praça do Trabalhador. Santa Bárbara d'Oeste tem manifestação às 16h, na Prefeitura. Insatisfeitos de Valinhos também se reúnem na Prefeitura, Às 14h.

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