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Robin Williams: Um astro que se apaga nos céus de Hollywood

Posted by Cottidianos on 01:43
Terça-feira, 12 de agosto

Carpe diem. Aproveitem o dia, meninos. Façam
de suas vidas uma coisa extraordinária."

 (do filme “Sociedade dos Poetas Mortos)



Fico olhando a simplicidade das velas. Desde que são acesas sabe-se que seu destino é derreter-se de cera, em cera, até que não reste mais pavio para queimar. Então elas se apagam, sem reclamações, sem alardes, sem dramas. Queimaram e se extinguiram sem queixar-se de coisa alguma. E por que não se queixaram, nem se revoltaram, nem esbravejaram? Por que se sabiam detentoras de uma bela missão: iluminar a escuridão. E quem ilumina a escuridão é de uma nobreza tal, que nem os mais poderosos se assemelham em esplendor.

Penso que todos os homens deveriam ser assim, simples como as velas. Iluminando a escuridão no caminho de outro irmão. Todo homem tem um jeito diferente de brilhar: Alguns brilham fazendo os outros sorrirem. Outros se queimam vivendo o dom de interpretar personagens e dar-lhes vida sob as luzes da ribalta ou nas grandes telas dos cinemas. Outros preferem queimarem-se nos hospitais, dedicando suas vidas em benefício da vida de tantos outros. Enfim, cada qual com seu dom. E enquanto os homens queimam seus pavios, derretendo a cera de suas velas, eles vivem. Isso parece contraditório, mas é assim mesmo, vivemos quando parecemos morrer iluminando caminhos.

Hoje, Hollywood, perdeu uma de suas velas por excelência. Para ficar mais próximo da linguagem do mundo de sonhos da maior fábrica de ilusões do mundo, eu diria: o céu de Hollywood perdeu um de seus astros mais brilhantes.

Foi com pesar que ouvi, pelas ondas do rádio, a notícia da morte do ator americano, Robin Williams. O corpo do ator foi encontrado na manhã desta segunda-feira (11), em sua residência, na Califórnia. O ator lutava contra uma forte depressão, tendo sido internado várias vezes em clinicas de reabilitação, devido a problemas causados pelas drogas e alcoolismo.

Robin Williams nos brindou com seu talento em dezenas de filmes. Alguns memoráveis como Sociedade dos Poetas Mortos, Gênio Indomado, Amor Além da Vida, Tempo de Despertar, Bom Dia, Vietnã, Uma Babá Quase Perfeita e tantos outros.

A polícia suspeita que o ator, de 63 anos, tenha cometido suicídio. O caso está sendo investigado. Williams interpretou, muito bem, excelentes papeis, mas como tantos outros, enredou-se nas tramas da realidade. Meus aplausos a esse grande ator. Descanse em paz, Robin Williams. A ti que nos fizeste rir, que nos fizeste chorar, que nos emocionastes com tuas brilhantes interpretações, eu desejo que Deus ilumine tua estrada infinita do outro lado da vida e que tu vivas plenamente tua vocação de iluminar.

À humanidade que havia em ti, eu dedico essa poesia de minha autoria.


***



Espetáculo

Noite de estreia do espetáculo mais esperado.
A ansiedade me domina, me encanta, me fascina.
A emoção ultrapassa as fronteiras da alma
E se manifesta em meu corpo:
O suor escorrendo pela face quente,
Em contraste com o gelo nas mãos.

Dias e dias de ensaio.
Palavras, frases, sentenças repetidas
Textualmente, até a exaustão.
Subitamente o brincar de representar
Cede lugar a seriedade de encarnar o personagem.

Devagarzinho abrem-se as cortinas,
Acendem-se as luzes
Acabam os limites entre sonho e realidade,
Tudo faz parte do grande espetáculo.
Na plateia, há pessoas atentas a cada fala,
A cada gesto.

As luzes coloridas, ora acendem-se ali, ora acolá.
Os atores se movimentam pelo palco
Cheios de vigor, suavidade, encantamento e magia.

No centro do palco, a estória se desenrola.
Um rei coroado pelo luxo e pela riqueza
Que a posição lhe convém.
Grita, manda, gesticula, castiga.
Nobre palaciano, altivo e soberano,
É subjugado pela singeleza e realeza
De uma humilde plebeia.
Vence o amor, transforma-se o homem.

Fecham-se as cortinas, cessam os aplausos.
Acendem-se as luzes.
Despe-se da ilusão.
Por trás da máscara da tragicomédia da vida
Os olhos do astro vertem lágrimas de solidão.
Enquanto lá fora o rei procura
A fada com varinha de condão...

Que transforma ilusão em realidade.

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