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Deputado Luiz Moura: Uma bomba nas mãos do PT

Posted by Cottidianos on 21:06
Quarta-feira, 30 de junho

Há apenas três meses das eleições de outubro, o PT tem um grande problema para resolver.

Uma notícia divulgada antecipadamente pelo jornal O Estado de São Paulo, informa que o deputado estadual, pelo PT (Partido dos Trabalhadores), Luiz Moura e cinco empresas de ônibus que operam em São Paulo são citados em investigação criminal que apura esquemas de lavagem de dinheiro.  A investigação policial começou em 2010. Em março deste ano, Moura foi flagrado pela Polícia Civil, participando de uma reunião de perueiros suspeitos de integrar a facção criminosa, PCC (Primeiro Comando da Capital). Nessa assembléia de motoristas e cobradores, da qual o deputado estava participando, também estavam presentes 18 integrantes do PCC, que comandam o crime dentro e fora dos presídios.

O deputado afirma ser inocente de todas as acusações e nega qualquer envolvimento com o crime organizado. Ele disse que não sabia da investigação e que apenas tomou conhecimento da investigação quando foi ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), e pediu para ser investigado. Para ele, tudo não passa de uma investigação de  caráter  político. Lembremos que essa investigação não começou agora e que já faz tempo que a polícia investiga o caso.

Ao tomar conhecimento de que o deputado estava sendo investigado por suspeita de ligações com o crime organizado, o PT, no dia 02 de junho, suspendeu Luiz Moura, por 60 dias, durante reunião da executiva estadual do partido fato que o impediu de participar da convenção estadual. Na ocasião, os membros da executiva decidiram abrir processo disciplinar para apurar a conduta do deputado.

Hoje (30), membros da executiva estadual do Partido dos Trabalhadores fizeram mais uma reunião para discutir o futuro do deputado. O mais provável é que ele venha a ser expulso do partido.

Ao impedir de participar da convenção do partido, o PT ainda tentou evitar que Moura fosse candidato ao cargo de deputado federal, mas ele conseguiu reverter a situação na justiça. Ainda nesta quarta-feira, o Tribunal de Justiça negou um pedido de suspensão da liminar que possibilita a candidatura de Moura, pedido esse apresentado pelo PT. Os advogados do deputado investigado comemoraram esse fato como uma vitória.

O deputado Luiz Moura, juntamente com o irmão dele, Senival Moura que é vereador, ajudou o PT a conquistar uma parcela importante da Zona Leste da capital paulista. Os votos vindos da Zona Leste ajudaram e muito a decidir a eleição para prefeito de São Paulo, nas últimas eleições. O apoio dos irmãos, ex-líderes de perueiros, foi decisivo para a eleição do prefeito petista, Fernando Haddad. A relação dos dois irmãos e o PT caminhava muito bem até que o escândalo veio à tona. O Partido dos Trabalhadores agora corre para pagar a alta fatura decorrida da pareceria com Luiz e Senival Moura.

Abaixo, compartilho com vocês, a reportagem publicada no site da Veja.

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    Deputado do PT foi sócio de empresa suspeita de lavar dinheiro para o PCC

O nome do Luiz Moura é citado em apuração de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco)

Por Felipe Frazão



O deputado estadual Luiz Moura (PT), flagrado pela Polícia Civil em uma reunião da qual participaram dezoito criminosos da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo por ter sido sócio de uma empresa de transporte de passageiros suspeita de lavar dinheiro para o PCC. O nome do parlamentar é citado em apuração de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) sobre vínculos da facção criminosa com cooperativas de perueiros que operam na capital paulista.

Moura figurou, ainda que temporariamente, no quadro societário da empresa Happy Play Tour, uma das que compõem o Consórcio Leste 4, suspeito de vínculos com o PCC e que já foi alvo de intervenção judicial. Em 2010, o parlamentar declarou à Justiça Eleitoral ter 4 milhões de reais em cotas da companhia. Um ano depois, já havia deixado a sociedade, conforme registros da Junta Comercial do Estado. O petista também foi diretor da cooperativa Transcooper, em cuja garagem foi flagrado pela polícia, em março, reunido com integrantes do PCC.

Há uma semana o site de VEJA revelou que o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Fernando Elias Rosa, apresentou ao Tribunal de Justiça do Estado uma representação criminal contra o deputado. Elias Rosa vai investigar se Moura cometeu sete crimes: organização criminosa, extorsão, constrangimento ilegal, apropriação indébita, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e abuso de autoridade. Por ter foro privilegiado, Moura só pode ser investigado pelo chefe do Ministério Público paulista, e o processo deve correr direto na segunda instância da Justiça.

Segundo promotores do Gaeco, Moura também chegou a ser citado em depoimentos como uma das pessoas influentes no ramo das cooperativas que atuam na Zona Leste. A suspeita mais forte que pesa contra o deputado até aqui, porém, é o elo entre Moura e a Happy Play. Ele não foi citado em interceptações telefônicas feitas contra outros suspeitos. Por causa do foro privilegiado, toda a investigação contra Moura foi deslocada para o órgão de competência originária do MP, que assessora o procurador-geral. A apuração contra os demais suspeitos seguirá com o Gaeco.

Moura nega qualquer relação com o crime organizado. Seu defensor, o advogado João de Oliveira, disse ao site de VEJA que a representação do procurador-geral é "oportunismo político".

Inquérito - Edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo revela trechos do inquérito produzido pelo Gaeco. Segundo os autos, o Consórcio Leste 4, contratado pela SPTrans em 2007 para operar linhas de ônibus na Zona Leste da capital paulista, era integrado por três empresas cujos sócios, segundo os autos, eram “indivíduos que estariam lavando dinheiro, produto do cometimento de crimes” para a facção criminosa.

Ao longo das investigações o MP descobriu ainda, de acordo com a reportagem, casos de perueiros com patrimônio superior a 22 milhões de reais e motoristas com seguros de vida superiores a 1 milhão de reais. Dois suspeitos, Gerson Adolfo Sinzinger e Vilson Ferrari, o Xuxa, levantaram, segundo as investigações, 4 milhões de reais cada, no intervalo de dois anos, enquanto trabalhavam nas cooperativas da cidade. O dinheiro serviu para o acúmulo de capital da Happy Play, de acordo com a investigação do Ministério Público. “A empresa não possuía nenhum veículo, mas recebia repasses do Consórcio Leste 4”, diz trecho do auto citado pelo jornal. A investigação aponta que a dupla chegou a fazer parte das três empresas que compunham o Consórcio Leste 4. Diante das evidências de enriquecimento ilícito, os promotores do caso conseguiram a quebra do sigilo financeiro de Moura, de outros sete suspeitos e de cinco empresas (Consórcio Leste 4, Himalaia, Novo Horizonte, Happy Play, Transcooper e Aliança Paulista), em 2011. Os bancos, contudo, levaram mais de 1 ano para repassar os dados.

Deputado-bomba - Ex-presidiário – foi condenado por assalto à mão armada nos anos 1990 –, o deputado também é alvo de um processo disciplinar interno no PT. A cúpula do partido pretende expulsá-lo da sigla até o início de agosto. Na última sexta, a Comissão Executiva do PT estadual deu prazo de dez dias para o parlamentar se defender formalmente – é a última fase do processo. Em junho, Moura chegou a ser suspenso por sessenta dias da legenda e ficou impedido de concorrer à reeleição em outubro. No entanto, como o site de VEJA revelou, ele conseguiu, por meio de uma liminar, anular a suspensão e invalidar a convenção estadual do PT na Justiça comum. Moura registrou o pedido de candidatura na Justiça Eleitoral, e obteve registro. Mas o partido insiste em deixar Moura fora da chapa de deputados estaduais. Na Assembléia Legislativa, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar postergou para o segundo semestre a abertura de um processo que pode resultar na cassação do mandato de Moura.




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